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RockHard Festival 2007: intimista e familiar

Resenha - RockHard Festival (Gelsenkirshen, Alemanha, 25 a 27/05/2007)

Por Thiago Martins
Postado em 11 de julho de 2007

Sediado em Gelsenkirshen, terra natal do amarelão da Bundesliga, o Schalke 04, o festival organizado pela tradicional revista alemã – e uma das mais conhecidas no mundo inteiro, com filiais em vários países, inclusive no Brasil – é de um clima intimista, familiar e, por isso, gostoso. Restrito a apenas sete mil pessoas, abre a temporada de verão européia com um cast não muito apetitoso, mas com diversas apresentações únicas, todas com um tempo razoável – no mínimo, quarenta minutos.

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Ele acontece no Gelsenkirshen Amphiteater, como se fosse um pátio a céu aberto, com arquibancadas de concreto ao fundo, pista coberta até a metade, em frente a um pequeno rio que corta a cidade. Comidas a preços razoáveis e com boa diversificação, apesar de qualidade não muito aceitável, e bebidas sem precisar deixar as calças como garantia – apenas, além do valor da cerveja ou do refrigerante, pagar um euro a ser devolvido quando retornasse o copo no qual era servida, mantendo o local do festival limpo. Não dá para ser mais tranqüilo.

Era melhor nem ter visto essas bandas, mas, como diria a Marta Suplicy, relaxa e goza...

O RockHard Fest se caracteriza por dar espaço para muitas bandas irrelevantes, ou daqueles estilos que só os alemães conseguem gostar. E, assim, muitas delas se transformam apenas em fundo musical para se tomar uma cerveja, bater um bom papo – mesmo que, na língua local, isso pareça uma briga odiosa – ou mesmo visitar o sempre tentador "Metal Market".

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Seria meio injusto, por isso, qualificar como ruim o show do Cataract, por exemplo, no primeiro dia. O grupo do vocalista Fred Carminitana não conseguiu chamar muito a atenção com seu thrash metal permeado por influências de hardcore, ou vice-versa. Algo meio parecido aconteceu com o Heaven Shall Burn. Alguns bem vestidos, como o vocalista Marcus Bischoff, numa surrada camisa de Painkiller, do Judas Priest, outros nem tanto, como o inusitado uniforme do Cruzeiro do baterista Mathias Voigt – espaço para um maldoso comentário do editor atleticano –, a mensagem política contida na violenta música dos alemães ficou restrita aos fãs mesmo, pois os demais preferiram uma boa cerveja.

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No segundo dia, o Metal Inquisitor, logo ao meio-dia, parecia mais uma trívia de músicas do Iron Maiden ou Metallica, apesar de ser até agradável, se ouvido sem compromissos. Diferentemente do Maroon, cujo vocalista André Moraweck trajava uma respeitável camisa do Solitude Aeturnus, mas seu som não saía de um thrash-death metal padrão, completamente esquecível diante das demais atrações da festa.

Como a Alemanha é a terra da Oktoberfest, só mesmo a cerveja pode dar sentido às duas bandas de folk-metal que se apresentaram uma depois da outra no sábado: os finlandeses do Turisas e do Korpiklaani. O anfiteatro virou uma autêntica pista de uma caricata dança de bêbados, afinal, apenas o álcool pode dar sentido a uma banda pintada de guerreiros vikings e outra com membros vestidos à la medievais caipiras. Ridículos. Ambas com seus vocais agressivos, os excêntricos solos de violino e acordeom, além de um som não muito melhor do que os menos inspirados trabalhos do Skyclad deixaram os alemães mais loucos do que já precisa ser para idolatrar Subway to Sally ou J.B.O. Só assim mesmo...

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Os suecos do Sabaton eram um pouco menos caricatos, mas não muito menos divertidos. Fazendo piadas ora relacionadas ao seu sono, por ser a primeira atração do derradeiro dia, ora fálicas – adivinha do que se trata a música "Rise of the Eagle", nas palavras do frontman Joakin Brodén –, ora sobre o vício alcoólatra compartilhado com os alemães, o seu power metal meio batido ficou em segundo plano em relação ao seu uniforme estilizado à la Udo Dirkschneider. Falando em roupas exageradas, os posers do Hardcore Superstar pareciam peixe completamente fora d’água no RockHard, apesar de o dia ser bem eclético. Um som farofa divertido num festival nunca faz mal a ninguém, mas, quando tem pouco brilho musical, apenas as poses ficam na memória, e esse foi o caso dos suecos.

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Apesar de ser um bonito "dia do senhor", o domingo de céu azul após a chuvosa noite de sábado não teve eclipse quando os dois atos de black-metal deveriam aportar em Gelsenkirshen. Talvez por ser precisa a previsão meteorológica escandinava, os suecos do Naglfar, das bandas mais respeitadas do estilo, resolveram não aparecer. Em seu lugar, os alemães do Dew-Scented também não fizeram um papel lá muito relevante, desfilando seu thrash sem apelo numa apresentação bem sem graça.

Por outro lado, as maquiagens esdrúxulas de gremlins de Satã do Dark Funeral renderam boas risadas, como quando o mítico Emperor Magus Calígula, conhecido nas agências do serviço social sueco como Masse Broberg, soltou uma das frases para entrar nos anais do estilo, em alusão à bela paisagem sem nuvens: "Esta é uma canção sobre um dia muito bonito", para, em seguida, com seus vocais gritados, anunciar "The Arrival of the Satan Empire". Inesquecível.

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Depois de onze horas de viagem e um monte de banda chata, começou a ficar bom!

Responsáveis por abrir o festival, o metal tradicional do sueco Bullet não deixou de ser muito mais caricato do que seu vocalista bem fora de forma Hell Hofer. Mas o show acabou sendo bem cativante, apesar de, diferentemente da executada faixa-título de seu último disco "Heading for the Top", a banda ainda estar longe do ápice, embora musicas como "Speeding in the Night" e "Leather Love" terem dado um bom pique à apresentação. Fechando com a grandiosa "Bang Your Head (Metal Health)", do Quiet Riot, o grupo deu calorosas boas-vindas ao público do RockHard.

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Na seqüência, as menininhas más suecas do Crucified Barbara, pelo segundo ano seguido no cast do festival alemão, puseram os nativos para pular com seu hard rock meio sujo e bem clichê, mas cheio de duplos sentidos e energia, como em "Play Me Hard", "Bad Hungover" e "Motorfucker", mexendo com a libido dos presentes. No bis, com ajuda dos conterrâneos do Bullet, encerram sua boa performance com o clássico do Motörhead "Killed By Death".

O Grave Digger se sentia em casa no festival – Manni Schimdtt corria atrás de seus filhos sapecas pela área do backstage, enquanto Chris Boltendhal passeava de bermudão laranja. Ao entrar no palco, quando a coisa ficou séria, a banda mostrou toda a sua habitual competência, já de cara com "Scotland United" e "The Dark of the Sun", num set muito mais focado nas preferidas de sempre do que na divulgação do disco novo, "Liberty of Death" – dele, apenas "Silent Revolution" e a faixa-título foram tocadas. Não faltaram "Headbangin’ Man", "Excalibur", "Rebellion", "Knights of the Cross" e, óbvio, o encerramento mais do que tradicional e, não por isso menos bombástico, com "Heavy Metal Breakdown".

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Já o Hammerfall, apesar de todo o marketing, continua a soar cada vez menos relevante nos trabalhos de estúdio. Ao vivo, porém, não deixou de ser garantia de qualidade, pois sabe muito bem como incendiar sua apresentação, ainda mais quando tem uma platéia de fanáticos à sua frente, como foi o caso dos alemães. Oscar Dronjak continua com sua fantasia brega, um misto de Batman e Falcão, mas não decepciona, bem como o vocalista Joacin Cans permanece um frontman de primeira. Uma pena que suas músicas atuais não sejam lá das melhores, basta comparar "Threshold" a "Templars of Steel", as duas primeiras do set. A balada "Glory to the Brave" foi um destaque, com os nativos cantando-a praticamente sozinhos, bem como o final, com os fubás "Heeding the Call" e "Hearts of Fire".

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O sábado nos presenteou com um interessante show de Ross the Boss, guitarrista original do Manowar. Acompanhado de alguns músicos alemães, a apresentação foi calcada em sons clássicos de seu ex-grupo, como "Hail and Kill", "Gloves of Metal", "Shell Shock" e "Kill with Power" – com a participação especial do também ex-Manowar Rhino nas baquetas –, além das inesperadas "Hail to England", "Gates of Valhalla" e "Defender", que fecharam o set. Mostrando seu típico timbre de guitarra, a performance de palco fria, apesar de competente, deixou algo faltando na execução dessas faixas, como se toda a baboseira de discursos e poses fizesse parte indispensável delas. De qualquer jeito, os alemães enlouqueceram na pista.

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O Vader veio da vizinha Polônia para arrematar os alemães com seu death metal sem frescuras. Com uma performance de palco consistindo na gritaria desenfreada e em cabelos girando sem parar –nada muito diferente disso se espera do estilo –, o grupo convenceu com clássicos como "Sothis" e "Epitaph", além da mais recente "Hellellujah (God is Dead)". No entanto, foi no bis, com o clássico "Raining Blood" que a pista virou um mosh pit arrebatador, coroando a performance da banda.

O Amon Amarth era, surpreendentemente para mim, o headliner de um dia que continha bandas históricas como Armored Saint e Death Angel. Quando os suecos se posicionaram para a sessão de autógrafos e uma fila interminável levou quase metade dos presentes, atrapalhando a pista durante os shows, ficou meio claro o tamanho da banda em terras germânicas. Depois, mesmo em meio a uma chuva de proporções bíblicas, ninguém arredou pé do anfiteatro de Gelsenkirshen para vê-los. Assim, não restaram dúvidas de se tratar de um novo gigante do heavy metal na Alemanha.

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E eles fazem por merecer. Se o viking metal, ou battle metal, ou como você prefira chamar o death metal com cara épica do grupo, não soa tão bombástico quanto meus ouvidos desejavam, não há como negar a qualidade da performance dos suecos. A introdução do show foi uma encenação profissional de uma batalha viking, parecido com a do encontro do fã-clube do Manowar – contido no seu DVD The Absolute Power. Mas o clima de guerra se deu mesmo quando o Amon Amarth entrou no palco. A banda, que de fato se parece um bando de vikings (sem precisar de fantasias esdrúxulas), liderada pelo gordo barbudo Johan Hegg, desfilou todo seu som com muito peso, precisão técnica e comando absoluto da platéia, desde o início, com as mais recentes "Valhall Awaits for Me" e "Runes to My Memory", até o final com "Pursuit of Vikings" e um bando de alemães extasiados.

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A domingueira trouxe mais um show do Paul Di’Anno, recheado, como sempre, de praticamente as mesmas músicas dos fantásticos dois primeiros discos do Iron Maiden – é um mal de família. Acompanhado por uma banda de hardcore austríaca em seu suporte, o instrumental não estava lá tão acurado, apesar de os solos estarem fiéis aos originais. Já o vocalista, entre avisos de seu retorno a morar no Brasil, "obrigados" e "um dois três quatro" num não tão cristalino português, até que se segurou bem ao cantar "Prowler" – dedicada a seu pai, a quem chamou pedófilo (?) –, "Murders in the Rue Morgue", "Phantom of the Opera" e a inesperada "Strange World". O clima de festa tomou conta quando o cast da revista RockHard invadiu o palco em "Running Free", cantada pelo mestre de cerimônias do festival e editor da publicação Götz Kühnemund. Mas a cara punk não deixou de sobressair com os covers de "Fake Healer", "Blitzkrieg Bop" e a infeliz versão já usual do cantor para "Sanctuary".

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Festa mesmo foi o show dos beberrões do Tankard. Exibindo seu já famoso barrigão de chopp, o vocalista Andreas Geremia celebrou a cerveja de todos os modos, seja através dos trocadilhos infames "Beermuda" e "The Beauty and the Beer", ou em delírios alcoólicos como "We Still Drink", "Die With a Beer in Your Hands" e "Freibier", festejadas pelos alemães numa energética performance, que ainda conteve o thrash metal de "Zombie Attack", "Rectifier" e a clássica "Tankard".

O prog-rock do Spock’s Beard foi uma agradável surpresa, embora soasse completamente deslocado num festival chamado "RockHard", ainda que de duas baterias no palco dessem a falsa impressão de muito peso. O próprio vocalista, baterista, guitarrista, tecladista e faz-tudo Nick DiVirgilio brincou no trocadilho com o nome do evento dizendo "we’re here to rock you hard... well, as hard as we possibly can!", algo como, "nós estamos aqui para balançarmos vocês com força... bem, com toda a força que a gente pode conseguir".

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Apesar disso, o tecladista Ryo Okumoto se mostrou um performer de primeira, cheia de caras e poses, enquanto a banda desfilava suas músicas como "On a Perfect Day", "Mouths of Madness" e "Rearranged" com segurança e tranqüilidade, num momento mais sereno e bem agradável, que ainda teve um duelo de bateristas DiVirgilio, que assumia as baquetas em alguns momentos, e o músico responsável por tocar o instrumento na turnê, o anãozinho Jimmy Keegan. No final, Keegan teve a chance de assumir os vocais para um cover de "Whole Lotta Love", resumindo todo o clima descontraído da apresentação.

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Um brinde aos controladores de vôo que fizeram o motim só depois e não arruinaram a chance de assistir a esses shows!

O Thin Lizzy tinha tudo para fazer uma das melhores apresentações da edição de 2007 do RockHard Festival. Como headliner do domingo, a apresentação do lendário grupo de Phil Lynnott, hoje capitaneado por John Sykes (Blue Murder, Whitesnake e Tygers of Pan-Tang) era muito esperada e foi, de fato, grandiosa, embora esfriada por um atraso não explicado de quase meia-hora, reduzindo em meia hora sua duração prevista para noventa minutos.

Apesar disso, não há como não se emocionar ao ver Sykes e o guitarrista Scott Gorham fazendo duetos clássicos como em "Suicide" ou "Cowboy’s Song", nem como se manter parado em músicas puramente energéticas como "Jailbreak" e "Don’t Believe a Word". Um solo de bateria meio morno de Tommy Aldrige em "Bad Reputation" poderia até ter esfriado os ânimos, mas nada que "Boys are Back in Town" e "Rosalie" não recuperassem com alto estilo. A linda "Black Rose" pôs um ponto final no festival como se o auge tivesse sido atingido.

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Mas ainda houve momentos melhores. A começar pelo próprio Axel Rudi Pell, atração anterior no mesmo domingo, com sua moderna versão de Rainbow. Johnny Gioeli, um bastardo de Freddie Mercury, comandava a platéia com carisma e energia, enquanto o resto da banda mostrava a competência indispensável para acompanhar um guitarrista do nível do alemão. O setlist foi permeado por músicas recentes como "Strong as a Rock" ou "Rock the Nation", além de seus clássicos "Fool Fool" e "Call Her Princess". Nem um nunca bem vindo solo de bateria serviu como ducha de água fria nos ânimos do público, apesar de se tratar de um show que por si só nunca é muito quente.

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Os destaques de sua apresentação, no entanto, ficaram para as faixas mais épicas. "The Masquerade Ball", num medley com "Casbah", veio logo no início, enquanto "Mystica" trouxe improvisações claramente influenciadas por Ritchie Blackmore – até uma citação a "Mistreated". Mas difícil mesmo é se agüentar calmo numa versão magistral para "Temple of the King", do Rainbow, cantada com perfeição por Johnny Gioeli, com a qual Axel Rudi Pell encaixou sua performance nas melhores do festival.

O sábado, no entanto, foi o responsável pelos dois melhores shows da edição do RockHard Festival. Poucas bandas conseguem ter apresentações tão bombásticas quanto os tradicionais grupos americanos de thrash metal da Bay Area de São Francisco. Quando uma das melhores delas, o Death Angel, resolve entrar no palco, não se espera nada além de nervos à flor da pele, rodas gigantescas e perfeição na execução de suas músicas. Exatamente isso nos foi dado por esses americanos descendentes de filipinos já veteranos, apesar de ainda manter a cara de novatos.

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A abertura já foi destruidora o suficiente para que não fosse preciso dizer mais nada: "Seemingly Endless Time", "Voracious Souls" e "Mistress of Pain" foram responsáveis por fazer a violência correr solta na platéia, embora fosse difícil não prestar atenção seja nas cativantes linhas melódicas de Mark Osegueda, cantando com carisma e atitude, seja nos solos arrebatadores de Rob Cavestany.

A banda não deixou de lado o disco mais recente, The Art of Dying, tocando suas primeiras quatro faixas, com destaque para a hipnótica "The Devil Incarnate", criando um ambiente muito mais sombrio no palco do que muita banda de black metal. Mas o clima pegou fogo mesmo nos clássicos, apesar da chuva torrencial iniciada no meio do set dos americanos: não faltaram "The Ultraviolence", apesar de incompleta e repleta de improvisos, nem "3rd Floor", "Stagnant" ou "Bored". "Veil of Deception" surpreendeu como um necessário momento de alívio, para que não faltasse energia nem pancadaria no encerramento com "Kill As One".

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É difícil afirmar se houve um show melhor do que o do Death Angel, mas não dá para não dizer não ter o Armored Saint atingido pelo menos o mesmo nível. No entanto, o valor emocional da talvez última performance desses americanos acabou por eleger sua única apresentação na Europa em 2007 – uma espécie de agradecimento à revista que tanto lhes ajudou no passado –, como o grande momento do festival. Afinal, John Bush é um monstro no palco, e Joey Vera não pára por um segundo sequer durante a perfeita execução das músicas pelo restante da banda, com uma facilidade de quem parece fazer turnês constantes, não muito bem o caso desses californianos.

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E o Armored Saint, além da família e filhos, trouxe ao RockHard um setlist completamente fora dos seus padrões. De cara, dois clássicos: "Long Before I Die" e "Can U Deliver", talvez por si só suficientes para arrebatar a condição de show inesquecível. Mas "Glory Hunter", "For the Sake of Heaviness" e "Upon My Departure" estão entre aquelas canções que jamais qualquer fã esperou presenciar ao vivo – e talvez nunca mais presencie, não apenas pelo futuro da banda estar em cheque e a letra da citada música de Revelation soar como mensagem subliminar, mas por serem obscuras demais na errante carreira do conjunto.

Segurar as lágrimas em "Last Train Home" não era mais difícil do que perder a voz cantando seu emocionante refrão. Mas, na frenética "Raising Fear", com um discurso do vocalista contra a televisão, os políticos, religiões, enfim, todos os que espalham medo nas pessoas, e no hino "March of the Saints", a loucura tomava conta, pois a energia depreendida do palco era devolvida pela platéia aos músicos, aumentando sua insanidade em "The Pillar", "Symbols of Salvation" e "Reign of Fire".

No final, "Lesson Well Learned" não era apenas mais um clássico do longínquo ano de 1983, e sim um atestado de ter o público presenciado uma aula magistral de heavy metal que somente poderia ser dada por um grupo cultuado como Armored Saint, cujo sucesso merecido jamais veio, mas nem por isso a banda perdeu sua integridade e a paixão pelo estilo. Foi um show único, daqueles que cada mínimo detalhe fica guardado na memória, e agora só resta torcer para essa triste impressão de despedida não se concretize.

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Sobre Thiago Martins

Ainda se lembra de jogar Double Dragon no Master System ouvindo Metallica e Iron Maiden enquanto criança, mas o fanatismo pelo metal veio mesmo na adolescência. Depois de se formar em direito e jornalismo, passou uns tempos na Europa, onde descobriu seu amor por festivais. Desde então, vive a pão e água durante onze meses para passar suas férias realizando sonhos de ver suas obscuras bandas favoritas ao vivo. Além de sua barriga, os 28 anos de idade também expandiram seu gosto além das fronteiras dentro e fora do metal, mas reforçou paixões antigas por Savatage e Queensrÿche, entre tantos outros grupos de maior ou menor expressão. E, para aqueles que pensam que é pouco, é louco pelo Corinthians.
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