Resenha - Be - Pain Of Salvation
Por Sílvio Costa
Postado em 25 de janeiro de 2005
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
A relevância do Pain of Salvation já é fartamente reconhecida por aqueles que já tiveram oportunidade de apreciar o belíssimo trabalho desse grupo. Se nunca foi muito fácil entender as mensagens do genial Daniel Gildenlow, a tarefa se mostra ainda mais ingrata em Be. O conceito desse novo álbum, segundo as palavras do próprio Gildenlow, gira ao redor das conexões entre fé, ciência, religião e Deus. As letras continuam herméticas e, em alguns casos, introspectivas ao extremo (impossível se compreender algumas delas sem a ajuda do seu criador) e, do ponto de vista musical, a banda não apenas resolveu ultrapassar todos os limites impostos por rótulos e estilos, mas também foi capaz de criar um trabalho coeso, ainda que mais pareça um amontoado de recortes. Be não é um disco para ser ouvido. É para ser digerido lentamente.
Pain Of Salvation - Mais Novidades

As intercalações narrativas podem até soar cansativas, mas são fundamentais para a compreensão da história narrada. Como eu já disse, não há um rótulo para o Pain of Salvation e, se até o Remedy Lane (2002) ainda era possível incluí-los, razoavelmente, no rol das bandas de prog metal, Be torna isso impraticável, o que está muito longe de ser um problema. Be é um disco que transborda sentimentalidades e ultrapassa todos os limites em termos de composição e de exploração de novos terrenos musicais. Tudo isso sem perder de vista a coesão do conceito (ou dos conceitos, já que há uma grande linha narrativa, que se fragmenta em partes menores até chegar ao nível dos sentimentos puros. Teorizar em cima disso é pura perda de tempo. Tem que ouvir e tentar entender).
O disco alterna melodias celtas lindíssimas ("Imago – Homines Partus") e momentos de heavy metal clássico grandioso ("Nihil Morari", que lembra muito o Remedy Lane em alguns momentos). A quebradeira corre a toda, fazendo a alegria do Mike Portnoy (fã declarado do quinteto sueco). Do ponto de vista individual, além da lindíssima voz de Daniel, outro inegável destaque é a precisão do baterista Johan Langell. A mesma inconstância de sentimentos transmitida pelo conceito (e sub-conceitos) é repassada pela música. Não é raro que uma mesma música (como é o caso de "Imago (Homines Partus)" transmita sentimentos díspares e antagônicos. Numa mesma faixa – tomemos como exemplo a inacreditável "Martius/Nauticus II" – há momentos de pura inspiração celta, com um pouco de metal melódico mais direto, percussão saída diretamente de algum ritmo latino perdido, acrescentado de elementos eruditos aplicados diretamente sobre essa mistura. Tudo isso em pouco mais de seis minutos. Alguns chamam isso de pretensão exacerbada. Eu chamo de talento).
Ouvir o Pain of Salvation é uma experiência marcante. Não apenas pela complexidade das músicas – que pode soar pretensiosa e auto-indulgente para alguns – mas principalmente porque em meio a tanta falta de inteligência e de tantas bandas que soam iguais, Daniel Gildenlow acrescenta idéias e sentimentos a um estilo freqüentemente acusado de não possuir nenhum desses dois elementos. Quer uma prova disto? Ouça a faixa "Vocari Dei Sordes Aetas - Mess Age". Trata-se de uma linda canção que traz mensagens para Deus deixadas por fãs da banda, por intermédio de um programa que simulava uma secretária eletrônica, que ficou disponível no site oficial enquanto a banda estava trabalhando no disco.
Banda:
Daniel Gildenlow – voz, guitarra
Kristoffer Gildenlow – baixo, voz
Johan Hallgren – guitarra, voz
Frederik Hermansson – teclados
Johan Langell – bateria
Kingdom of loss – Pain of Salvation official site:
http://www.painofsalvation.com
Outras resenhas de Be - Pain Of Salvation
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
Banda dinamarquesa perde grande parte de seus equipamentos em incêndio
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
A faixa do Iron Maiden que ficou com 5 minutos a mais do que eles imaginaram
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
O disco de hip-hop que fez a cabeça dos irmãos Cavalera nos anos 80
O guitarrista que Eddie Van Halen copiava nota por nota do que ele tocava
A melhor banda de rock nacional para cada letra do alfabeto

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



