Ray Manzarek: "Podemos lançar um disco novo. Vamos entrar em estúdio!"
Resenha - Riders On The Storm (Curitiba Master Hall, 17/04/2009)
Por André Molina
Postado em 19 de abril de 2009
A atual formação dos Doors desembarcou em Curitiba no dia 16 de abril para iniciar a turnê brasileira "Ray Manzarek and Robby Krieger of The Doors". A apresentação foi marcada para acontecer no Curitiba Master Hall no dia 17.
Como era o início da turnê, o grupo aproveitou para promover uma coletiva de imprensa no hotel Slaviero Full Jazz Hotel. Com exceção do guitarrista Robby Krieger, os demais integrantes estiveram presentes. Entre eles, o baixista Phil Chen, o baterista Ty Dennis, o vocalista Brett Scallions e o líder, Ray Manzarek. O guitarrista só chegaria à tarde e a coletiva aconteceu às 10h30 da manhã.
O encontro com os jornalistas foi descontraído. Como líder dos Doors, Manzarek foi o que mais respondeu pela banda. Segundo ele, a intenção da turnê é manter o prestígio que Jim Morrison adquiriu como cantor e poeta. "A banda deseja promover a arte de Jim. Sua música é poesia pura", disse.
Em relação a performance do vocalista Brett, o tecladista da lendária banda argumentou que a intenção não é substituir o "rei lagarto", mas apresentar novas versões. O novo "Doors" não quer ser uma banda cover. Segundo Manzarek, "ninguém pode substituir Jim Morrison. Não se trata de imitação. É Brett cantando as canções clássicas dos Doors", disse.
Álbum de inéditas com nova formação
A principal revelação do tecladista fundador foi em relação ao lançamento de um álbum de canções inéditas com a recente formação dos Doors. "Podemos lançar um disco novo. Vamos entrar em estúdio. Desejamos tocar músicas novas, mas não ser como os Rolling Stones, que quando tocam canções recentes, as pessoas vão pegar cerveja. Estamos compondo um novo material. As pessoas desejam ouvir o material antigo, mas o novo trabalho será familiar, como o The Doors clássico. Mas também terá algo diferente", disse.
Rotina regrada
Quem espera semelhança com as fotos das antigas capas de discos, pode não reconhecer os integrantes remanescentes dos Doors. Hoje eles se comportam e se vestem como senhores. Os costumes mudaram. Ray Manzarek chegou a dizer na coletiva, para os jovens ficarem longe das drogas, principalmente, heroína e cocaína.
Atualmente a rotina é saudável. Em Curitiba, Robby Krieger aproveitou a tarde de sexta-feira para jogar uma partida de golfe enquanto a hora da passagem de som não chegava. O vocalista Brett Scallions acompanhou o guitarrista na partida.
Já o tecladista Ray Manzarek aproveitou para conhecer os espaços culturais de Curitiba, entre eles, o museu Oscar Niemeyer, o famoso "Museu do Olho".
Entre os passeios, os integrantes ainda exibiram paciência ao serem abordados por fãs que foram até o hotel a espera de fotografias e autógrafos.
O primeiro show da turnê brasileira
O show que abriu a turnê brasileira dos Doors foi em Curitiba no dia 17 de abril (sexta-feira) e deixou os fãs veteranos e os mais novos satisfeitos. Não só as performances de Robby Krieger, guitarra, e de Ray Manzarek, teclado, agradaram a platéia.
Apesar de Manzarek afirmar na coletiva de imprensa que o vocalista Brett Scallions fez novas interpretações para os clássicos, o que o público presenciou foi diferente. O cantor foi fiel aos arranjos originais, satisfazendo os admiradores nostálgicos. Brett não fez questão de economizar semelhanças com Jim Morrison, desde a roupa até a maneira de dançar. Ele não canta como Jim, mas fez uma homenagem em alto nível.
Um dos instrumentistas que chamou a atenção foi o baixista Phil Chen. Ele forneceu peso e segurança à banda. É bom lembrar que o músico já tocou com Rod Stewart e Jeff Beck.
Já o baterista Ty Dennis não se arriscou a mudar tanto as canções. Ele se destacou na introdução de "Break On Through". Na música, a bateria não reproduziu fielmente a levada bossa nova que inspirou a original, fornecendo outro arranjo.
Na faixa "Roadhouse Blues", Robbie Krieger demonstrou que está em forma, executando solos originais e alguns improvisos. Ele foi constantemente elogiado por Manzarek e aplaudido pelo público.
Já o tecladista Ray Manzarek, que visivelmente lidera a banda no palco, teve destaque em "Light My Fire", que fechou o espetáculo. Manzarek aproveitou o momento de improviso para brincar com o instrumento. Ele chegou a tocar teclado com os pés, com a cabeça e apresentou a banda.
O show demonstrou ainda que o "Doors" de 2009 está pesado, mas exibindo um som bem limpo. Todos os fãs saíram da apresentação com a "alma lavada" e com a esperança de que o possível álbum de inéditas mantenha a qualidade do "Doors" clássico, que é mundialmente conhecido.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
Os 15 melhores álbuns de metal de 2025 segundo a Rolling Stone
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
Slash e a banda com o maior estoque de riffs matadores; "os caras tinham riff pra dar e vender"
Nick Cave descreve show do Radiohead como uma "atividade espiritual"
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
Pink Floyd volta ao topo da parada britânica com "Wish You Were Here"
O profundo significado das palavras em português em "Ratamahatta" do Sepultura
Axl Rose e o irresistível apelo usado por Carrie Underwood para que ele subisse ao palco
O rockstar de quem George Harrison odiava o trabalho: "Ele consegue cantar pior do que eu"

O último grito na Fundição Progresso: Planet Hemp e o barulho que vira eternidade
Pierce the Veil - banda dá um grande passo com o público brasileiro
Tiamat - aquele gótico com uma pegada sueca
Boris - casa lotada e público dos mais diversos para ver única apresentação no Brasil
Molchat Doma retorna ao Brasil com seu novo álbum Belaya Polosa
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente



