Scorpions: motivos mais fortes para lamentar o fim da banda
Resenha - Sting in the Tail - Scorpions
Por Eduardo Boni
Postado em 12 de abril de 2010
Eis que os veteranos do metal alemão dão as caras novamente, após um hiato de três anos e do mediano "Humanity"; O novo CD, batizado de "Sting in the Tail" já vem com uma polêmica, pois seria, segundo a própria banda, o seu Canto de Cisne.
A notícia, que inclusive é confirmada no site oficial do grupo, dá conta de que os alemães vão fazer uma imensa turnê mundial e, no final, pendurar as chuteiras que conquistaram inúmeras vitórias nas arenas de todo o mundo. Descanso até merecido, mas tremendamente injusto para com os fãs, que vão ficar órfãos de uma das melhores coisas que a Alemanha produziu depois da cerveja.
E se tomarmos por base esse novo trabalho, os motivos para lamentar se tornam ainda mais fortes, pois todas as onze faixas que compõem o CD, sem exceção, são muito boas – mostrando aquilo que nos acostumamos a ver no som da banda: uma música forte, emocionante, cheia de feeling e, para completar, com baladas e solos de guitarra maravilhosos.
Logo de cara temos a convidativa "Raised on Rock", com as bases típicas do grupo emolduradas por contagiantes riffs de guitarra e que traz de volta o velhoTalk Box pilotado por Mathias Jabs. A seguinte é a faixa-título, que mantém a cadência firme, com boas bases de guitarra e a voz marcante de Klaus Meine ditando o tom do grupo. A faixa soa com uma pitadinha de hard rock, mas também remete aos velhos tempos e em menos tempo do que imagina você já está cantando junto...O mesmo pode se dizer de "Slave Me", que tem um riff hendrixiano e um refrão feito sob medida para cantar bem alto.
E se existe uma banda que sabe fazer baladas como ninguém ela se chama Scorpions.
Mais uma vez eles mostram que conhecem o assunto e provam com temas inspirados, como "The Good Die Young", que só para variar, tem solos belíssimos e um vocalista sempre pronto para oferecer o melhor. Mais uma canção nota dez.
A cartilha oitentista também dá as caras por aqui. Prova disso é "No Limit", que soa como nos bons tempos, quando o grupo estava no topo do mundo. Música pesada, bem feita e que você começa a cantarolar sem perceber na segunda ouvida. Para mostrar que não perderam nada do seu veneno habitual, a banda emenda com a rápida e pesada "Rock Zone", que não deixa espaço para dúvidas: é para bangear até quebrar o pescoço!
As baladas "Lorelei" e "Sly" seguem a cartilha Scorpiana, com temas cadenciados e guitarras muito bem colocadas, enquanto "Turn You On" vem mais moderna, com cara daquilo que o grupo fez de melhor nos anos 90 (vide "Face The Heat").
"Spirit of Rock" e "Best Is yet To Come" parecem feitas para mostrar para todo mundo que eles não envelheceram e ainda tem muita lenha para queimar. Enquanto a primeira é um banho de energia, a segunda é uma faixa cadenciada, meio balada/ meio rock daquelas que só eles sabem fazer.
Depois de ouvir este álbum resta a certeza de que se eles vão encerrar as atividades, como dão conta os boatos, é por opção da banda (e tristeza dos fãs); jamais pela falta de criatividade de alguns grupos conterrâneos que assassinam seus próprios clássicos para se manter vivos. Sem apelar para "abóboras musicais", o Scorpions sai da vida para entrar para a história (opa, já ouvi isso antes...) como uma das maiores bandas do planeta. E deixa um epitáfio que pode ser resumido num refrão de música: The Spirit of Rock Will Never Die!!
Eduardo Boni
http://www.trinkametalwebradio.com
Faixas:
Raised on Rock
Sting in the Tail
Slave Me
The Good Die Young
No Limit
Rock Zone
Lorelei
Turn You On
Sly
Spirit of Rock
Best Is yet To Come
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