2014: expectativas para lançamentos de Rock e Metal
Por Igor Miranda
Fonte: Van do Halen
Postado em 30 de janeiro de 2014
O texto a seguir apresenta expectativas diversas em relação aos discos de rock e metal que devem ser lançados em 2014. As sensações são descritas a partir da carreira recente das bandas.
Observação: não abordei gêneros mais extremos porque, como não sou muito fã, não tenho propriedade para comentar sobre.
Metallica: o aguardado sucessor de "Death Magnetic" pode finalmente sair em 2014. Ou não. O Metallica adora turnês e os shows podem atrasar o lançamento do vindouro trabalho, apesar de James Hetfield ter dito que tem bilhões de riffs prontos - ele vem dizendo isso há uns dois anos, aliás. Além disso, Kirk Hammett afirmou recentemente que logo mais o grupo entra em estúdio. Caso siga o padrão de "Death Magnetic", será algo fantástico, pois o mais recente disco do Metallica é ótimo. E a banda não deve promover nenhuma mudança drástica em sua sonoridade, já que a recente (e implorada) volta às raízes agradou.
Iron Maiden: recentes rumores davam conta de que Bruce Dickinson lançaria um álbum solo em 2014, o que esfriaria os planos do Iron Maiden. Mas o cantor falou, meses depois, que quem deve lançar novo disco é a banda, e não ele. Não creio que o trabalho deve chegar ao público em 2014, já que eles têm shows marcados até o mês de setembro. Mas eles podem ir se revezando entre estúdio e estrada, como o Metallica promete fazer. Musicalmente falando, sei perfeitamente o que esperar de um novo álbum Maiden: o mesmo que eles já fizeram. Em termos criativos, a banda só tem feito repeteco canalha, em especial nos dois últimos discos, "A Matter Of Life And Death" e "The Final Frontier". O mais recente ainda tentou mudar algumas coisas, mas poucas. Espero estar enganado, mas os padrões pré-estabelecidos e os fãs fanáticos não deixariam que o sexteto fizesse algo que não fosse cópia de si próprio.
Slash: o guitarrista da cartola também está bem animado recentemente. Os dois álbuns lançados nos últimos anos mostram que sua carreira solo pode render ainda mais. O primeiro, autointitulado, é um misto com várias parcerias e convidados. O segundo, "Apocalyptic Love", é linear justamente por ter sido gravado com músicos fixos. O terceiro deve seguir o padrão do segundo, por contar com a mesma banda de apoio - Myles Kennedy & The Conspirators. Kennedy é um grande vocalista e a cozinha é competente, mas mais do que as canções como um todo, os fãs aguardam por bons solos de Slash. Nisso, raramente ele fica devendo.
Alice Cooper: tia Alice nunca hesitou em compor, por isso tem créditos para lançar um álbum de covers, pois não deve ser simplesmente para cumprir tabela. O trabalho aparentemente já está pronto e deve ser lançado em 2014. Com sua banda, ele tem tocado um cover inusitado para "Born This Way", de Lady Gaga, então pode ser que a lista de bandas homenageadas tenha algumas surpresinhas. Mas, além de algumas escolhas excêntricas, os anos 1960 devem receber ótimas homenagens de Cooper, como The Beatles e The Who.
Judas Priest: a inesperada saída de K.K. Downing do Judas Priest representou a perda de um dos principais compositores da banda desde a sua fundação. Talvez seja por isso que o sucessor de "Nostradamus" (2008) só esteja sendo lançado agora, em 2014. Fato é que nem "Nostradamus", nem "Angel Of Retribution" (2005) são bons trabalhos. A entrada de Richie Faulkner, que deve ajudar nas composições do novo trabalho, pode até melhorar o novo disco do Priest.
Accept: atualmente, o Accept é uma das bandas antigas mais produtivas do metal. Estão seguindo muito bem o cronograma de lançar um novo disco de dois em dois anos, e fazer turnês nos espaços vazios de tempo. O sucessor de "Stalingrad" deve seguir a proposta da banda, que faz um heavy metal tradicional e cheio de identidade. Mark Tornillo serviu muito bem para os vocais.
Quiet Riot: após virar um cover de si próprio, o Quiet Riot resolveu gravar um novo álbum com Jizzy Pearl nos vocais. O ex-vocalista do Love/Hate, L.A. Guns e Adler's Appetite não me agrada, por isso creio que o novo trabalho do Riot não deve ser lá grande coisa. Além disso, o grandioso e falecido Kevin DuBrow liderava as composições da banda, ou seja, não dá para imaginar quem vai fazer as boas músicas que constam na discografia do grupo.
Sebastian Bach: o ex-vocalista do Skid Row tem sido bem recebido por sua carreira solo, que aposta mais no heavy metal do que no hard rock. Apesar disso, gostei muito mais de seu primeiro disco, "Angel Down", do que do segundo, "Kicking & Screaming". Agora, Bach aposta em uma espécie de supergrupo, que conta, especialmente, com Duff McKagan no baixo e John 5 em uma das guitarras. Não sei se eles vão contribuir também na autoria das músicas, mas se ajudarem a compor, o disco promete ser uma das grandes surpresas de 2014.
Adrenaline Mob: o Mob perdeu um pouco de publicidade com a saída de Mike Portnoy, mas parece ter ganhado qualidade com a entrada de AJ Pero - ou mudança no estilo de composição. A banda já liberou algumas faixas do vindouro disco, intitulado "Men Of Honor". Agora, eles apostam em um hard n' heavy mais direto, menos alternativo e, para os meus ouvidos, mais agradável. Ainda assim, mesmo com uma proposta um pouco mais tradicional, tem identidade no som dos caras. Pode se destacar.
Unisonic: o álbum de estreia do Unisonic, de 2012, é incrível. Até hoje, continua em minha playlist. A banda é multi-capitaneada por Michael Kiske, Kai Hansen, Mandy Meyer e Dennis Ward. Ao menos, no primeiro disco, os perfis de composição deles foram bem refletidos. No próximo disco, é provável que essa fórmula de "cada um faz o seu e depois junta para ver no que vai dar" continue, já que funcionou bem. Isso pode gerar mais um álbum bem variado, que balance entre o hard rock, heavy metal tradicional e power metal. Aguardo ansiosamente por esse trabalho.
Foo Fighters: o Foo Fighters se superou incrivelmente em "Wasting Light", de 2011. A banda liderada por Dave Grohl aitngiu níveis incríveis de composição e se firmou como uma das maiores bandas de rock da atualidade. A torcida é para que o sucessor continue o bom trabalho feito em "Wasting Light", ao invés de apostar na fórmula fraca dos antecessores "In Your Honor" e "Echoes, Silence, Patience & Grace". Ou seja, maior aposta em riffs e instrumental bem trabalhado, ao invés de pensar apenas em refrães.
The Darkness: o The Darkness me decepcionou com "Hot Cakes". A volta do grupo com sua formação original mostrou que eles ainda estão bons ao vivo, mas na criação deixou a desejar um pouco, pois apesar de "Hot Cakes" ter ótimas faixas isoladas, a grande maioria das canções é fraca. Nesse novo trabalho, os irmãos Hawkins e sua trupe devem recuperar a inspiração de outrora, porque o último trabalho parece ter sido feito apenas para cumprir tabela, mesmo com o hiato anterior.
Menções honrosas para:
Black Label Society
Down (EP)
Gamma Ray
Overkill
Primal Fear
Skid Row (EP)
Venom
Winger
Y&T
Já vazaram:
Bruce Springsteen: "High Hopes"
Já até vazou, por descuido da Amazon. Pude conferir o trabalho na íntegra. É um disco de sobras e covers, basicamente, mas Springsteen foi muito inteligente ao aproveitar o talento de Tom Morello em grande parte das faixas do disco. O guitarrista do Rage Against The Machine deu uma roupagem interessante às canções - e era isso que se esperava dele. A banda toda não fica atrás, bem como Springsteen, que manteve o nível dos outros bons álbuns recentes. Só fica maçante nos momentos de músicas mais lentas, mas dá para levar.
Iced Earth: "Plagues Of Babylon"
Com exceção do período com Tim "Ripper" Owens, o Iced Earth nunca deixou a peteca cair ao meu ver. Não foi agora, em "Plagues Of Babylon", que a banda comprometeu. Jon Schaffer e sua trupe fizeram um ótimo trabalho, seguindo o protocolo esperado pelos fãs com um metal oscilante, que tem momentos alternados de peso visceral e melodias afáveis. Stu Block continua o legado de Matt Barlow, apesar de não ser tão incrível como o anterior.
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