Por que Gary Moore recusou convite para ser guitarrista da banda de Ozzy Osbourne
Por Igor Miranda
Postado em 18 de agosto de 2021
Iniciada em 1980, a carreira solo de Ozzy Osbourne decolou logo de cara e muito disso se deve ao trabalho com o guitarrista Randy Rhoads, falecido em 1982. Porém, outro músico foi considerado para a posição ocupada por Rhoads na banda do Madman: Gary Moore, que acabava de deixar o Thin Lizzy.
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O guitarrista irlandês chegou a ser abordado para juntar-se a Ozzy em sua trajetória pós-Black Sabbath. Porém, ele recusou o convite, alegando um motivo bem direto: não queria trabalhar com viciados, devido à experiência ruim que teve no Lizzy ao lado do frontman Phil Lynott.
A revelação foi feita pelo baixista Bob Daisley, que trabalhou com Ozzy em diversos momentos de sua trajetória - inclusive na formação original de sua banda solo -, em entrevista à CMS Network. As falas foram transcritas pelo Ultimate Guitar.
"Randy não estava na banda de início e Ozzy queria Gary Moore inicialmente. Essa foi sua primeira escolha. Mas Gary disse: 'não, já trabalhei com um alcoólatra e viciado em drogas'. Ele se referia ao Thin Lizzy (Phil Lynott)", afirmou Daisley.
Por outro lado, Moore, que nos deixou em 2011, era um grande amigo de Osbourne e colocou-se à disposição para encontrar um bom guitarrista que pudesse trabalhar com o Madman. "Ele disse que ajudaria Ozzy a escolher músicos ou a dar uma olhada em guitarristas para ele. Porém, Gary não estava lá na noite em que Ozzy viu Randy", disse o baixista.
Randy Rhoads quase não entrou?
Durante a entrevista, Bob Daisley ainda revelou uma faceta diferente da história de Ozzy Osbourne com Randy Rhoads. De acordo com o baixista, o jovem guitarrista arrasou logo em seu primeiro teste, mas não entrou de imediato para o projeto.
As razões eram geográficas: Randy morava nos Estados Unidos, longe da Inglaterra de Ozzy. "Ozzy amou Randy e disse: 'ok, você está contratado. Mas quando ele voltou para a Inglaterra, ele estava tentando montar algo lá sem Randy. Foi quando eu fui até a casa do Ozzy e tocamos juntos pela primeira vez, e ele tinha um baterista e um guitarrista lá. Eram bons, simpáticos, mas não eram de alto nível", contou.
Foi Daisley quem abriu os olhos de Osbourne com relação aos músicos que entrariam para a banda. "Falei a Ozzy: 'se você quiser levar isso a sério, acho que esses caras não são de alto nível'. Então, ele disse que conheceu um guitarrista em Los Angeles que era ótimo, que era professor de guitarra, chamava-se Randy Rhoads", revelou.
De início, a gravadora, Jet Records, não queria investir para trazer Randy Rhoads até a Inglaterra. "Estávamos lidando com David Arden, filho de Don Arden, na Jet Records. David não queria levar Randy para Londres porque Randy era desconhecido. Mas ele acabou topando pagar pela passagem e trazê-lo. Foi aí que tudo começou", afirmou.
Com a chegada de Rhoads ao Reino Unido, faltava a peça final: o baterista. "Testamos uns 50 bateristas. O último foi Lee (Kerslake, baterista do Uriah Heep que ficou com a vaga). Randy amava o Uriah Heap, um de seus álbuns favoritos era 'Demons and Wizards' (1972)", concluiu.
A entrevista completa pode ser conferida, em inglês e sem legendas, no player de vídeo a seguir.
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