Black Sabbath: Uma releitura apaixonada de Paranoid
Resenha - Paranoid - Black Sabbath
Por Eduardo Macedo
Fonte: João Carlos (Maniac Records)
Postado em 30 de abril de 2014
O texto abaixo é uma releitura apaixonada de um dos mais atuantes produtores do cenário underground da Bahia, João Carlos da Guia, sobre o álbum "Paranoid" do Black Sabbath.
Black Sabbath - Mais Novidades
João, que esteve à frente por muitos anos da Maniac Records, onde lançou diversas bandas brasileiras em mais de 10 anos de atividades, completou recentemente 30 anos de Heavy Metal e, este texto é um presente para todos os fãs ardorosos do estilo.
30 anos de Heavy Metal
Lembro-me com se fosse hoje, eu, Leonardo e Rogério Mascarenhas, vizinhos de prédio e companheiros na jornada musical por muitos anos. Havíamos marcado para ouvir o disco, bolachão mesmo, de uma banda que não era conhecida para nós. Tinha comprado no dia anterior em uma loja bem conhecida de Salvador, e importantíssima nessa fase de vida: A Modinha discos. Claro que não sabíamos nada do Black Sabbath, e ainda não tínhamos noção de como esses ingleses fariam parte das nossas vidas.
Faz 30 anos da primeira audição do nosso primeiro disco do Sabbath. PARANOID, segundo disco da banda, gravado em 1970, que completa 44 anos neste ano.
O primeiro impacto foi a parte gráfica, que de tão louca e improvável, era assustadora, e ao mesmo tempo encantadora. Perdi várias horas da minha vida olhando e tentando descobrir coisas da capa, porém nunca descobri nada, nem sei se tinha algo a ser descoberto.
Quando ouvi os primeiros acordes de War Pigs fiquei assombrado com os timbres dos instrumentos. Lembro que discutia com os outros dizendo que as peles de bateria eram de animais, por isso o som tão peculiar e diferente, mas não sabia de nada da história, eram só meras e ingênuas suposições. "Depois fiquei hipnotizado pela faixa título, que música, que riff, que tudo, confesso! Hoje não consigo ouvir muito, mas sempre sinto sua falta, sabe?"
A terceira é Planet Caravan. Alguém, não lembro quem, falou: "Que música boa, tranquila." Pensei, não falei: Tranquila? Perturbadora! e ainda hoje acho isso.
Iron Man, a mesma sensação de Paranoid, que tudo! Teve o mesmo fim, não consigo ouvir mais. Fim do primeiro lado. Sem fôlego, constatei incrédulo, isso foi só a metade do disco, nossa! Como será o segundo lado? Afoito, virei a bolacha e fui para a parte final.
Macabra, assustadora, aterrorizante. Fiquei imóvel, sem falar, que sensação. Eletric funeral, que faixa, até hoje tenho a mesma opinião, acho inclusive bem moderna. Construção, timbres, tudo.
Na seqüência, Hand of doom. Climas, performances de todos, sonoridade, o disco ia acabando e cada vez ficando melhor. Inacreditável!
Rat Salad é a única instrumental, foda, solo de guitarra, groove contagiante. Impressionante, a mesma banda que fazia coisas simples, pesadas, fazia isso e com um solo de batera inspirado.
Fiquei boquiaberto, nem conseguia colher informações de meus amigos.
A última música do disco, Fairies Wear Boots. Antes de começar, pensei, agora vem a música ruim. Normal, até aceitável, a última, sem inspiração. Que nada, um petardo! Vigorosa, intensa, poderosa, e com um dos solos de guitarra que mais gosto. Viajo nessa música, de verdade, me leva a lugares bem distantes e ímpares.
Pronto! Fim. Sem fôlego nem palavras, incrédulos. Ouvimos o melhor disco das nossas vidas, até aquele momento. Olhávamos um para o outro e nada falávamos, tínhamos medo, creio eu, de falar bobagem, ou não conseguir descrever o acontecido. Fomos atropelados, feitos aos pedaços pelo som desse registro incrível dessa banda única e alucinante. Passaram-se 30 anos. Ainda acho a mesma coisa, não tiro uma vírgula desse texto.
Outras resenhas de Paranoid - Black Sabbath
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
O disco do Metallica que para James Hetfield ainda não foi compreendido; "vai chegar a hora"
A música do Kiss que Paul Stanley sempre vai lamentar; "não tem substância alguma"
O clássico do metal que é presença constante nos shows de três bandas diferentes
Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
Os melhores guitarristas da atualidade, segundo Regis Tadeu (inclui brasileiro)
Ritchie Blackmore faz rara aparição pública e rasga elogios a Bryan Adams
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
As duas bandas que atrapalharam o sucesso do Iron Maiden nos anos oitenta
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Steve Morse admite ter ficado magoado com o Deep Purple
David Ellefson relembra show que Megadeth fez como trio ao lado de Exodus e Testament

Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
Viúva de Ronnie James Dio afirma que ficou feliz com último show de Ozzy Osbourne
A reação de Ozzy Osbourne ao cover de "War Pigs" gravado pelo Judas Priest, segundo Rob Halford
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
O que realmente fez Bill Ward sair do Black Sabbath após "Heaven & Hell", segundo Dio
Os 75 melhores discos da história do metal, segundo o Heavy Consequence
O pior álbum que Dio gravou ao longo de sua carreira, segundo a Classic Rock
Charlie Brown Jr.: uma experiência triste e depressiva


