O momento que melhor representa o Scorpions na história, segundo Rudolf Schenker
Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de novembro de 2025
Conversar com Rudolf Schenker é entender que o Scorpions nunca foi "apenas" uma banda de hard rock. Em mais de seis décadas de estrada, os alemães tocaram em mais de 80 países, ajudaram a embalar a queda do Muro de Berlim e ainda hoje lotam arenas como se estivessem no auge dos anos 1980. Mas, se fosse preciso escolher um único instante que resume tudo o que o Scorpions representa, o fundador não titubeia: o US Festival de 1983, na Califórnia.
Em entrevista a Marcelo Vieira em parceria com o Whiplash.Net, Rudolf relembrou que aquele show surgiu em um momento decisivo. A banda estava em estúdio gravando "Love at First Sting" quando recebeu o convite para ser co-headliner de um festival histórico, dividindo o topo da noite com o Van Halen. "Tivemos que interromper as gravações porque 'No One Like You' era um grande hit nos Estados Unidos", contou o guitarrista, lembrando que, antes deles, ainda subiam ao palco nomes como Ozzy Osbourne e Triumph.

Scorpions e "Love at First Sting"
O que aconteceu a seguir, na visão de Schenker, foi o ponto de virada. Diante de mais de 360 mil pessoas, o Scorpions entrou em cena com impacto cinematográfico. "Ganhamos a atenção do público com cinco jatos sobrevoando o palco, e o anúncio: 'Senhoras e senhores, diretamente da Alemanha: Scorpions!'", recordou. Para ele, aquela resposta imediata da plateia, em um festival dominado por gigantes americanos, selou o lugar da banda no mapa do rock mundial. "Fomos os reis daquele festival", resume.
O efeito do US Festival não ficou restrito àquela noite. Um ano depois, o grupo lançaria "Love at First Sting", com "Rock You Like a Hurricane", "Still Loving You", "Big City Nights" e outros clássicos que consolidariam de vez o Scorpions como um dos grandes nomes globais do hard rock. Rudolf lembra que a banda perseguia essa meta desde o começo. "Quando um jornalista me perguntou em 1971 qual era meu objetivo, respondi: 'Ser uma das 30 maiores bandas de rock do mundo'. E chegamos lá."
Na mesma entrevista, Schenker deixa claro que aquele show californiano não foi um golpe de sorte, mas resultado de um jeito de trabalhar. Ele fala de energia, disciplina e de como meditação e ioga o ajudaram a tomar decisões importantes, como cantar em inglês quando os próprios alemães zombavam disso, ou insistir em tocar em outros países quando o mercado local ainda não abraçava a banda. O US Festival foi, portanto, a síntese perfeita: uma banda alemã, com mentalidade global, provando diante de centenas de milhares de pessoas que podia competir de igual para igual com qualquer gigante americano.
Hoje, aos 76 anos, girando a Flying V no palco "como se fosse um garoto em seu primeiro festival", como descreve Marcelo Vieira, Rudolf enxerga aquele dia na Califórnia como o momento em que o Scorpions mostrou ao mundo quem realmente era. Energia, ambição, presença de palco e uma coleção de músicas prontas para se tornarem hinos - tudo isso estava ali. Se é para escolher uma cena que represente a essência dos alemães, para ele não há dúvida: foi sob o sol da Califórnia, diante de 360 mil pessoas, que o Scorpions virou, de fato, o Scorpions.
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