Resenha - Kommander of Kãos - WOW
Por Ben Ami Scopinho
Postado em 29 de dezembro de 2004
Ao contrário dos dias de hoje, nos anos 80 a mulher não tinha um papel tão relevante dentro da música pesada, tanto que pouquíssimas merecem destaque. Mas com certeza a que realmente honrou toda a marginalidade que o rock n´roll representa, inclusive mais do que muitos homens na época foi esta norte-americana, a rainha da shock rock: Wendy O. Williams.

Vejamos um breve currículo da menina: começa desde os seis aninhos ganhando concursos de pequenos talentos. Com o passar dos anos ela foi de tudo o que se possa imaginar, cozinheira, salva-vidas, dançarina de casas noturnas, estrela pornô (aliás, ela fazia mágica com bolinhas de ping-pong nesses filmes...) e por aí vai.
Em 78 criou o Plasmatics, legendária banda punk, tendo muitos shows cancelados, explosões de carros em suas apresentações, prisões por obscenidades em público, ninguém acreditava no que essa garota fazia, convites para shows na TV eram rotina, fez gravações com Lemmy do Motorhead, entre muitas outras coisas. E sua vida não era somente "degradação moral". Ela ainda tinha as manhas de figurar entre as 10 mulheres mais bem vestidas pela revista People. Em 84 Gene Simmons grava seu primeiro e auto-intitulado álbum-solo.
E em 1986 Wendy coloca no mercado seu próximo solo, "Kommander of Kãos". E que disco! Já a capa mostra sua paixão por destruir coisas usando automóveis, tudo no mais perfeito visual sado-masoquista. Mais heavy que seu antecessor, sua música é uma mistura de Motörhead com algo da melodia hard rock, agressivo e um pouco melodioso. Mas o que mais se destaca é a voz de Wendy, de uma afinada rouquidão única e de maravilhosos gritos.
O disco já começa com singelos grunhidos de porcos, e Hoy Hey (Live to Rock) se inicia numa velocidade e tanto, seguida por "Pedal to the Metal", com coros dando uma força para Wendy. E a terceira faixa começa com guitarras com cheiro de balada... Mero engano. As guitarras vão aumentando de intensidade até explodir na melhor faixa do disco, "Goin´ Wild", pura energia que deve ter aberto muitas rodas nos shows da época. A seguir vem "Ain´t None of Your Business", composta pelos caras do Kiss e gravada ao vivo, com um longo discurso de Wendy. O legal desta canção é que, pouco antes do final, a cantora dá um grito longuíssimo, que nunca escutei coisa igual no metal.
Temos ainda a bem sacana "Party", o cover de Motörhead "Jailbait". "Bad Girl" é a mais rock n´roll do disco e com umas guitarras bem engorduradas, grande faixa. "Fight For The Right" é bem na linha hard pesadão, com refrões daqueles que insistem em não sair da nossa cabeça. E fechando o disco temos a pesadíssima (Work That Muscle) F**ck That Booty.
Ainda lançando algum material do Plasmatics depois desse Kommander, ela dá uma sumida do cenário no final dos anos 80, somente voltando a aparecer notícias em 1998, anunciando sua morte aos 48 anos, cuja causa foi suicídio com um tiro na cabeça, deixando um bilhete onde diz "que todos tem o direito de fazer o melhor que julgam para si". Pode até ser verdade, assim como também é verdade que algumas atitudes deixam muita saudade e um sentimento de que ela poderia ter realizado muito mais aqui nessa confusa Terra.
Divulgaram em algumas revistas especializadas que no exterior está sendo lançado seus dois álbuns-solo no formato dois-em-um. Seria muito interessante se alguém tomasse a iniciativa de colocar esse trabalho no mercado brasileiro, assim a antiga e a nova geração de apreciadores do estilo poderiam conhecer essa grande figura. Se não, o negócio é descolar o vinil de "Kommander of Kãos" mesmo, que saiu por aqui há quase vinte anos...
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