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Thorhammerfest: Resenha e fotos da sétima edição do festival

Resenha - Thorhammerfest (Clube Piratininga, São Paulo, 20/11/2013)

Por Pierre Cortes
Postado em 27 de novembro de 2013

Quarta-feira, tarde de intenso calor, pleno feriado na cidade de São Paulo. Um dia aparentemente tranquilo, mas para os amantes do Viking Metal a data é sagrada. Dia de mais uma edição do Thorhammerfest, o festival brasileiro que reúne bandas de Pagan/Folk/Viking Metal. Prato cheio para os amantes do estilo.

Fotos: Kennedy Silva

Em sua sétima edição, o festival acontece em um novo local: Clube Piratininga - Higienópolis. O espaço é de fácil acesso, pois fica próximo ao metrô e, de forma geral, as instalações são boas e amplas. E o público iria conferir 5 apresentações, sendo 4 bandas nacionais e 01 internacional.

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Por volta das 14h30, o público já começava a adentrar o local. Além das atrações, havia também produtos relacionados ao universo Viking: CDs, LPs, pingentes, brincos, bijuterias, roupas, armaduras, capacetes, hidromel. Tudo chamava a atenção e, de uma forma ou outra, fazia com que os presentes tivessem a sensação de retornar às épocas medievais.

Às 15h30 iniciou a primeira apresentação do Thorhammerfest. Bem, não era uma banda, mas sim uma simulação de batalha. Presentes em edições anteriores, os responsáveis por isso foram os guerreiros do ORDO DRACONIS BELLI. E eles se apresentam de maneira imponente: armaduras, espadas e, acima de tudo, vigor nas batalhas. Golpes e gritos tornam a encenação convincente e faz com que o público se anime e participe de forma ardente. É um espetáculo à parte e uma ótima forma de fazer a introdução para as atrações musicais.

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Alguns minutos após a apresentação das batalhas, sobe ao palco o primeiro grupo do dia. Trata-se do RED SUNLIGHT, banda de Viking Metal de Joinville/SC. Formados em 2011, o quinteto mandou bem na performance. Iniciaram com "Scream of War", pesada e intensa. Na sequência veio a poderosa "In Odin We Trust" e, a partir daí, foram executando as composições que fazem parte do EP homônimo lançado neste ano.

Os riffs de guitarra eram muito bons, mas o que de fato muito chamou a atenção foram os solos feitos pelo guitarrista Adan Medeiros. Fantásticos. Já o peso vinha também das baquetas de Weslei Harnack, um dos responsáveis por fazer a apresentação do RED SUNLIGHT ser uma devastação sonora. Gustavo Schmitz, dono de uma voz forte e carregada de agressividade, marcou sua estreia ao vivo com a banda e mostrou para o que veio. Estavam um pouco tímidos no palco, mas isso não tirou o brilho da performance. Após cerca de 40 minutos de espetáculo, encerraram com a música que leva o nome do grupo.

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Breve pausa para a próxima atração. Não demorou muito e o pessoal do LÓCHRANN já estava no palco. Oriundos de Campinas, o grupo formado em 2007 executa um Folk Metal cheio de melodia e com muita qualidade. Sem realizar shows a algum tempo e com a formação um pouco distinta da que os vi anteriormente, o quinteto fez uma apresentação competente e bastante empolgante. O show foi recheado com composições que farão parte de "Moonlight Dance", seu primeiro trabalho, que ainda não tem uma data precisa para o lançamento.

Gordo Bardo, o vocalista, é uma figura bastante carismática e sabe muito bem conduzir e envolver o público. Além das vozes, ele é também responsável pelas flautas, whistles e banjo. Outro destaque na performance é a presença dos violinos, que muito bem foram manejados por Mário Bouth. Aliado a isso, a cozinha instrumental tradicional (guitarra, baixo e bateria) foi corretamente desempenhada. Visualmente falando eles estavam bastante "comportados", já que deixaram o Kilt de lado e usavam calças comuns. Óbvio que isso não os influencia no som, mas certamente valorizaria a presença no palco. Com cerca de 40 minutos de apresentação, o LÓCHRANN encerrou sua performance com "Pagan Pride".

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Nova pausa para a entrada da próxima banda. Ás 18h00, o OPUS TENEBRAE entra em ação para nos brindar com seu Celtic Black Metal recheado de influências do Death e Folk Metal. E sinceramente falando, eles impressionaram o público de forma grandiosa. Não somente pelo som maravilhoso que executaram, mas também pela postura, visual e performance de palco. A exemplo do LÓCHRANN, o OPUS TENEBRAE também já havia participado de outra edição do Thorhammerfest.

O vocalista Roberto Opus, além de ser um bom cantor, soube muito bem interagir com o público. A todo instante expunha suas origens celtas e, com muito entusiasmo e respeito, agradecia aos presentes pelo apoio à banda, ao Metal e também ao festival. Outro membro que também chamou muito a atenção no palco foi Gabriel Macieski, imponente com seu contra baixo. Ele também ficou responsável pelos backing vocais que estavam aliados aos do guitarrista Decio Andolini. Desta forma ambos criavam um contraponto com os vocais de Roberto. E não parou por aí, pois trouxeram uma convidada especial: May de La Peña. Graciosa e simpática, ela dominou a gaita de Fole e fez com que o espetáculo se tornasse majestoso. Composições como "Celtic Mistery", "In My Blood", "Aurea Hyspania" e "Under the Sign of Cain" foram alguns dos belos hinos entoados nessa performance que durou cerca de 50 minutos.

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A próxima banda era a última nacional da noite e subiu ao palco um pouco após às 19h00. O OBSCURE VALLEY é de Taubaté, interior de São Paulo, e pratica o que eles chamam de Pagan Epic Progressive Metal. Formado em 1996, o grupo é influenciado pelo som progressivo das bandas das décadas de 70 e 80 aliados ao bom e velho Heavy Metal. Com duas demos lançadas e um álbum, o trio fez uma apresentação bastante caprichada.

Marcos Pagan Spirit, vocalista/tecladista, mandou muito bem. Ele é dono de uma voz firme e rasgada e utilizou a melodia dos teclados de forma a se equilibrarem com o peso e vigor da guitarra e bateria. Impressionou bastante a atuação do guitarrista Fabrício Kaithano, que caminhava de um lado ao outro do palco e fazia riffs e solos incríveis e cheios de técnica. Já Daniel Carvalho, o batera, tinha uma pegada que dava um peso absurdo ao grupo. Mesmo não havendo baixista na apresentação, o OBSCURE VALLEY realizou uma devastação sonora no Thorhammerfest. Chegava a ser curioso ver como apenas 3 pessoas no palco conseguiam produzir um som tão intenso e forte. Fizeram uma performance com composições calcadas em "Aracê", o álbum de 2010. Sinceramente falando, fecharam com chave de ouro as apresentações das bandas nacionais. Grandiosos.

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Restava agora o SKYFORGER, a atração internacional da noite. Essa foi a estreia da banda em terras brasileiras e a única apresentação no nosso país. Já era possível identificar o quanto os presentes estavam ansiosos em poder conferir a performance do grupo. Formado em Riga, capital da Letônia, o SKYFORGER iniciou suas atividades em 95 e já possui 5 álbuns lançados. Suas letras, cantadas no idioma nativo, tratam de temas do folclore báltico e da cultura letã e, quanto ao som, executam um Pagan recheado com Folk Metal.

O relógio marcava 20h15 quando esses letões apareceram no palco do Clube Piratininga. A pista estava cheia e todo mundo se amontoava para conseguir chegar mais perto. Começaram o show com um simpático "Olá, amigos". Isso, por si só, já foi motivo de euforia e orgulho em recebermos o quarteto em nosso país. A partir daí o massacre sonoro se fez presente. Começaram o show com a música "Kauja pie Saules. 1236.", que faz parte do primeiro álbum. O som estava perfeito, a iluminação boa, a banda agitava bastante e Peter, o vocalista/guitarrista, demonstrava simpatia e entrosamento com a plateia que ao mesmo tempo respondia de maneira muito positiva.

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Após vieram as seguintes canções: "Kad Ūsiņš jāj" do álbum "Pērkoņkalve" (2003), com riffs de guitarra poderosos; a pesada e rápida "Kauja pie Plakaniem, kauja pie Veisiem" do álbum "Latviešu strēlnieki" (2000); "Ķēves dēls" do "Kurbads" (2010), o último Full-length da banda. O grupo conseguiu caminhar entre as composições de todas as suas obras de uma forma muito homogênea. À medida que o show transcorria, o público vibrava e não foram raros os momentos em que se formaram rodas no meio da plateia que agitava loucamente. Peter e Egons, a dupla de guitarristas, estava muito bem entrosada e afiada. Era bonito ver a forma como se portavam no palco, pois pareciam verdadeiros vikings prontos para entrar em campo de batalha. Obviamente podemos dizer o mesmo de Zirgs (baixista) e Mazais (bateria), autênticos bárbaros tanto na postura de palco quanto no manejo de seus respectivos instrumentos.

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Conforme o próprio Peter havia dito em entrevista anterior, o SKYFORGER iria tocar alguns temas Folk nessa performance. E como promessa é dívida, eles assim fizeram. Um dos momentos mais marcantes do show neste sentido foi quando executaram a canção "Zirgi Zviedza" do álbum "Zobena dziesma" (2003). Foi lindo ver o grupo entoando a música como se fosse um hino sagrado, quase uma invocação. O show foi transcorrendo de maneira intensa e repleto de ótimos solos, riffs rápidos e muito peso. Por volta das 22h00, o quarteto da Letônia estava finalizado a apresentação com "Pēdējā Kauja", música do álbum "Kurbads". Fecharam grandiosamente o festival e deixaram o público com um gosto de quero mais e com a vontade de, o quanto antes, ver uma nova apresentação.

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E assim terminou mais uma edição do Thorhammerfest, festival que cresce e se supera a cada ano, nos brindando com ótimas bandas de um estilo que vem se propagando tanto lá fora quanto aqui. E como prova de ótima organização, os produtores já nos revelam antecipadamente as atrações da oitava edição, que acontece no dia 18 de Abril de 2014 no mesmo local. Serão 04 bandas nacionais - IRON WOODS, PAGAN THRONE, ARTHANUS, VINGARD - e pela primeira vez e com única apresentação no Brasil, os Suecos do THYRFING. Que venha o quanto antes.

SKYFORGER – SET LIST

Kauja pie Saules. 1236.
Kad Ūsiņš jāj
Kauja pie Plakaniem, kauja pie Veisiem
Ķēves dēls
Velnukāvējs
Kauja Garozas silā. 1287.
Tīreļa Purvā
Nakts Debesu Karakungs
Zirgi Zviedza
Nāves sala
Pazemē
Kurši
Pulkvedis Briedis
Svētais ugunskrusts
Migla Migla, Rasa Rasa
Gada īsākā nakts
Pēdējā Kauja

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Sobre Pierre Cortes

Pierre Cortes, paulistano, bacharelado em Publicidade e em Cinema, amante da fotografia e escrita, apreciador do Heavy Metal e todas as suas subdivisões desde o início dos anos 80, colaborador do Whiplash.Net desde 2011, Twitter - @pierrecortes.
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