Blue Oyster Cult: São Paulo cultua a ostra azul
Resenha - Blue Oyster Cult (HSBC Brasil, São Paulo, 24/02/2012)
Por Henrique Santiago
Postado em 27 de fevereiro de 2012
O grupo estadunidense pisou em solo brasileiro pela primeira vez em uma apresentação repleta de clássicos.
Texto: Henrique Santiago / Fotos: Marina Prado
A cidade de São Paulo fez jus ao reconhecimento de ser a terra da garoa. O início da noite paulistana trouxe uma chuva fraca e incômoda para receber o BLUE ÖYSTER CULT, banda estadunidense que representa um dos pilares do hard rock.
Formado em 1967, o grupo, que traz a temática do horror baseado em escritores como Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft, visitou o Brasil pela primeira vez em apresentação única no HSBC Brasil. Durante 45 anos de história, o BÖC (abreviação utilizada pelos fãs) apresentou diversas formações em seu line-up, e hoje apresenta os seguintes integrantes: Donald "Buck Dharma" Roeser (vocal/guitarra), Eric Bloom (vocal/guitarra/teclado), Richie Castellano (vocal/guitarra/teclado), Rudy Sarzo (baixo) e Jules Radino (bateria).
Blue Oyster Cult - Mais Novidades
A casa de shows apresentou um público pequeno – estimado entre 600 e 800 pagantes - para contemplar uma banda da grandeza do BLUE ÖYSTER CULT. A longa espera de mais de quatro décadas foi compensada quando, pontualmente, às 22 horas, as cortinas caíram para dar início a uma aula de rock ‘n’ roll. A bateria pesada de Radino introduziu "The Red and the Black", faixa de abertura do álbum "Tyranny and Mutation", de 1973. Ali foi dado o pontapé inicial para uma apresentação vigorosa da trupe comandada por Buck Dharma e Eric Bloom.
Logo em seguida, Bloom fez o seu primeiro contato com a plateia: "Raise your can of beer on high and seal your fate forever", assim ele pediu aos fãs que levantassem seus copos de cerveja e cantassem o verso que introduz a música "Golden Age of Leather", do álbum "Spectres", de 1977, estava para começar. O clássico da banda foi executado com maestria e extensos solos bem elaborados pelos dedos nervosos do trio de guitarristas. Sem titubear, a banda apresentou os primeiros acordes de "Burnin’ for You", música carro-chefe do álbum "Fire Of Unknown Origin", de 1981. O êxtase tomou conta dos fãs que cantaram verso por verso em tom uníssono e poderoso.
Após três clássicos seguidos, Bloom introduziu com euforia seu parceiro de banda há quatro décadas: "Que tal um pouco de Buck’s Boogie?". A longa faixa instrumental estava para ser executada, quando um amplificador estourou. A falha serviu para Eric Bloom e seus irretocáveis óculos escuros conversar com os fãs e esses puderam respirar um pouco depois de ouvirem petardos infernais. Os erros foram reparados e Buck pôde desfilar seus solos longos e viscerais, empolgando ainda mais o público.
A apresentação foi seguida por "Shooting Shark", hit oitentista do álbum "The Revölution By Night" (1983) que conquistou uma galeria de fãs da MTV. Aliás, o público presente era diverso: senhores e senhoras que viveram a época áurea do rock ‘n’ roll e presenciaram os triunfos carreira do BLUE ÖYSTER CULT, adolescentes que foram introduzidos à banda com a tecnologia de jogos e crianças que vieram ao mundo após o lançamento do último álbum de estúdio da banda ("Curse of the Hidden Mirror", de 2001).
As diversas gerações do rock ‘n’ roll foram presenteadas com uma música obrigatória no repertório da banda: "Cities on Flame with Rock and Roll", do álbum homônimo, de 1972. Os versos de fácil compreensão foram dominados pelo público que abrilhantou a execução da faixa. São Paulo realmente estava pegando fogo com a apresentação impecável do quinteto. O caos (no bom sentido) estava criado e os fãs estavam longe de querer apaziguar a situação.
O público estava sedento por rock e queria mais. Então vieram em seguida as execuções de "Then Came the Last Days of May", também do álbum homônimo, com direito a uma breve introdução do que se trata a música: um grupo de jovens perdido no deserto com um carro. Logo após, a rápida e explosiva "ME 262" (uma faixa que leva o nome de um avião de guerra alemão), do álbum "Secret Treaties", de 1974, incendiou ainda mais o HSBC Brasil.
O BLUE ÖYSTER CULT estava realmente sentindo-se em casa. É, de fato, admirável o carisma e a simpatia que a banda mostrou aos brasileiros. Se eles são ótimos no tratamento com os fãs, são ainda mais quando tratam seus instrumentos. Os integrantes "coadjuvantes" da banda conquistaram o público. Richie Castellano, na guitarra ou no teclado, mostrou seu talento apurado. O mesmo pode ser dito da cozinha da banda. Rudy Sarzo correu pelo palco inteiro, fez peripécias com seu baixo, enquanto Jules Radino dominou as baquetas e mostrou que tem as mãos pesadas para tocar bateria.
A primeira parte do show estava chegando ao seu fim. O carismático Eric Bloom introduziu "Godzilla", do álbum "Spectres", de 1977, enquanto ouviam-se urros do dinossauro radioativo. A execução dessa faixa foi um dos pontos altos do show. Além de ser um clássico, a banda aproveitou o ensejo para apresentar Rudy Sarzo, trazendo aos fãs uma aula, literalmente falando, do rock ‘n’ roll. O baixista que já tocou em bandas como DIO, QUIET RIOT, WHITESNAKE e OZZY OSBOURNE, foi presenteado com a execução de trechos de músicas dos grupos por onde passou. "Cum on Feel the Noize", "Here I Go Again" e "Crazy Train" embelezaram ainda mais o concerto. Depois da introdução de gala, Sarzo e Radino fizeram belíssimos solos de baixo e bateria, respectivamente. O show já passava de 75 minutos quando o maior clássico da banda, "(Don’t Fear) the Reaper", do álbum "Agents of Fortune" (1976), foi tocado e cantado em uma só voz pelo público maravilhado.
A banda começou a se despedir do público após tocar dez músicas, mas o que pôde se ouvir do público foi o coro "BÖC! BÖC!". Assim, a banda retornou ao palco para tocar um bis composto por Perfect Water, do criticado álbum "Club Ninja", de 1985, e a extremamente agressiva "Hot Rails to Hell", do álbum "Tyranny and Mutation", tendo Richie Castellano como principal destaque nos vocais e nas seis cordas.
A apresentação durou pouco mais de 90 minutos e a aprovação do público foi unânime. O incansável BLUE ÖYSTER CULT mostrou a São Paulo uma verdadeira aula de rock ‘n’ roll que revigorou o espírito roqueiro que existe em cada um de nós. Agora só resta saber se a banda retornará ao Brasil em breve. Se depender de seus fãs, a resposta está na ponta da língua.
Setlist:
The Red and the Black
Golden Age of Leather
Burnin' for You
Buck's Boogie
Shooting Shark
Cities on Flame with Rock and Roll
Then Came the Last Days of May
ME 262
Godzilla
(Don't Fear) the Reaper
Bis:
Perfect Water
Hot Rails to Hell
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Megadeth anuncia mais datas da turnê de despedida
Helloween cancela shows na Ásia devido a problemas de saúde de Michael Kiske
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
The Troops of Doom tem van arrombada e itens furtados na Espanha
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Rockstadt Extreme Fest terá 5 dias de shows com cerca de 100 bandas; veja as primeiras
Os cinco maiores guitarristas de todos os tempos para Neil Young
Sepultura anuncia último show da carreira em Portugal
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo o lendário Joey Ramone
Yngwie Malmsteen vem ao Brasil em abril de 2026, segundo José Norberto Flesch
A música inspirada em Soundgarden que virou um hit do Metallica - não é "Enter Sandman"
Os dois guitarristas que são melhores que Ritchie Blackmore, de acordo com Glenn Hughes
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
A melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, segundo Geddy Lee
A canção que ajudou a moldar o rock que o Pink Floyd, por rebeldia, não tocava ao vivo
Carmine Appice revela o que Jimi Hendrix realmente achava do Led Zeppelin
Por que Lars Ulrich do Metallica nunca vai lançar uma biografia, segundo Andreas Kisser
Molchat Doma retorna ao Brasil com seu novo álbum Belaya Polosa
Gloryhammer - primeira apresentação no Brasil em ótimo nível
Planet Hemp é daquelas bandas necessárias e que fará falta
Masterplan - Resenha e fotos do show em Porto Alegre
Poppy - Uma psicodelia de gêneros no primeiro show solo da artista no Brasil
Festival Índigo cumpre a promessa em apostar no Alternativo
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!


