Como seria o Led Zeppelin nos anos 80 se John Bonham não tivesse morrido, segundo Jimmy Page
Por Gustavo Maiato
Postado em 04 de agosto de 2025
Jimmy Page sempre foi cuidadoso ao falar do fim do Led Zeppelin. Mas em uma rara entrevista concedida ao The Guardian em 2015, o guitarrista abriu exceções. Ao revisitar os últimos anos da banda, ele refletiu sobre os impactos da morte de John Bonham em 1980 e revelou como imaginava o som do grupo na década seguinte, caso o baterista não tivesse morrido.
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"John e eu gostávamos de conversar sobre o que faríamos no próximo álbum", afirmou Page. "Se você ouvir toda a discografia, vai notar os riffs mais difíceis, interessantes, provocativos — tudo isso era o que eu adorava. E ele também. Então, com certeza, teríamos feito coisas guiadas por guitarras, porque ele adorava tocar esse tipo de música. E também porque o álbum anterior (In Through the Out Door) havia sido muito centrado nos teclados."
A relação de Page com Bonham era especialmente próxima na fase final da banda. Segundo o guitarrista, embora o tecladista John Paul Jones tenha assumido protagonismo nas composições daquele último disco de estúdio, Bonham ainda representava um contraponto necessário: "Ele adorava tudo que fosse poderoso. Nós dois estávamos na mesma sintonia sobre explorar riffs pesados."

Led Zeppelin, Jimmy Page e John Bonham
A entrevista foi publicada no contexto do relançamento do catálogo remasterizado da banda. Ao comentar o disco "Coda" (1982), lançado após o fim do grupo, Page o classificou como o "álbum mais difícil" de toda a trajetória do Zeppelin. "Era um disco póstumo. Não tínhamos nada pronto. Foi o que foi. Mas se achei que merecia ser lançado, é porque via valor naquelas sobras de estúdio."
Apesar de admitir que o disco "In Through the Out Door" envelheceu mais rápido do que os demais, Page evitou críticas diretas. "Não quero tirar nada dele. Fizemos performances extraordinárias ali. Ele soa diferente, mas todo álbum nosso soava diferente, e isso era uma virtude."

Sobre a ausência da banda entre 1976 e 1979, Page negou ter receio de como o público reagiria. "Se a música vem do coração, ela se comunica com as pessoas. Isso nunca me preocupou."
A entrevista também revelou a admiração do guitarrista pelo punk. "Eu gostava do som do Sex Pistols. Fui ver o Damned com o Robert [Plant]. Hoje ele provavelmente fugiria disso, mas eu abracei. Era música boa, apenas isso."
Mesmo após o fim da banda, Page disse ter se reconectado com a guitarra com o tempo. "Claro que lamentei o fim. Parei de tocar por um tempo, não queria mais. Mas depois voltei, e usei a guitarra como uma ferramenta terapêutica." Questionado se havia algo sobre o Led Zeppelin que nunca tivesse revelado, Page encerrou com um enigma: "Talvez não hoje. Mas, acredite, um dia eu conto."

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