Black Sabbath: No começo era o riff...
Resenha - Paranoid - Black Sabbath
Por Raul Branco
Postado em 23 de fevereiro de 2000
No começo era o riff. E no começo do riff era o Black Sabbath.
Depois de uma estréia brilhante com o disco "Black Sabbath" (ao menos para o público - a crítica da época odiou, apesar de ter alcançado o Top Ten), Tony Iommi (guitarra), Ozzy Osborne (vocais), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) compuseram um time vencedor de canções que formariam um segundo álbum com mais esmero e com muito mais peso, produzido por Roger Bain.
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A obra que se tornaria um referencial para diversas gerações de músicos foi batizada "Paranoid" em substituição ao título original, "War Pigs", censura motivada pela possível relação com a Guerra do Vietnã. Suas oito faixas dinamitam o ouvinte com riffs violentos de guitarra e baixo, pratos estourando para todos os lados; fundindo esta pedrada toda, a voz inconfundível de Ozzy Osbourne, cujos vocais parecem sempre estar neste disco beirando a histeria e a paranóia.
O disco abre com "War Pigs", já dando uma mostra (e que mostra!) do que vem pela frente: a guitarra Gibson SG de Iommi distorcida, o baixo Fender de Butler estalando e a bateria de Ward marcando os tempos fortes, com uma sirene cortando seus ouvidos ao fundo. Depois que Ozzy começa a cantar, a música explode por quase oito minutos, até acabar numa distorção generalizada. Em seguida, a faixa título, "Paranoid", um das mais famosas de toda a carreira do Sabbath, que pode ser vista às vezes num clip psicodélico na MTV. Confesse: você não sente um arrepio quando Ozzy grita : "Can you help me?".
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"Planet Caravan", a terceira faixa, a mais "suave" do disco, tem um arranjo que parece saído da cabeça dos Mutantes e Rogério Duprat. É a pausa que você necessita para agüentar o que vem pela frente, e o que vem são jóias intituladas "Iron Man", "Electric Funeral", "Hand of Doom", "Rat Salad" e "Fairies Wear Boots".
Quem ouviu "Paranoid" na época em que foi lançado (1970) e quem ouve hoje pela primeira vez, percebe de cara o quanto este quarteto estava afinado entre si.
Se a capa de "Paranoid" não é lá uma obra prima, com aquele cruzamento bizarro de motoqueiro/super-herói/guerreiro saindo de trás de uma árvore à noite, te "ameaçando" com um sabre na mão esquerda (referência ao canhoto Tony Iommi?) o selo original da Vertigo era uma viagem, que infelizmente se perdeu ao ser lançado em CD.
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Não vai ser de estranhar se mais álbuns do Black Sabbath ainda aparecerecerem nesta Discografia Básica (como já foi o caso de "Master of Reality"), mas com certeza nenhum outro foi mais influente e tão formador de um estilo do que "Paranoid".
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