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Punk e Rock Progressivo Juntos: dois artistas que tentaram essa aproximação

Por Jonathan Pires Fernandes
Postado em 08 de julho de 2017

O rock, provavelmente, é o gênero musical que mais possui subgêneros. Como consequência, observamos inúmeras disputas entre os fãs de rock sobre qual gênero é o melhor. Aprioristicamente, isso pode parecer bobagem, mas se você é apreciador do gênero musical, já deve ter visto situações desse tipo: fãs de heavy metal que odeiam profundamente o grunge; fãs de rock progressivo que odeiam punk; e fãs de punk que odeiam o rock progressivo. Para muitos, é quase uma rivalidade futebolística: parece que alguém é proibido de curtir determinado subgênero se gostar de outro. Avessos ou não a essas "disputas" e "rivalidades", alguns artistas de rock promoveram misturas, no mínimo, inusitadas como veremos a seguir.

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Exemplo 1: Frank Zappa

Frank Zappa é bastante conhecido por ter atravessado inúmeros gêneros musicais em seus mais de 60 discos. Rock, Jazz, Reggae, Vanguarda... Praticamente tudo cabia na discografia de Frank Zappa. No final dos anos 70, o músico americano gravou três discos de Rock Progressivo: "Live in New York" (1978), "Sheik Yerbouti" (1979) e "Joes's Garage" (1979). No segundo, há a clássica canção "Broken Hearts Are For Assholes" que se inicia com um andamento rápido e com riff de punk rock:

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Embora Zappa visse o Movimento Punk como outro modismo, é inegável que o riff principal dessa canção tem forte influência do punk rock. E o mais curioso é que a canção, apesar do riff punk, pode ser classificada como um rock progressivo, pois muda várias vezes de andamento e arranjo. Aqui temos uma mistura completamente inusitada entre subgêneros do rock que "se odeiam".

Para complementar, no mesmo ano do lançamento de "Broken Heart Are For Assholes", o célebre compositor ainda gravou o disco ao vivo "Tinsel Town Rebellion". Nele, há uma canção homônima ao álbum que satiriza o Movimento Punk, mas também há a presença de "I Ain't Got No Heart", canção do primeiro disco do músico que ganha um arranjo diferente, ficando bastante acelerada. Na minha visão, se aproxima, ainda que vagamente, do punk:

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Passemos agora para o outro exemplo.

2) The Jam.

Formada por Paul Weller (voz e guitarra), Rick Buckler (bateria) e Bruce Foxton (baixo), a banda punk The Jam nunca foi de renegar artistas do passado como faziam seus colegas punks de bandas como Sex Pistols e The Clash. Jhonny Rotten, vocalista do Pistols, andava com uma camisa escrita "Eu odeio Pink Floyd". Joe Strummer, líder do Clash, cantava a plenos pulmões: "sem Elvis, Beatles ou Rolling Stones em 1977". Paul Weller, ao contrário, nunca escondeu ser fã de bandas como Kinks e The Who; e sempre foi aficionado por Black Music.

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Durante sua curta existência, a banda gravou seis discos. Os dois primeiros, "In The City" (1977) e "This Is The Modern World" (1977), são discos de puro punk rock. O terceiro, "All Mod Cons" (1978), é mais chegado ao pop rock. Entretanto, o que nos interessa aqui é o quarto disco: "Setting Sons" (1979). A banda planejava que "Setting Sons" fosse um álbum conceitual que contaria a história de amigos que relembram os bons tempos, em um mundo destruído por guerras.

Uma banda de origem punk pensar em fazer um álbum conceitual já é algo inusitado, levando em consideração que álbuns desse tipo eram bastante comuns em bandas de rock progressivo, gênero execrado pela turma de 1977 - "Aqualung" (1971), da banda progressiva Jethro Tull é um exemplo de disco conceitual. A verdade é que o projeto do The Jam acabou não se concretizando, mas algumas canções que eram do projeto acabaram entrando no disco. Duas delas são as mais curiosas do álbum: "Little Boy Soldiers" e "Wastelands".

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A primeira se inicia com um dedilhado e logo depois temos um arranjo comum de um punk rock meio chegado ao pop rock, com um violino ao fundo. Entretanto, logo depois, a bateria simula um clima de quartel e a música muda de arranjo: afasta o baixo e mantem apenas a guitarra e batidas marciais ao fundo. No meio da canção, mais uma vez o arranjo muda e temos apenas um violão como base. Logo após uma ponte, a canção retorna ao punk rock simples do início.

Mudando ritmo, harmonia e melodia duas vezes, poderíamos considerar "Little Boy Soldiers" uma canção de rock progressivo, levando em conta que essas mudanças são comuns ao gênero? A verdade é que o instrumental da canção é simples, no entanto, ela atesta que o The Jam flertaria com o rock progressivo, caso "Setting Sons" tivesse sido de fato um disco conceitual.

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"Wastelands", com seu clima calmo e flautas ao fundo também sugere essa aproximação. Flautas lembram Jethro Tull, outra banda progressiva.

Finalizados os exemplos, algumas conclusões.

1) Frank Zappa mais uma vez mostrou que gostava de surpreender os seus ouvintes, sendo o músico inquieto e experimentalista que era. Ainda que sua intenção tenha sido apenas brincar ou "zoar" com o punk, o arranjo de Broken Hearts Are For Assholes" não deixa de ser surpreendente e inusitado.

2) The Jam mais uma vez mostrou que, apesar de sua origem punk, não era adepto do radicalismo exacerbado de seus contemporâneos que tentavam renegar a maior parte do que fora feito no passado. Poderia muito bem ser moderno sem, necessariamente, ter que renegar suas influências, que eram várias: rock anos 50, rock sessentista, black music... Será que até mesmo rock progressivo? Quem sabe...

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