Bruce Dickinson fez uma apresentação impecável com canções novas e clássicos em POA
Resenha - Bruce Dickinson (Pepsi On Stage, Porto Alegre, 25/04/2024)
Por Guilherme Dias
Postado em 02 de maio de 2024
Um dos melhores shows que Porto Alegre recebeu nos últimos anos aconteceu no dia 25 de abril de 2024, no Pepsi On Stage, localizado na zona norte da cidade. Bruce Dickinson trouxe ao Brasil a "The Mandrake Project Tour" e realizou uma apresentação impecável com canções novas e clássicos de toda a sua carreira autoral. Essa foi a quinta passagem do cantor pela capital gaúcha, sendo três delas com o Iron Maiden nos anos de 1992, 2008 e 2019 e com a apresentação de um tributo ao Deep Purple em 2023, por coincidência, também no dia 25 de abril.
Bruce Dickinson - Mais Novidades
Conhecido mundialmente por ser a voz do Iron Maiden, Bruce possui uma carreira solo maravilhosa, com sete álbuns gravados. O primeiro deles "Tattooed Millionaire", lançado em 1990, e o último "The Mandrake Project", que apareceu para o mundo em março deste ano. As últimas vezes que o inglês apresentou turnês próprias foram em 1999, na turnê do disco "The Chemical Wedding", com passagem por diversas cidades do Brasil, e, em 2002, com alguns shows em festivais europeus. Na atual turnê, ele é acompanhado por Philip Näslund (guitarra), Chris Declercq (guitarra), Tanya O’Callaghan (baixo), Giuseppe "Maestro Mistheria" Iampieri (teclados) e Dave Moreno (bateria). Após a intro "Toltec 7 Arrival", Bruce e sua banda entraram no palco com "Accident of Birth" e o cartão de visitas do público foi apresentado com praticamente todo mundo cantando o refrão da música, o que não foi diferente nas seguintes: "Abduction" (executada pela primeira vez ao vivo apenas este ano, presente no disco "Tyranny of Souls", de 2005) e "Starchildren" (presente pela segunda vez no repertório atual, o que não acontecia desde 1997).

Após gritos de "Bruce, Bruce, Bruce" vindos da plateia, foi a vez de apresentar "Afterglow of Ragnarok", canção do último disco e também lançada como single no final de 2023. Em "Chemical Wedding", a pista veio a baixo, tamanha a empolgação do público, com gritos e cantos altíssimos no refrão. Uma pequena pausa para Bruce respirar, desejar boa noite para Porto Alegre e avisar: "Tocaremos muitas músicas hoje. Vocês devem saber o set-list de ontem e das noites anteriores, mas hoje será diferente". Na sequência da novata "Many Doors to Hell", foi a vez de uma das que não estava presente nas noites anteriores, uma das baladas de "The Chemical Wedding" (1998), "Jerusalem". Em "Resurrection Men", destaque para o solo de baixo da talentosa e experiente Tanya e a presença de Bruce na percussão ao lado da bateria do incansável e técnico Dave.

Na pista premium do Pepsi On Stage existe um espaço aberto, com uma gigantesca porta, com a qual Bruce pareceu se sentir incomodado, pois pediu para que a "maldita" porta fosse fechada e só iniciou "Rain on the Graves" quando ela estava completamente fechada. Enquanto o violão de Näslund era posicionado mais uma vez no palco, Bruce disse: "Essa sempre tocamos aqui no Brasil", referindo-se a "Tears of the Dragon", última faixa de "Balls to Picasso" e lançada também como single, em 1994, foi apresentada de forma brilhante e sentimental. "Darkside of Aquarius" foi a última antes do bis, que iniciou com a melódica e emocionante balada "Navigate the Seas of the Sun" e, ainda, "Book of Thel" e "The Tower", que também se tornou um clássico de Bruce ao longo dos anos.

Foi uma noite histórica, de guardar na memória para sempre. Para os fãs de longa data foi uma espera de mais de 20 anos e algo inimaginável para os fãs mais jovens. A casa de shows não estava completamente lotada, mas os presentes cantaram sem parar durante as duas horas de show. A banda de Bruce, extremamente qualificada e carismática, mostrou um entrosamento incrível do sueco Näslund e do suíço Declercq nas guitarras e uma alegria descomunal do italiano Maestro Mistheria que, em diversos momentos, passeou pelo palco com o seu keytar. Bruce foi energético, comunicativo e cantou de forma magnífica do início ao fim, sem deixar a desejar em momento algum, mesmo rumo aos 66 anos de idade. Para os fãs de Bruce Dickinson e Iron Maiden, a espera por um novo encontro será breve, isso porque a "Future Past World Tour" irá passar pelo Brasil em dezembro deste ano.

Quem realizou a abertura do espetáculo foi a Clash Bulldog’s. Banda formada em 2020 e que, atualmente, conta com Vitor Pennutt (vocal), Daniel Stone (guitarra), Bruno Eller (baixo) e Mauricio Tarrago (bateria). Vitor foi muito comunicativo e interagiu bastante com o público nos intervalos entre as músicas. Apresentaram músicas lançadas no disco "Bark Power" de 2023, com destaque para "Anger Grows" (gravada com Blaze Bayley ex-Iron Maiden) e os covers de "Them Bones" do Alice in Chains e "Sad But True" do Metallica.

Fotos por: Guilherme Dias

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



AC/DC anuncia show extra no Chile e encerra adição de datas na América do Sul
O hit do Nirvana sobre Whitesnake, Guns N' Roses, Aerosmith e Led Zeppelin
Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Cinco músicas totalmente excelentes lançadas em 2025
Os 25 melhores álbuns do metal britânico, segundo o RYM
O álbum que rachou o Deep Purple: "O Jon gostou da ideia, mas o Ritchie não"
A opinião de Rafael Bittencourt sobre bandas que ficam se apoiando no "Angraverso"
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
O guitarrista que é o melhor da história e supera Jimi Hendrix, segundo Steve Vai
A música que encerrou todos os shows que o AC/DC fez no Brasil
A música do Queen que Freddie Mercury só tocava no "piano errado"
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
30 clássicos do rock lançados no século XX que superaram 1 bilhão de plays no Spotify
West Ham une forças ao Iron Maiden e lança camiseta comemorativa


A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
O ícone do heavy metal que iniciou a carreira solo por acidente
Paul Di'Anno era mais lendário que Bruce Dickinson, opina Blaze Bayley
A capa de álbum do Iron Maiden que Bruce Dickinson acha constrangedora
Steve Harris não sabia o que esperar quando Bruce Dickinson e Adrian Smith voltaram ao Iron Maiden
"Bruce Dickinson é mais profissional que Paul Di'Anno era", destaca Adrian Smith
A banda grunge que para Bruce Dickinson era o "Led Zeppelin dos tempos modernos"
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista


