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Charlie Brown Jr: "me chutaram 100% do projeto que criei", diz filho de Chorão

Por Igor Miranda
Postado em 29 de novembro de 2021

Alexandre Abrão, filho de Chorão, conversou com o Venus Podcast sobre o recente rompimento com os guitarristas Thiago Castanho e Marcão Britto. Eles fariam juntos uma turnê em tributo ao Charlie Brown Jr, mas divergências fizeram com que Thiago e Marcão abandonassem o projeto tocado por Alexandre e criassem outra turnê, com os mesmos músicos da primeira iniciativa.

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Conforme transcrito pelo Whiplash.Net, Abrão disse que o projeto está "completamente fechado". "Eles me chutaram 100% do que eu mesmo criei. Desde que meu pai faleceu, meu intuito sempre foi reunir todos os meninos da banda. [...] Meu intuito sempre foi apaziguar", disse.

O filho de Chorão disse não saber "de onde vem tanta raiva" que Thiago Castanho sente. "Thiago sempre foi assim. Era assim com meu pai, é assim comigo depois do falecimento do meu pai. Antes, ele sempre foi um amor de pessoa comigo, mas óbvio: eu era o filho do Chorão, ele não iria me desrespeitar na frente do meu pai. Agora meu pai sumiu, 'opa, beleza, não é o cara, é o filho, então não vou respeitar como respeitava o pai'", afirmou.

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Divergências com empresário

Antes mesmo de saber que Thiago Castanho e Marcão Britto romperiam com a turnê, Alexandre Abrão teve problemas com o empresário que tocava o projeto com ele. O profissional era responsável por fechar shows para o tributo ao Charlie Brown Jr.

"Nos últimos 3 meses, tive um parceiro, um empresário que me ajudava a vender show. Só que ele começou a tomar atitudes que não gostei. Ele falava que recebia pressão de contratantes porque eles deram dinheiro adiantado para seu pai, ele morreu e não fez os shows. Inclusive, esses contratantes me processaram. Mas não tem comprovante de transferência, nada. Havia um contrato assinado cuja assinatura não era do meu pai. Foi provado por perícia judicial que falsificaram a assinatura", afirmou.

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Apesar do conflito, Abrão disse que não se indispôs a negociar shows com esses mesmos contratantes, já que se tratava de outro projeto. "Ele perguntou se poderia conversar com esses contratantes e eu falei que poderia, sem problema, negócio é negócio - desde que fique claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra", disse.

Apesar disso, segundo Alexandre, o empresário "bateu na tecla de que havia vários shows e levou isso para os músicos, dizendo que eu não queria devolver o dinheiro dos empresários". "Foi uma das vezes em que o Thiago perguntou por que eu não pagava a dívida se eu tinha tanto dinheiro. Mas estão pedindo R$ 600 mil. O quê? Você gostaria que, caso você não estivesse mais aqui, sua filha tivesse que pagar R$ 600 mil de algo que ela não recebeu e tem prova de que o negócio foi falsificado?", afirmou.

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Do empresário aos músicos

Em dado momento, de acordo com Alexandre Abrão, o empresário disse que só continuaria no projeto se pudesse licenciar a marca Charlie Brown Jr. O filho de Chorão disse ter recusado a proposta, o que teria feito o profissional convencer os músicos de que os cachês dos shows poderiam ser embargados devido à questão judicial envolvendo tais contratantes.

"Falei que não (licenciaria). Quem licencia, quem faz contratos, é a empresa do meu pai. É uma família toda de advogados, com escritório. Tenho uma pessoa que cuida de marketing, outra que cuida de shows - que seria esse empresário -, mas ele começou a colocar sementes onde havia bichinhos falando: 'vou tomar'. Nesse problema todo, ele falou: 'estou recebendo notificação de uma pessoa, esses empresários podem embargar o cachê do show e ninguém recebe'. E eu: 'gente, não tem nada a ver [...] o cachê de vocês está salvo'", disse.

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Ele completou: "Esse empresário continuou fazendo reunião com os músicos sem me falar. Em julho, recebi notificação do advogado de marcas e patentes falando que o Thiago e o Marcão entraram com registro da marca 'CBJr' por 30 anos, 'C. Brown Jr', 'Charlie Brothers', não sei o quê. Tudo marca relacionada ao meu pai. O nome Charlie Brown Jr, embora digam que não tenho registro, eu dei entrada no registro da marca. Tenho direito de usar. Dizem que é do escritório do Snoopy, mas não tenho problema com eles, nunca proibiram de usar. Está lá pago, tenho 10 anos para usar".

Abrão disse que não havia problemas com Castanho e Britto nesse sentido antes da mencionada tentativa de licenciar a marca sem seu conhecimento. "Antes, estava tudo bem. Havia problemas, mas eram normais. [...] Em agosto, o empresário disse que iria sair se não fosse licenciado. Falei: 'está bom, vamos continuar trabalhando outras coisas'. Ele disse: 'se resolver tudo, me chama de volta'. Eu falei: 'pode até ser, mas não... você é quem está pedindo para sair, não estou te forçando, só te pedi para poder falar com músicos e parceiros'. Mas um dia antes do empresário falar que estava fora, ele fez reunião com todos os músicos e falou: 'vou sair, o moleque é controlador, etc'", declarou.

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Divisão igualitária

Ainda de acordo com Alexandre Abrão, os guitarristas receberam a proposta de divisão igualitária relacionada ao projeto. "Meu acordo com Marcão e Thiago era: todos os contratos, vocês vão ver; todos os cachês serão altos; haverá direito de ganhar 33% de merchandising, algo que meu pai nunca fez; Thiago pediu para aumentar royalties dele, falei: 'vamos fazer, vai me f*der, mas vamos fazer'. Tudo que pediram - e não foi pouco -, estávamos tentando", disse.

Em seguida, ele comentou: "Agora, os dois se juntaram e falaram: 'aqui está um processo porque quero cancelar um contrato que fiz com você dizendo que você está me dando direito de registrar as marcas Charlie Brown Jr Thiago Castanho e Charlie Brown Jr Marcão Britto'. Só que há uma cláusula dizendo que eles não têm direito ao nome Charlie Brown Jr. Não podem usar esse nome sem mim. E eles estão me processando".

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Após o mencionado processo, Alexandre disse que tentou fazer contato com os músicos, mas não foi ignorado. "Quando recebi isso, meu chão caiu. Estava tudo bem até uma semana antes. Não me ligaram, não fizeram nada. De novo, tentei, mandei mensagem para eles... nada. [...] Um mês depois, vieram a público dizer que não dou abertura, que desrespeito a história deles, que não tenho nada a ver com a história e que não faço parte da história do Charlie Brown Jr. Mas Charlie Brown Jr é o Chorão. Eles fazem parte da história, sim, mas Charlie Brown Jr é o Chorão. Thiago Castanho disse em 2019 que não existe Charlie Brown Jr sem Chorão. Concordo. Não tento substituir ninguém", disse.

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Por fim, destacou: "Virar e falar: 'não fez parte, deixa quem participou contar a história, sou Charlie Brown Jr desde 1992, desde 1993'. E eu que sou Charlie Brown Jr desde 1990? Estava no saco do filho da p*ta? (risos)".

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Sobre Igor Miranda

Jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital pela Universidade Estácio de Sá. Começou a escrever sobre música em 2007 e, algum tempo depois, foi cofundador do site Van do Halen. Colabora com o Whiplash.Net desde 2010. Atualmente, é editor-chefe da Petaxxon Comunicação, que gerencia o portal Cifras, Ei Nerd e outros. Mantém um site próprio 100% dedicado à música. Nas redes: @igormirandasite no Twitter, Instagram e Facebook.
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