Wolf: som referente ao passado, mas com méritos
Resenha - Ravenous - Wolf
Por Igor Natusch
Postado em 21 de julho de 2009
Ultimamente, uma série de bandas anda investindo em uma abordagem mais "retrô" do Heavy Metal – resgatando não só o visual de couro, rebites e cintos de bala, mas também as sonoridades que associamos mais rapidamente aos anos 80, ou seja, ao "auge" do estilo. O difícil, no caso, é fazer isso com propriedade – ou dizendo de outro modo, soar autêntico e interessante, e não um mero pastiche ou cópia requentada do que era feito há vinte e cinco anos atrás. Nesse sentido, esse grupo sueco pode ficar tranquilo, pois não faltam ao seu som elementos dignos de apreciação.
O Wolf existe desde 1995, e este "Ravenous" é seu quinto álbum completo, ao lado de alguns singles e EPs. O novo CD marca a estreia do baterista Richard Holmgren e do baixista Anders Modd (ex-Tad Morose), que substituiu o membro original Mikael Goding. Com isso, o vocalista / guitarrista Niklas Stalvind tornou-se o único músico a estar presente em todas as formações da banda – não que isso tenha influenciado muito a sonoridade do conjunto, de qualquer modo. Na verdade, o som do Wolf sempre foi, no fundo, o mesmo – um Heavy Metal bem tradicional, remetendo diretamente ao modelo consagrado especialmente pelas bandas alemãs e escandinavas dos anos 80, com um ou outro elemento mais Power / Thrash para dar uma enriquecida na mistura. No caso, a mudança não foi de estilo, e sim fruto da evolução da banda – que nesse "Ravenous" atinge um nível muitíssimo apreciável e interessante.
Desde a abertura, com a veloz "Speed On", até o excelente encerramento com "Blood Angel", o Wolf deixa claro nesse disco que o seu negócio é mesmo Heavy Metal na linha mais tradicional – não há concessões a elementos modernos, partes absurdamente técnicas nem grandes truques de produção, apenas uma série de boas músicas tocadas com energia e confiança. Nenhum problema, desde que o resultado seja bom – e no caso em questão não há como ficar com dúvidas depois de algumas ouvidas no CD. Para os já versados na música do Wolf, podemos dizer que esse novo álbum soa mais pesado e agressivo do que o anterior "The Black Flame", lembrando mais os tempos de "Evil Star" – mas superando-o consideravelmente, eu diria.
A voz de Stalvind soa afiada, e mesmo sem maiores requintes de interpretação se encaixa bem com a sonoridade coesa do bom instrumental da banda. Os temas das letras são bem típicos também: sangue, criaturas sombrias, insanidade e outros assuntos do tipo são correntes na temática lírica do quarteto. E musicalmente a coisa não fica atrás, com riffs marcantes, andamentos que convidam ao ‘banging’ e melodias fáceis de lembrar. Tudo isso a serviço de boas composições como "Secrets We Keep", a ótima "Curse You Salem" (que conta com um trabalho de guitarras muito legal), "Mr. Twisted" e "Love At First Bite" – todas músicas do tipo que se ouve de punhos para o ar, capazes de alegrar a alma e deixar agradavelmente dolorido o pescoço de qualquer fã do estilo oitentista de fazer Heavy Metal.
Originalidade, que fique claro, não é o forte desse CD – de fato, nada que está aqui contido revoluciona de modo algum o que quer que seja dentro do Heavy Metal ou em qualquer outro estilo musical. Mas há muito de reconfortante em ouvir bandas capazes de fazer um som referente ao passado, mas com méritos mais do que suficientes para agradar qualquer um que goste de música pesada de qualidade. "Ravenous" é isso – um disco até modesto na suas pretensões, mas dotado de muitos atrativos para quem gosta simplesmente de ouvir um bom álbum de metal. E podem ter certeza, quem adquirir esse CD não vai ter do que reclamar.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O recado curto e direto que Iron Maiden passou a Blaze Bayley quando o demitiu
10 bandas que encerraram suas atividades em 2025
O guitarrista desconhecido idolatrado por Frank Zappa e John Frusciante
5 rockstars dos anos 70 que nunca beberam nem usaram drogas, segundo a Loudwire
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Por que Angra escolheu Alírio Netto como vocalista, segundo Rafael Bittencourt
Testament, Overkill e Destruction confirmam turnê conjunta em 2026
Steve Harris não descarta um grandioso show de despedida do Iron Maiden
Sharon explica o que a fez desistir de pacto firmado com Ozzy
As duas músicas do Iron Maiden que nunca foram tocadas no Brasil - e podem estrear em 2026
O álbum clássico do Soundgarden que Chris Cornell chamou de "um grande erro"
A resposta de Rafael Bittencourt sobre possibilidade de Bruno Valverde deixar a banda
Regis Tadeu diz que evangélicos são pouco ecléticos e diz que ouve black metal
West Ham: o time do coração de Steve Harris
Neil Peart: o emocionante texto de Mike Portnoy sobre o ídolo


Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



