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Educação musical: Apreciar música também se aprende na escola

Por Ricardo Bellucci
Postado em 29 de abril de 2018

Uma das funções mais legais de um bom bate-papo é não apenas expor e debater opiniões, mas por muitas vezes os temas levantados nos levam a algumas reflexões interessantes.

Em recente bate-papo, despretensioso, com um amigo que aqui também escreve, falávamos sobre literatura. No meio da conversa, tocamos no tema música e cultura.

É interessante observar que a música, em termos culturais, não é apenas um elemento de entretenimento, não, ela faz parte da construção do imaginário social e da identidade de um povo. Durante muito tempo, o Brasil foi considerado a terra do samba, como se outros elementos de nossa matriz musical pouco ou nenhuma importância tivessem. Nossa cultura musical é rica, ampla e diversa, variando do clássico, com Heitor Villa Lobos ou Carlos Gomes, até o choro, onde temos como expoente maior Pixinguinha. Na música de raiz, no sertanejo, temos verdadeiras obras primas em termos de melodia e poesia, como composições de Zé Renato e Almir Sater.

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No samba temos muita coisa boa, muita. Cartola, por exemplo, em "As Rosas não Falam", ou sambas enredo mais antigos. Temos grandes músicos e compositores do gênero, como Martinho da Vila ou Paulinho da Viola.

A MPB é extremamente rica. Em nosso patrimônio musical temos intérpretes do naipe de Elis Regina, cuja interpretação em "O Bêbado e o Equilibrista" é simplesmente magistral. No que concerne ao Rock, a lista é longa, bem longa.

Mas se nossa música, em suas diversas vertentes é tão rica, por que não valorizamos, como deveríamos, esse enorme patrimônio cultural?

Não existe uma resposta simples para tal pergunta. As causas são variadas, mas creio eu que um dos elementos centrais seja a questão educacional. Sim, educação musical. Apreciar uma obra de arte é algo que também se aprende na escola, quer seja uma pintura de Monet ou um samba de Cartola. Através de um trabalho interdisciplinar, envolvendo matérias diversas, como Língua Portuguesa, Artes, História e até mesmo a Matemática, podemos e devemos ensinar nossas crianças e jovens a observar uma obra de arte, num quadro, por exemplo, os elementos que o compõe, as técnicas empregadas pelo artista, a harmonia e a temática empregadas, enfim, ensinar a criança a apreciar uma obra de arte.

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O mesmo deve ocorrer com uma obra literária ou musical.

O ganho para nós, enquanto sociedade, seria enorme! Manteríamos nosso patrimônio cultural ao longo do tempo, preservaríamos importantes elementos de nossa identidade. Além disso, em termos educacionais teríamos enormes ganhos, a criança desenvolveria o espírito crítico, a criatividade e o amor pelas artes.

Mas se o ensino das artes é tão importante assim, porque não o realizamos em nossas escolas?

A educação é um projeto de uma sociedade, não é apenas uma política de governo, é antes de tudo uma política de Estado, algo perene, uma política que faz parte da construção de um projeto mais amplo, um projeto de Nação.

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O desenvolvimento educacional é a chave da construção de uma cidadania plena, crítica e autônoma. A formação na escola deve ser ampla e plena, abarcando todos os elementos componentes da cultura. Artes se ensina e se aprende na escola. Muitos professores de educação artística fazem um trabalho abnegado, mas com pouco tempo para ministrar suas aulas e sem respaldo, em termos estruturais e sociais, muito pouco ou quase nada podem fazer.

Devemos, enquanto sociedade, desenvolver um projeto educacional civilizador e humanizador, preparando nossos jovens para uma vida equilibrada, saudável e plena.

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Enquanto a sociedade brasileira não se engajar de forma plena e integral nesse projeto, a educação ficará relegada ao segundo plano, e nossa cultura relegada ao esquecimento. Triste, muito triste tudo isso!

Longa vida ao Rock!

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Sobre Ricardo Bellucci

Math teacher, pesquisador, vocalista frustrado, historiador amador e economista por acaso. Um eterno aprendiz.
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