Stone Temple Pilots agitou o Summer Breeze Brasil com seus clássicos roqueiros
Resenha - Stone Temple Pilots (Summer Breeze Brasil, 29/05/2023)
Por André Garcia
Postado em 30 de abril de 2023
São poucas as bandas que sobreviveram à morte de um vocalista carismático, como foi o caso do AC/DC. O Stone Temple Pilots perdeu não um, mas dois icônicos vocalistas: Scott Weiland e Chester Bennington (mesmo que não estivessem mais na banda quando morreram).
Fotos: Liny Oliveira
A banda resistiu aos baques e decidiu tentar um vocalista mais desconhecido, na esperança de construir com ele um novo capítulo, assim como foi feito pelo Alice in Chains após a morte de seu vocalista original. Com Jeff Gutt no vocal desde 2017, essa nova formação já lançou dois álbuns, e veio ao Summer Breeze promover o mais recente deles, "Perdida" (2020).
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Será que os fãs que deixaram a banda de lado nos últimos anos devem dar uma chance a essa nova versão dela? A resposta é sim!
Pelo fato de seu último trabalho ser bem acústico, lento e introspectivo, eu esperava que o show seguisse essa linha. Ao invés disso, eles optaram por um setlist pesado repleto de clássicos. Veterana, a banda sabia que estaria diante de uma plateia formada por headbangers.

A primeira coisa que chamou atenção foi a semelhança de Jeff com seu antecessor Scott Weiland. Semelhança essa tanto pelo cabelo curto e platinado quanto pelos seus movimentos no palco. Se isso é algo bom ou ruim, cabe a cada um julgar. A mim, vez ou outra pareceu um cover, mas não chegou a me incomodar, pelo menos ele não cantou nenhuma música com um megafone). Vocalmente, ele cantou muito bem todas as músicas e deu seu melhor no palco; o que basta para me agradar. Diversas vezes ele desceu do palco para subir na grade e cantar junto da parte da plateia que cantava todas as músicas.

Jeff Gutt não vai fazer os fãs esquecerem Scott Weiland, obviamente, mas consegue ocupar seu posto com competência (melhor que o próprio Scott, a depender da época).
O restante da banda é meio paradona. O baixista Robert DeLeo, depois de algumas músicas, até se soltou mais, andou pelo palco, falou com a plateia, tocou trechos improvisados nos (breves) intervalos… Já seu irmão mais velho, o guitarrista Dean DeLeo, com suas poses à la Joe Perry, ficou o tempo todo perto de seus pedais, com a franja na cara e olhando para baixo.
A dupla pode não ter sido a coisa mais interessante do festival em termos visuais, mas mandaram muito bem. Principalmente o guitarrista. Afinal, embora se trate de uma banda basicamente grunge, suas músicas possuem timbres, sonoridades e texturas diversas. Tanto no som limpo quando no som sujo e borrado. Instrumentalmente, eles soaram como deveriam.

Exceto o baterista Eric Kretz, que parece ter excedido (no bom sentido) tecnicamente a forma como tocou nas gravações. Não é sempre que em um show como esse o baterista chama sua atenção e te faz questionar: "A bateria era irada assim nessa parte da versão de estúdio?"
O quarteto se favoreceu do fato de ter tocado à noite, o que permite um uso muito mais amplo das luzes e do telão. Apesar disso, na maior parte do tempo, a iluminação foi utilizada de forma protocolar. Nos poucos momentos extraordinários, em que chamou atenção, as luzes criaram efeitos bacanas, que complementaram o som.
Embora a plateia tenha ficado paradona na maior parte do tempo, hits como "Plush" e "Sex Type Thing" levantaram parte dos headbangers blasé. Já os fãs, lá na frente do palco, deram um show à parte. Uma coisa que me desagravou foi a apresentação do jogo Diablo 4 (patrocinador do evento), com cosplays aparecendo na frente do palco e desviando a atenção do público. Não foi por acaso que o vocalista desceu do palco, esbarrou (propositalmente?) em um dos cosplays, e subiu na grade bem na frente deles. Acredito que para a banda isso não seja legal, poderiam ter esperado o show acabar, já que faltavam apenas duas músicas. Mas entendo também que cronograma é algo muito complicado em um evento com tantas atrações, e hora certa para acabar.
No geral, curti mais o show do que o esperado. Hoje em dia, quando você fala de Stone Temple Pilots, muitos perguntam "Essa banda ainda existe?". No Summer Breeze eles mostraram que ainda existem e ainda têm motivo para isso. E não apenas por mero saudosismo, ou por ser uma das últimas bandas grunge que ainda estão na ativa. O STP ainda é uma grande banda de rock. E, agora, com um vocalista mais… equilibrado, torço para que a banda tenha uma trajetória mais tranquila. Afinal de contas, eles já tiveram sua cota de turbulências ao longo de muitos anos, por conta dos problemas pessoais e demônios internos de Weiland.
Summer Breeze Brasil 2023
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