Angra: por que Rafael Bittencourt não costuma lançar suas composições em português
Por Igor Miranda
Postado em 25 de junho de 2021
O guitarrista Rafael Bittencourt é o principal compositor do Angra, banda notória por, entre outros motivos, suas letras em inglês. Porém, o músico também costuma criar canções em português - que, muitas vezes, acabam engavetadas.
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Em entrevista a IgorMiranda.com.br, divulgada em vídeo no YouTube, Rafael revelou por que essas criações não costumam ser divulgadas ao mundo. O artista destacou que "o público do Angra é mais fechado para diferentes experiências", muito devido às mudanças de formação pela qual a banda passou.
"Tenho escrito algumas coisas em português, que muitas vezes acabam engavetadas porque o público do Angra é mais fechado para diferentes experiências. É um público que ficou muito traumatizado por muitas mudanças de formação e outras coisas. Então, quanto menos você mexe em transformações, parece que, para eles, é mais confortável", afirmou.
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Apesar disso, Bittencourt segue fazendo letras em português. Foi assim que nasceu o projeto Exército da Esperança, em que ele reuniu vários artistas de estilos diferentes, como MC Guimê, Toni Garrido e Carlinhos Brown, para gravar a música "Dar as Mãos", já disponível nas plataformas digitais.
"Mas eu gosto muito de música em português, assim como gosto de escrever em português. Então, é um projeto que não iria se enquadrar no Angra, apesar de eu ter convidado o Fabio (Lione), mas na época ele não quis, pois estava ocupado. Quis levar isso adiante, juntando artistas brasileiros de diferentes segmentos", declarou.
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Responsabilidade social
"Dar as Mãos" foi composta ainda em 2020 no início da pandemia do novo coronavírus. Naquela ocasião, Rafael Bittencourt enxergou a responsabilidade social adquirida pelos artistas, que passaram a entreter o público, trancado em casa, com suas produções.
"A pandemia mostrou que o artista tem uma responsabilidade social. Estávamos divididos entre duas grandes frentes: quem estava em casa, recolhido e morrendo de medo no começo, e quem estava no hospital, sendo acolhido pela frente da saúde. O artista, então, foi quem acolheu as pessoas que estavam em casa. As pessoas procuraram lives, séries, livros, músicas, discos... passaram a comprar discos de artistas que gostam, colecionar até mesmo coisas que remetiam ao 'mundo antigo'", disse.
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O guitarrista ainda destacou: "Conversei com uma gravadora na Europa que disse que começaram a vender um monte, porque as pessoas queriam se apegar às lembranças do mundo de antes. A psicologia das pessoas começou a mudar".
A entrevista completa pode ser assistida no vídeo a seguir.
Ouça "Dar as Mãos" no player abaixo.
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