Eric Clapton resgata Robert Johnson em novo disco
Fonte: UOL Música
Postado em 02 de abril de 2004
A reinterpretação da música de Robert Johnson pelas mãos de Eric Clapton não é uma volta às raízes, mas talvez uma busca por inspiração. E essa procura é válida, afinal, o blueseiro negro foi aquele que, reza a lenda, vendeu sua alma ao diabo em uma encruzilhada, perto do Delta do Mississippi, para tocar "possuído". Apesar das composições manterem pouco de seu aspecto original (uma vez que com Johnson era só voz e violão e com Clapton é uma banda com bateria e piano, na verve do blues de Chicago), elas continuam com seu corpo e genuinidade intactas, preservadas mesmo depois de reinterpretadas -ou talvez "deturpadas" para os mais puristas. Mesmo assim, o blues flui pelos dedos de Clapton, esteja ele possuído ou não pelo espírito de Johnson (que só compôs 29 canções ao longo da breve e seminal carreira), e a produção deixa a música com clima empolgante. Apesar de toda projeção do disco, graças ao nome de Clapton, o álbum é despretensioso e certeiro em seu objetivo - mostrar como um influenciou o outro e o resultado disso. E o clima "piano-de-bar-de-velho-oeste-que-toca-sozinho" de faixas como "They're Red Hot" não deixa poeira nenhuma baixar. (Augusto Olivani)
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