Scorpions: Mostrando que ainda tem muita lenha pra queimar
Resenha - Sting In The Tail - Scorpions
Por Gustavo Debastiani
Postado em 13 de dezembro de 2013
Nota: 9
O Scorpions anunciou sua aposentadoria após terminar a turnê Get Your Sting And Blackout Tour, mas parece que mudou de ideia. Com o sucesso de seu último álbum, Sting In The Tail, que ganhou disco de ouro na Alemanha, fez a gravadora insistir por mais, onde o Scorpions protagonizou a "Volta dos que não Foram". Mas porque Sting In The Tail fez tanto sucesso? Por ser o álbum de despedida do Scorpions, por ver o trabalho excelente feito nos dois últimos álbuns (Unbreakable, 2004 e Humanity: Hour 1, em 2007) e ter a certeza de que este é uma continuidade deste trabalho ou porque merece verdadeiramente o sucesso estrondoso de 30 anos atrás, só garantindo o que o vocalista Klaus Meine falou: "Só posso te garantir que ainda há vida nesses velhos escorpiões"? Vamos descobrir agora!
O disco abre com Raised On Rock, um dos pontos altos do álbum, com um ritmo relembrando os tempos de ouro. O refrão é poderoso, e a letra é muito boa, como um Rock You Like A Hurricane do futuro, entende? O trabalho de guitarra feito por Jabs e Schenker e muito bom, em perfeita sintonia.
Na sequência vem Sting In The Tail, a música título do álbum. Tão boa quanto Raised On Rock, também virou um single, esta vem com uma batida mais pesada, um ritmo mais rápido e uma presença melhor de James Kottak. A letra é um pouco parecida com Raised On Rock, mas com um refrão mais poderoso e pegajoso. O solo é curto mas eficiente, mostrando que Jabs ainda está afiado.
Slave Me é uma espécie de No One Like You, uma power-ballad futura. Com um ritmo pouco lento, que ganha um pouco de velocidade no refrão, sendo o refrão não muito legal e deixando a desejar, mas um solo excelente, mais uma vez Jabs se mostra conservado, e faz valer sua posição entre os 30 maiores guitarristas da atualidade.
The Good Die Young começa com um solo de Jabs, lento, mas legal. Mais uma vez Kottak é bem participativo, com sua bateria bem afiada, no começo a música é calma, com Rudolf no violão, e com a participação de Tarja Turunen (ex-Nightwish), fazendo um som sombrio de fundo. No refrão, a música explode, ganhando outra cara. Jabs faz um solo no meio da música, onde parece que tudo para, somente para vê-lo tocar, este solo é curto, mas magnifico, e no final, Jabs só cadência a música ao fim dramático. Uma das melhores músicas de toda a carreira da banda.
No Limit é a música mais pesada do disco, tem um ritmo bom, mas o destaque vai para James Kottak, que quebra tudo na bateria, do começo ao fim. O refrão também é poderoso, com participação de backing vocals. No Limit também é dona do melhor solo do disco, na minha opinião, onde Jabs também, junto com Kottak, quebra tudo.
Rock Zone é uma música em que todos detonam, o vocal de Klaus, as guitarras de Rudolf Schenker e Jabs e a cozinha é perfeita. O refrão, é bem grudento e o ritmo é dos bons. O solo é perto de No Limit, mas não o supera. Que pena que esta música não virou single ou ganhou uma atenção especial, como ganhou The Best Is Yet To Come.
Lorelei, é uma poderosa balada, onde o destaque é o vocal magnífico de Klaus Meine. Lorelei foi inspirada em um rio alemão, junto à lendas do folclore da Alemanha. Lorelei é como Always Somewhere, A bateria aparece pouco, mas perfeitamente acompanha Klaus Meine. O ritmo é ótimo, de fundo, deixando brilhar o vocal de Meine.
Depois de uma grande balada, uma grande paulada. Turn You On é fantástica, James Kottak destrói novamente, agora com uma ótima entrosação entre as guitarras de Schenker e Jabs. A letra é boa, acompanhada de um solo rápido, mas excelente. O final é grandioso, onde Klaus Meine simplesmente arrebenta.
A pauleira continua, de uma forma mais manerada, em Let's Rock, que começa bem, com um excelente ritmo, onde Rudolf deixa James Kottak e Klaus Meine sob o comando da música, enquanto Klaus canta, James detona na batera. O refrão, diz o seguinte: "Nós estamos indo deixar uma picada na sua alma", parece que estão se despedindo, com orgulho. O solo desta música é bom, mas não tão grande como, por exemplo, de No Limit ou The Good Die Young.
Sly, tem um ritmo parecido com o de Holiday, do álbum Lovedrive, bem bom. A letra, parece falar que Sly é uma criança que nasceu no verão de 85 e iluminou a vida de uma certa pessoa, que sinceramente, sendo fã declarado da banda, não sei. Está é uma boa balada, onde o vocal de Klaus Meine é o destaque. Está também parece muito uma música da banda Journey, onde a bateria entra depois do primeiro refrão. Gosto de Sly, e o solo é bom,um pouco lento e meloso, mas legal.
Spirit Of Rock é outro destaque do disco. Começa com Rudolf fazendo o que sabe de melhor, ritmar, aí entra Kottak com tudo e Klaus Meine começa: "We are in the ocean". Está é uma música muito boa, podendo estar em qaulquer álbum da banda nos anos 80. O refrão então, pegajoso e um dos melhores do álbum. O solo, no entanto, não é muita coisa, nesta Jabs, deixa a desejar.
The Best Is Yet To Come, o melhor momento do álbum, é a grande faixa que homenageia a "despedida" dos alemães. Na parte de "E como eu posso viver sem você, você é parte de mim", parece estar se despedindo dos fãs. Ela também tem o melhor de Jabs e Rudolf, com o começo e arranjos no meio de Jabs e o ritmo, o melhor do álbum, de Schenker. The Best Is Yet To Come, pra mim, é a melhor música do álbum, com concorrentes ao nível, claro, mas esta supera qualquer dúvida, e mostra que os alemães realmente ainda tem tem vida.
Pra mim, Thunder and Lightning tem a melhor letra do álbum. A música começa um pouco rápida com Jabs e Schenker detonando. Quando Meine começa a cantar, a música fica calma, mas quando chega ao refrão, explode, com um belo trabalho de Kottak na bateria, além do refrão ser bom, mas não é grudento.
Então, sim, o sucesso estrondoso em todo o mundo de Sting In The Tail é pela razão de ter grandes músicas, mostrando que o Scorpions ainda não deixou a peteca cair e tem muita lenha pra queimar.
Lançamento: - Grécia: 14/03/2012
- Alemanha: 19/03/2010
- Reino Unido: 22/03/2010
- Brasil: 15/04/2010
- EUA: 23/03/2010
- Japão: 22/04/2010
Gravação: 2009
Gênero: Heavy Metal/Hard Rock
Duração: 45 minutos e 37 segundos
Produção: Mikael Andersson e Martin Hansen
Prêmios: - Disco de Ouro na Alemanha
- Segunda posição nos discos mais vendidos na Alemanha
- Alcançou a 23° posição na Billboard 200
- Alcançou a 27° posição no ranking de álbuns da ABPD no Brasil
Os melhores desempenhos das Paradas:
1. 1ª posição na European Top 100 Albums
2. 1ª posição na Grécia
3. 2ª posição na Alemanha
4. 2ª posição na Coréia do Sul
5. 3ª posição na República Checa
6. 6ª posição na Áustria
7. 6ª posição na Finlândia
8. 6ª posição no Japão
9. 6ª posição na Rússia
10. 6ª posição na Suiça
Faixas:
1. Raised On Rock - 3:57
(Andersson/Hansen/Meine)
2. Sting In The Tail - 3:12
(Meine/Schenker)
3. Slave Me - 2:44
(Schenker/Meine/Bazilian/Jabs)
4. The Good Die Young (feat. Tarja Turunen) - 5:14
(Schenker/Kolonovits/Meine)
5. No Limit - 3:24
(Schenker/Meine/Bazilian)
6. Rock Zone - 3:17
(Meine/Andersson/Hansen)
7. Lorelei - 4:31
(Schenker/Meine/Thomander/Wikström)
8. Turn You On - 4:25
(Schenker/Andersson/Meine/Hansen)
9. Let's Rock - 3:21
(Schenker/Meine/Bazilian)
10. Sly - 5:15
(Meine/Schenker)
11. The Best Is Yet To Come - 4:34
(Bazilian/Thomander/Wikström/Schenker)
12. Thunder And Lightning (Faixa Bônus) - 4:34
(Schenker/Meine/Kolonovits)
Créditos:
Vocal: Klaus Meine
Guitarra Rítmica: Rudolf Schenker
Guitarra Solo: Matthias Jabs
Bateria: James Kottak
Baixo: Pawel Maciwoda
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