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Machine Head: Um dos clássicos do Thrash Metal moderno

Resenha - Burn My Eyes - Machine Head

Por Flávio Mendes Santana
Postado em 22 de junho de 2012

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

O destino foi generoso com os americanos do MACHINE HEAD. Além de estrear seu debut com chave de ouro através de uma das maiores gravadoras do planeta, a Roadrunner Records, a banda contava com um time de músicos de alto calibre, o que resultou no nascimento de um dos maiores clássicos do Thrash Metal moderno dos anos 90, o excelente "Burn My Eyes".

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Até então, o único membro da banda reconhecido na cena metal era Robb Flynn, que tocou guitarra na lendária banda de Thrash/Crossover Vio-lence, o que já lhe garantiu mais respeito e atenção das mídias para sua nova banda. E não poderia ter escolhido os parceiros mais competentes para a sua nova empreitada: o baixista e backing vocal Adam Duce, o guitarrista (hoje também produtor) Logan Mader, o velocíssimo baterista Chris Kontos (que mais tarde viria a contribuir com a lendária banda de thrash metal Testament) para gravar os 11 clássicos deste álbum, lançado em uma época em que o metal já flertava com elementos mais modernos, com mais grooves, power chords e afinações mais customizadas.

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O álbum inicia com a clássica "Davidian" executada até hoje nos shows da banda, disparando harmônicos artificiais em sua introdução, abrindo passagem para o peso das guitarras base em ótimos riffs, dando passagem a um solo matador divido entre Flynn e Logan, e fechando de forma perfeita com um groove também matador!

"Old" é a próxima faixa, iniciando com guitarras distorcidas similares a sirenes policiais e o som do baixo em evidência, possui uma pegada mais Hardcore, enfatizando os power chords, e um refrão grudento onde dificilmente o ouvinte irá deixar passar batido em acompanhar, com direito a paradas assíncronas dos instrumentos aliadas aos roucos e excelentes vocais de Robb Flynn.

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"A Thousand Lies" é mais uma excelente faixa do álbum, iniciando com o som das guitarras mais limpas, logo destrinchando para uma pegada mais Hardcore e mais adições de groove, e logo após um puta de um solo rápido e preciso de Flynn digno de quem aprendeu de verdade com a escola Thrash Metal.

"None But My Own" dá uma acalmada no fôlego da banda em sua introdução, alternando para mais peso em apenas algumas passagens, mas finalizando de forma magistral para os thrashers com um riff palhetado muito bem elaborado, aliado aos bumbos duplos matadores.

Como característica marcante da banda, os harmônicos artificiais das guitarras aparecem novamente nos riffs de "The Rage to Overcome", dando espaço para algumas palhetadas "cavalgadas" para adicionar o peso necessário, e logo mais um solo a nível mais melódico, porém, executado com velocidade.

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"Death Church" tem uma letra forte calcada na crítica a religiões capitalistas, musicalmente é mais lenta, com um riff interessante, induzindo a uma "hipnose sonora".

"A Nation On Fire" é um dos pontos mais altos do álbum, iniciando com belos dedilhados abrindo passagem para as também melódicas linhas vocais de Robb Flynn, passando por pegadas mais Hardcore com breakdowns em um refrão grudento, pra mostrar que a dinâmica das composições da banda é um dos pontos mais positivos.

"Blood for Blood" é mais técnica e pesada com um som mais sujo focado no Thrash Metal, onde só no final dá uma deslanchada para uma pegada mais arrastada de Hardcore.

"I'm Your God Now" é uma música interessante, onde mais uma vez a banda mostra suas habilidades para as passagens melódicas na introdução e versos, o refrão é grudento mais uma vez arrastado para o Hardcore.

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"Real Eyes, Realize, Real Lies", introdução com sons de diferentes vozes similares a de noticiários americanos abre passagem para "Block" introduzida com um baixo sujo logo após acompanhado das guitarras em um groove e viradas de bateria matadoras com direito a breaks para os dizeres: "Fuck it all", para fechar o álbum com chave de ouro com mais uma vez a pitada de Hardcore mais tradicional, tão utilizada por bandas com som mais agressivo na época.

O álbum ainda conta com 2 faixas bônus de covers: "Allan's on Fire" do Poison Idea e "Hard Times" do Cro-Mags executada ao vivo.

Enfim, um álbum muito bom, recomendado a fãs do bom e velho MACHINE HEAD, fãs de Thrash Metal moderno, e até mesmo fãs do Hardcore mais tradicional.

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Burn My Eyes - MACHINE HEAD
(1994 - Roadrunner Records)

Line up:
Robb Flynn - Vocais, guitarras
Adam Duce - Baixo, backing vocals
Logan Mader - Guitarras
Chris Kontos - Bateria

Tracklist:
1 - Davidian
2 - Old
3 - A Thousand Lies
4 - None But My Own
5 - The Rage to Overcome
6 - Death Church
7 - A Nation on Fire
8 - Blood for Blood
9 - I'm Your God Now
10 - Real Eyes, Realize, Real Lies
11 - Block

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Sobre Flávio Mendes Santana

Nascido e criado na capital paulista, descobriu e se identificou com o universo do Rock no início da adolescência. Atualmente, tem como preferência o Metal Extremo, mas também explora algumas outras vertentes do Rock. Está sempre de olho nos últimos lançamentos, shows e matérias de suas bandas favoritas.
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