Gotthard: A ausência de Steve é sentida mas não prejudica
Resenha - Firebirth - Gotthard
Por Igor Miranda
Fonte: Van do Halen
Postado em 01 de junho de 2012
Nota: 8 ![]()
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O falecimento de Steve Lee, num acidente de motocicleta em outubro de 2010, foi um baque para os fãs do Gotthard. O mundo do Rock perdia um grande vocalista, talentoso compositor e carismático frontman. Passado o estado de luto, a grande questão era se a banda iria continuar sem um de seus criadores. O correto seria acabar com o conjunto ou prosseguir com um novo vocalista?
O guitarrista Leo Leoni, co-fundador do grupo, decidiu continuar com um novo vocalista e os integrantes que já estavam na formação: o guitarrista Freddy Scherer, o baixista Marc Lynn e o baterista Hena Habegger. Para ocupar a vaga de peso deixada por Lee, o jovem Nic Maeder foi convocado e seu batismo de fogo é "Firebirth", nono disco de estúdio. Ao fim da audição desse registro, é possível concluir que Leoni fez a decisão certa.
A imponente Starlight, já lançada como single e com um videoclipe, abre o disco com muita classe. Sua melodia cativante e sua letra incrível mostram que o Gotthard ainda está vivo o suficiente para fazer, sem exageros, uma das melhores músicas de sua carreira. Give Me Real, bem melódica, dá sequência. Nic Maeder, mostra serviço com uma interpretação incrível e de bastante identidade. Não há muita diferença entre seu timbre vocal e o do mestre Steve Lee, o que mantém cerca linearidade quando se compara com o honrável trabalho passado do grupo. Remember It’s Me, também conhecida pelo público, é uma linda balada, apesar de deixar devendo um refrão mais grandioso.
Em seguida, temos a hardíssima Fight, com uma levada contagiante e um refrão grudento. Aqui, Maeder se assemelha muito ao incrível Lee. Yippie Aye Yay parece alguma demo perdida do Whitesnake, talvez por sua ligação mais tênue com o Pop Rock. Não é muito marcante, mas também não desce muito o nível. Tell Me, outra excelente balada, chega a ser emocionante por mais uma grande apresentação de Maeder, além de boa construção melódica. A canção é conduzida apenas por voz, violão, piano e violino. Shine segue o clima baladesco, mas agora com instrumentos elétricos. Grudenta, a música é ideal para cair nas rádios.
The Story’s Over tem um clima de Rock moderno, revisitado, como o Gotthard adotava já no antecessor "Need To Believe", de 2009. Nada apelativo, ainda mantém a essência do grupo. O talkbox de Leo Leoni toma conta de Right On – hora certa, pois o álbum estava ficando com poucas passagens marcantes de guitarra até então. Trata-se de um Hardão pra ser entoado em estádios. Na sequência, S.O.S. chega cheia de identidade, com um andamento diferenciado e cativante devido à sua boa cozinha e ao grandioso refrão.
Take It All Back é um Soft/Pop Rock de qualidade, com um certeiro apelo radiofônico. Mais uma vez, é incrível como a voz de Nic Maeder se assemelha com a de Steve Lee. I Can resgata o Hard safado de outrora com uma dose de velocidade, cozinha de destaque e boas passagens de guitarra. Deveria estar no miolo do CD, não no fim. O encerramento fica por conta da inspirada e emocionante balada Where Are You?, dedicada ao grande Steve Lee. A sua letra, diga-se de passagem, é um show à parte.
Seria hipócrita de minha parte afirmar que continua a mesma coisa. Não continua. A ausência de Steve Lee, principalmente no processo de composição, é sentida. Como disse, tratava-se de um sujeito muito talentoso. Mas a intenção do Gotthard não é apagar o trabalho passado, pelo contrário: acho digníssima a ideia de continuar o legado da banda e prosseguir produzindo com um também competente frontman, de voz muito semelhante ao seu falecido antecessor. Apesar de alguns (poucos) momentos descartáveis, "Firebirth" é um disco sensacional. Vale muito a audição.
01. Starlight
02. Give Me Real
03. Remember It’s Me
04. Fight
05. Yippie Aye Yay
06. Tell Me
07. Shine
08. The Story’s Over
09. Right On
10. S.O.S.
11. Take It All Back
12. I Can
13. Where Are You? (dedicated to Steve Lee)
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