Rebeldia, irreverência: o que é o Rock, bandido ou ético?
Por Neimar Secco
Postado em 09 de dezembro de 2013
O Rock pode ser o que se queira desde que não perca a sua essência. E qual é a essência do Rock? Eu vejo o rock em si como uma fonte de mudança e de não conformidade com o que é pré-estabelecido. O rock pode e deve ser ético e, eis aqui um conceito um tanto polêmico em si. O que é ser ético? Basicamente ser ético é ser justo, honesto, não prejudicar deliberadamente ninguém, não "pisar", nem puxar o tapete de ninguém para se atingir objetivos.
E o que tudo isso tem a ver com o Rock? Aparentemente nada, ou pouco, não é? Mas existe muita ética no Rock, sim. Um exemplo disso é que apesar da falta de proximidade e até um grau de animosidade eventual entre as várias vertentes do gênero (rockabilly, surf music, progressivo, techno, hard rock, punk, new wave, heavy, death, thrash, industrial metal, etc.) não costuma haver crimes entre roqueiros de diferentes vertentes como acontece em outros grupos sociais tais como integrantes mais fanáticos (que são exceções, diga-se) de grandes torcidas de futebol rivais, certo?
"Roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido", cantava Rita Lee em Orra Meu, de 1980. A tal "cara de bandido" talvez se refira à irreverência, aos cabelos longos, à barba nem sempre aparada, ao vestir-se, de preferência, com jeans, tênis surrados, camisetas pretas e jaquetas de couro, coturnos, braceletes, etc.
Mas irreverência não é falta de ética. Não ser reverente não significa propriamente atacar, destruir o que quer que seja. O rock autêntico, da forma que eu o vejo, denuncia, abre as mentes e os olhos para o outro lado da moeda, seja na área política, seja em costumes de maneira geral.
As nossas "armas" são guitarras, baixos, baterias, eventuais teclados e vocais como porta-vozes. O "problema" é que muitas vezes não foi possível contestar sem passar por terrenos perigosos e (auto)destrutivos. O uso abusivo de drogas ilegais e álcool é um ótimo exemplo disso. Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Syd Barrett, John Bonham, Bon Scott são alguns exemplos emblemáticos de quem não conseguiu sobreviver apesar das drogas. Mas não se pode chamar a autodestruição de um roqueiro, só porque se trata(va) de uma pessoa pública de antiético, nem de politicamente incorreto.
Na minha opinião um verso antiético é "eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe e está morrendo". Não sei quem escreveu esse clássico da música popular, mas nele sim, eu vejo falta de ética. E estamos a galáxias de distância do Rock aqui. Bem mais sutil e passível de outras tantas interpretações menos fatais é: "melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez". Percebe a diferença? O foco não está no ato de beber, nem em qualquer outro ato prejudicial à vida ou à sociedade. Cabe a cada um dar a essa máxima a forma e as atitudes que vê como espelhos dela.
O Rock já gerou eventos "do bem" como: Concerto para Bangladesh, idealizado e encabeçado pelo ex-Beatle George Harrison, os concertos do Live Aid, capitaneados por Bob Geldof (The Boomtown Rats) nos anos 80, a reunião de artistas do heavy metal com o Hear N' Aid que, uma iniciativa de Ronnie James Dio. Não tão famosos, mas não menos relevantes e nobres estão iniciativas como o Alice Cooper's Christmas Pudding, evento realizado por Alice todo final de ano em que ele reúne vários roqueiros e músicos em geral e que arrecada fundos para a comunidade carente de Phoenix, onde ele vive.
Enfim, rebeldia sim, irreverência sim, claro. Personalidade forte, letras polêmicas e/ou contestatórias do status quo, Ok, claro. O Rock não abre mão de nada disso e muito mais coisas que o tornam um gênero musical que extrapola a própria música.
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