Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista
Resenha - Deicide e Kataklysm (Fabrique Club, São Paulo, 14/05/2023)
Por Diego Camara
Postado em 17 de maio de 2023
O ano de 2023 até agora vem sendo marcado pelo retorno incrível de diversas bandas ao Brasil. O Kataklysm fez quase uma década que não pisava no Brasil, enquanto o Deicide, este já bastante conhecido dos brasileiros e uma figurinha carimbada de muitos espetáculos, quase completava seis anos desde sua última presença. O resultado não poderia ser melhor, com dois shows extremamente dignos da incrível capacidade das bandas. Confira abaixo os principais detalhes dos shows, com as imagens de Fernando Yokota.
Desta vez, a banda VULTURE, death metal da cidade de Itapetininga, interior de São Paulo, foi a convidada para a abertura do show. Eles são bastante conhecidos já na cena, em especial em apresentações e festivais underground do gênero. O público ainda era bastante pequeno na Fabrique quando eles subiram ao palco – com muita gente ainda do lado de fora – mas a performance foi surpreendente e marcada pela qualidade e o dinamismo. O som estava ótimo e muito redondo, o que empolgou muito o público que aplaudiu a banda a cada música tocada. Vale muito a pena, para quem não conhece, conferir o som dos caras.
Os canadenses do Kataklysm vieram logo em seguida. A casa já estava bastante cheia, com um público pronto para arregaçar nas bandas principais. O show começou com leve atraso de 5 minutos com "Push the Venom", para os gritos e aplausos dos fãs. O som da banda estava firme e potente, na medida certa para a casa, e caiu nas graças do público desde as primeiras notas. A excelente apresentação se seguiu "Guillotine", muito bem recebida pelos fãs que cantaram muito junto com a banda.
O ritmo incessante do show, com uma música atrás da outra e sem perder tempo, esquentou a casa e levou os presentes à loucura, batendo cabeça em todas as músicas. Não demorou muito e no centro da pista já se abriu o moshpit, impulsionado pela bateria de James Payne, extremamente frenética em músicas como "Narcissist" e "Ambassador of Pain".
"The Killshot" foi outra excelente música tocada na noite. O refrão chamou para o bate cabeça e os gritos da platéia, mas foi no terço final do show que o público foi com tudo: primeiro com "Crippled & Broken", com uma enorme algazarra no moshpit, até "Black Sheep", a música mais esperada pelo público presente e dos grandes sucessos da banda. A excelência do Kataklysm foi um show extremamente técnico e focado nas músicas, o que fez os 50 minutos de uma curta apresentação valerem muito a pena.
Kataklysm setlist:
Push the Venom
Guillotine
Narcissist
The Ambassador of Pain
Where the Enemy Sleeps...
Manipulator of Souls
The Killshot
Outsider
Crippled & Broken
As I Slither
In Shadows & Dust
The Black Sheep
Após 20 minutos de espera, foi a vez do Deicide subir ao palco com o lendário vocalista Glen Benton e companhia. A banda abriu o show com muita vontade e causando um grande pandemônio na pista, com o público se espremendo na frente do palco e um grande pit sendo aberto no centro da Fabrique. O vocal de Glen Benton vem por cima do instrumental firme e rápido da banda.
De uma música a outra, o Deicide foi lançando seu setlist focado no álbum "Legion" de 1992, comemorando os seus 30 anos de existência. Atrás dos vocais de Benton, a bateria de Steve Asheim é o grande trunfo do som extremamente rápido e visceral dos caras, um convite para que o público vá com tudo para o pit e esprema o resto dos fãs para os cantos da pista.
O show também foi marcado por pouquíssimas palavras: a banda se focou naquilo que realmente os fãs querem, uma apresentação incrível e focada na música. Foi assim até o fim do set principal, com a performance cheia de qualidade das músicas "In Hell I Burn" e "Revocate the Agitator".
Em seguida, a banda passou para apresentar outros sucessos da carreira, começando com "Once Upon The Cross", muito bem recebida pelo público, que puxa o grito junto com Benton e aplaude demais no final. Logo em seguida veio "When Satan Rules His World", marcada pelo ótimo trabalho de guitarra da dupla Quirion e Nordberg, que também estavam em ótimo nível na noite.
No final do show, o público ficou ainda mais louco no pit, que chegou perto de ocupar a pista de uma ponta a outra, se aproximando das laterais da casa. Os fãs gritavam muito e batiam cabeça, com mais gente entrando na correria. Quando o show chegou ao final, com "Dead by Dawn", muitos ainda não queriam deixar a casa graças a empolgação do show.
O show ficou marcado pela rápida transição que foi feita entre as apresentações. O ótimo trabalho da produção permitiu um tempo de espera muito pequeno entre os shows, de apenas 20 minutos, o que garantiu que o público voltasse cedo para casa e que não perdesse o ânimo entre as apresentações. O excelente trabalho da produtora IDL garantiu uma noite inesquecível para os fãs.
Deicide setlist:
Satan Spawn, the Caco-Daemon
Dead but Dreaming
Repent to Die
Trifixion
Behead the Prophet (No Lord Shall Live)
Holy Deception
In Hell I Burn
Revocate the Agitator
Once Upon The Cross
When Satan Rules His World
They Are the Children of the Underworld
Scars of the Crucifix
Sacrificial Suicide
Homage for Satan
Dead by Dawn
DEICIDE
KATAKLYSM
VULTURE
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