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Young Gods: nome do underground europeu em SP

Resenha - Young Gods (SESC Pompéia, São Paulo, 18/04/2008)

Por Rodrigo Duarte das Neves
Postado em 23 de abril de 2008

Na avalanche de shows imperdíveis que estão acontecendo no mês de Abril em São Paulo, um grande nome do underground europeu visitou o Brasil para 3 apresentações (17, 18 e 19/04): o trio suíço Young Gods.

Liderado pelo carismático vocalista Franz Treichler, o Young Gods movimentou a cena européia no início dos 90’s, com dois discos marcantes: "L’Eau Rouge" (1989) e "TV Sky" (1992). Misturando samplers e efeitos eletrônicos com um vocal sombrio, mas com uma abordagem mais moderna para a época, o trio angariou rapidamente fãs tanto da cena gótica, que teve seu auge nos anos 80, quanto fãs de um som mais alternativo de uma grande cena independente que nascia no final dos 80’s e início dos 90’s. "L’Eau Rouge" abriu caminho com suas melodias sombrias e letras em francês, e esse caminho de respeito no underground foi pavimentado com "TV Sky", onde músicas como "Gasoline Man" e "Skinflowers" finalmente deram o merecido destaque à banda, que angariou numerosos e fiéis fãs.

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Em 2004, um alarme falso aos fãs brasileiros soou. Isso porque a banda chegou a tocar no Brasil nesse ano, no Fórum Mundial Cultural em São Paulo, porém o projeto batizado como "Amazonia Ambient Project" em conjunto com o antropólogo Jeremy Narby era totalmente conceitual, não abrangendo o material clássico da banda, o que deixou a imensa maioria dos fãs decepcionados.

Desta vez, como parte do festival "Vida Louca, Vida Intensa – Uma Viagem pela Contracultura" organizada pelo SESC-SP, a banda teve 3 noites para finalmente presentear seus fãs brasileiros com o melhor de seu repertório. Mais uma vez, a poucos dias do evento, mais um susto para os fãs: a banda divulgou que devido a limitações do SESC, os 3 shows seriam no formato acústico. Para uma banda que no auge sempre assustou pela força e peso de seu repertório, esse era um mau sinal para os fãs mais conservadores, e muitos torceram o nariz quando souberam da notícia.

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Porém, quem esteve na noite no SESC Pompéia, com certeza não se arrependeu. Aproveitando o lançamento do próximo disco da banda, "Knock on Wood", que deve sair nos próximos meses e é totalmente baseado em releituras acústicas de clássicos da banda, o Young Gods proporcionou uma viagem inesquecível para os presentes. Nos primeiros acordes de "Our House", que abriu o espetáculo, já foi possível perceber o ar de supresa da platéia. A ambiência criada por Franz Traichler, Al Comet e um músico convidado nos violões, e de Bernard Trontin na percurssão era impressionante. Fugindo da sonoridade batida do formato acústico, a banda incorporou vários elementos e efeitos vocais às músicas, transformando cada música em uma nova viagem que surpreendia mesmo o mais fanático fã.

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Na terceira música, a belíssima "Everythere", já era claro que Franz e sua banda tinham o público totalmente em suas mãos, tornando aquele o momento certo para a execução de uma das canções mais conhecidas e pesadas do banda. "Gasoline Man" em uma roupagem folk/blues rock ficou fantástica, com Franz levantando de seu banquinho para improvisações em uma gaita, e levantando consigo toda a platéia. Com o jogo ganho, a banda continuou desfilando seus clássicos e não deixou o ânimo baixar em nenhum momento. Versões de "Charolotte", "Ghost Rider", "She Rains", e as homenagens a Kurt Weill ("Speak Low") e Ritchie Heavens ("Freedom") foram executadas com primor, em versões emocionantes onde violões, percussão, voz e efeitos discretos, porém de muito bom gosto, se encaixavam perfeitamente.

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Carismático e comunicativo, Franz interagia constantemente com a platéia, muitas vezes arriscando um português arrastado, herança de seu pai brasileiro. E atendendo gentilmente aos pedidos, a banda voltou ao palco duas vezes para execução do bis, encerrando o show com a clássica "Skinflowers", talvez a música que mais tenha se aproximado da versão original, com uma levada bem rock n’ roll. A platéia, emocionada, ovacionou a banda por longos minutos, a maioria estupefata pela grata surpresa de ver a banda executar seu repertório no formato acústico com tanto poder.

No dia seguinte, sábado 19/04, a banda realizou uma tarde de autógrafos na loja London Calling, no centro de SP e os integrantes mostraram ainda mais simpatia no contato direto com os fãs. Empolgado, Franz não se contentava com um simples aperto de mão, abraçando todos os fãs como se fosse amigos de velha data. Em rápida conversa antes de autografar meu vinil de "L’Eau Rouge", Franz mostrou extrema gratidão com a recepção dos fãs brasileiros e confessou que agora que conseguiram abrir as portas para futuras apresentações no país, planejam a volta para prováveis shows no formato "eletric".

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Com sua parafernália eletrônica, ou simplesmente com violões no colo, assistir ao Young Gods é uma experiência difícil de descrever. Como o próprio Franz disse na tarde de autógrafos: "Plugado ou desplugado, o importante é a música passar emoções igualmente fortes, e isso estamos conseguindo.".

Alguém duvida? Quem esteve em alguma das três noites de shows da banda, certamente não!

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Sobre Rodrigo Duarte das Neves

Rodrigo Duarte das Neves, 28 anos, paulista do ABC (nascido em São Caetano e morador de São Bernardo) é engenheiro de projetos enquanto não consegue ser remunerado para viajar o mundo cobrindo festivais de rock. Começou aos 9 anos ouvindo os clássicos, e hoje passa boa parte do seu tempo caçando boas bandas, não importa onde estejam: décadas atrás (psicodelia dos 60's é sua grande paixão) ou nas profundezas do underground atual. The Doors, MC5, Stooges e Monster Magnet fazem parte de sua inspiração diária.
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