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Resenha - Mick Taylor Blues Band (The Bottom Line, Greenwich Village, 06/09/2000)

Por Márcio Ribeiro
Postado em 06 de setembro de 2000

A banda entra e as pessoas aplaudem moderadamente, mas bastou Mick Taylor, de camisa azul escuro e blazer azul claro, aparecer, para o volume geral da platéia subir alguns decibéis. Incrível! Não vejo uma imagem do Mick desde 1978, e embora ele tenha ganho peso e o rosto mostre os sinais normais de envelhecimento, o penteado é exatamente o mesmo. O rapaz permanece com seu couro cabeludo intacto! Com seus famosos cachos caindo até quase os ombros.

Com exceção do baixista, Michael, ainda em seus trinta anos, os demais membros de sua banda estão na casa dos cinqüenta, como Taylor, hoje com 52. São eles Martin, na bateria, Rabbit Bundrick, na guitarra rítmica, e Max Middleton, nos teclados. Destes, certamente a maioria conhece Max, que entre outros feitos pertenceu a uma das melhores fases do Jeff Beck Group.

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Bastou Mick começar a tocar a sua Gibson Les Paul alaranjada, para você saber na hora que está diante de uma realeza. Mick Taylor é tranqüilamente um dos cinco melhores guitarristas brancos do blues ainda vivo. Começando o set com a música "Secret Affair," ele já entra para esquentar o sangue e a alma, contando com não apenas um, nem dois, mas três solos de guitarra, cada qual separado por estrofes cantadas por ele mesmo. Com o dedo mindinho envolto em um cilindro de acrílico para o slide, Mick toca as notas e dá o acabamento em slide. Apesar de ter extrema agilidade, você não tem a sensação de o artista estar fazendo calestênicos e sim carícias a cada nota tirada. Em cada nota, o sentimento, ausência inaceitável no blues. A versão tem uma duração aproximada de 12 minutos.

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Com o público já agitado, Mick se apresenta, como também os músicos de sua banda, porém o som da casa, nesta noite, não estava particularmente bom. Mick reclama de não conseguir se ouvir e aproveito aqui para comentar que certas notas estavam rachando na caixa ao lado esquerdo do palco. Um excesso de microfonia também merece uma menção, embora antes da metade do show os problemas estivessem resolvidos. O posicionamento da banda no palco, para aqueles que gostam destas curiosidades, era Max no canto extremo esquerdo de quem está olhando para o palco (canto direito de quem está no palco) todo espremido com seus dois teclados. Em seguida temos Mick Taylor no centro esquerdo, o baterista Martin no centro fundo à direita do palco, o baixista Michael à direita e Rabbit, na guitarra rítmica, na extrema direita, quase caindo.

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Mick entra em um número do seu último disco, "A Stone Throw", do qual ele menciona a origem mas não o nome da peça. Tema blueseiro com uma roupagem sutilmente jazzista, revela mais um solo maravilhoso e uma interpretação convincente. Embora mantenha sua imagem de calado e intimista dos tempos em que tocava com os Rolling Stones, Taylor se mostra seguidamente um ótimo interprete, com uma voz bonita, forte e afinada. Em outro tema, Michael reforça fazendo backing vocal e é instigado por Mick a cantar o refrão buscando mais agudos. E a cada agudo que Michael puxa, Mick devolve com uma nota de sua guitarra. Depois, é a vez de Max dedilhar um pouco no seu piano, sendo muito aplaudido.

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Mais adiante, Taylor entra no território de Willie Dixon, com "You Shook Me." Versão bem mais lenta e arrastada do que a do Jeff Beck Group, conta com um solo extenso de Max e seu piano, antes de ser varrido pela slide guitar de Taylor. Novamente, embora temo em me tornar repetitivo, não tenho como parar de elogiar a música que esse extremamente talentoso guitarrista consegue tirar de sua guitarra. Carícia para os ouvidos.

Mick conversa novamente com todos, anunciando então o único número instrumental da noite, em que pretende mostrar as qualidades de cada músico da banda. Então, como é de se esperar, após um solo curto de Mick, o baterista tem a sua hora de solo, onde mantém o tema swingando e depois passa a quebrar o tempo. Depois, se distribui mais entre os ton tons e etc. até passar a bola para o baixista, que faz as suas firulas pulsantes também dentro do tema, bem ao estilo do jazz. Antes de passar a bola, rola um dueto com o baterista que brinca agora mais com o contra-tempo e a caixa. É então a vez de Rabbit na guitarra rítmica, que até então foi praticamente inaudível mas, quando colocado em destaque, solou lindamente, tirando sangue de sua Telecaster cor vinho. Finalmente é a vez de Max, que deixa todos maravilhados com seu solo de piano de quase três minutos, entrando e saindo do tema. Volta então para Taylor, fazendo um solo mais representativo do que o que abriu a roda, e fecha o tema com muitos aplausos. Estranhamente, quando se pensou que ele iria se preparar para a próxima música, ele se despede rapidamente e sai, seguido pelos músicos. O povo aplaude, um pouco perplexo talvez, mas logo ele está de volta para o bis.

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Pela primeira vez nesta noite, ele pega sua outra guitarra, uma Fender branca, e manda a clássica de Howlin' Wolf, "Little Red Rooster." Lindamente tocada e interpretada, uma música perfeita para fechar o show. Agradece novamente a presença de todos e se retira. Desconfio se não há problemas entre o artista e a gerência da casa. De qualquer modo, o show foi um bálsamo de blues guitar bem tocado. Se ele passar pela sua cidade, não perca a oportunidade.

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Sobre Márcio Ribeiro

Nascido no ano do rato. Era o inicio dos anos sessenta e quem tirou jovens como ele do eixo samba e bossa nova foi Roberto Carlos. O nosso Elvis levou o rock nacional à televisão abrindo as portas para um estilo musical estrangeiro em um país ufanista, prepotente e que acabaria tomado por um golpe militar. Com oito anos, já era maluco por Monkees, Beatles, Archies e temas de desenhos animados em geral. Hoje evita açúcar no seu rock embora clássicos sempre sejam clássicos.
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