Em 1967 o Pink Floyd respondeu à acusação de que estava "matando o pop"
Por André Garcia
Postado em 29 de março de 2022
O jornal Melody Maker foi uma das mais importantes publicações musicais do mundo. E, conforme resgatado pelo canal Yesterday's Papers, no YouTube, a edição de 30 de dezembro de 1967 trouxe uma questão pra lá de curiosa: "Bandas como o Pink Floyd estão matando o pop?"
Com o lançamento de seus primeiros singles e seu álbum de estreia naquele ano, a banda estava na boca da mídia britânica. Com isso, muitos leitores escreveram a acusando a banda de estar "matando o pop" com sua música experimental e "fora da casinha", alongada nos palcos por improvisações.
A polêmica surgiu durante a turnê conjunta do Pink Floyd com Jimi Hendrix, The Move e Amen Corner. Um leitor que assistiu a um desses shows em Glasgow, na Escócia, escreveu:
"Que monte de lixo enfadonho o Pink Floyd se mostrou na turnê com Jimi Hendrix. Todas aquelas porcarias de luzes e aquela dolorosa barulheira me deixaram enjoado. Se há algo capaz de matar a música pop, é esse tipo de insulto sem sentido! Graças a Deus algumas pessoas tiveram o bom senso de caçoar de sua pueril apresentação."
Peter Jenner e Andrew King, que gerenciavam o Pink Floyd, enviaram uma carta ao jornal em resposta ao leitor:
"Se sua mente for suficientemente fechada, qualquer um pode ser visto como uma ameaça. Então, sim, o Pink Floyd está matando o pop por haver um grande número de pessoas com mentes fechadas demais para aceitar o que a banda faz como qualquer outra coisa além de uma ameaça musical às suas ideias do que o pop é."
"80% da música do Pink Floyd é improvisada, muita gente parece não perceber isso. Seu repertório muitas vezes inclui músicas nunca antes tocadas, por isso a banda é imprevisível tanto para a plateia quanto para ela mesma."
"Eles podem ser sublimes, ou podem ser horríveis, assim como o público, que geralmente tem o que merece, tem o que sente. O Pink Floyd é você. Se você sente que eles estão matando algo, então você é cúmplice."
Syd Barrett, que era o líder da banda, se pronunciou sobre a questão dizendo: "Eu não poderia me importar menos com isso. Tudo que podemos fazer é gravar discos que gostamos. Se a garotada não gostar, basta não comprar."
Ainda segundo o guitarrista, o motivo pelo qual as pessoas gostavam de Beatles e Rolling Stones era "porque eles sempre fazem o que querem, e mandam todo o resto para o inferno".
Quanto ao show de luzes, que já começava a ser considerado algo fora de moda, Roger Waters foi perguntado se pretendia abandonar aquilo. Sua resposta foi: "De jeito nenhum".
"As luzes não foram e não são um truque barato", continuou o baixista, "nós acreditamos que um bom espetáculo de iluminação potencializa a música. As bandas que adotaram luzes como um truque barato, agora estão sendo obrigadas a abandonar isso. Nós não temos motivos para fazer o mesmo."
"Nós estamos apenas tocando a superfície das possibilidades de combinação de luz e música", disse Barrett. "Nós acreditamos que música e luz são partes da mesma cena, um potencializa e acrescenta ao outro. Nós acreditamos que no futuro as bandas oferecerão muito mais do que apenas um show de pop, elas terão que oferecer um espetáculo bem produzido."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 5 melhores álbuns do rock nacional, segundo jornalista André Barcinski
A banda de thrash fora do "Big Four" que é a preferida de James Hetfield, vocalista do Metallica
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
Guns N' Roses é anunciado como headliner do Monsters of Rock 2026
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
A música favorita de todos os tempos de Brian Johnson, vocalista do AC/DC
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
Exodus: quando a banda "engoliu" o Metallica e nunca mais abriu para eles
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
Neto de Ozzy Osbourne morde seu primeiro morcego
As 10 melhores músicas do Slayer, segundo o Heavy Consequence
Inferno Metal Festival anuncia as primeiras 26 bandas da edição de 2026
A canção do Queen que Brian May achou que era piada até ouvir "estou falando sério"
"Entrei na turnê de despedida do Judas e ainda estou aqui 15 anos depois", diz Richie Faulkner
O músico que Neil Young disse ter mudado a história; "ele jogou um coquetel molotov no rock"


O artista que Roger Waters diz ter mudado o rock, mas alguns torcem o nariz
Cantor brega Falcão conta a Danilo Gentili treta com Roger Waters do Pink Floyd
O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
O disco de prog que Ian Anderson disse que ninguém igualou; "único e original"
3 bandas clássicas que felizmente mudaram de nome antes de fazer sucesso
O álbum do Pink Floyd que David Gilmour acabou detestando por causa do Roger Waters
David Gilmour responde se voltará a trabalhar com Roger Waters no Pink Floyd
O famoso solo que David Gilmour jamais começa diferente; "Parece tolice não fazer isso!"
Os 11 álbuns prog preferidos de Geoff Downes, tecladista do Yes e Asia
O álbum do Pink Floyd que sempre deixou um gosto de arrependimento em David Gilmour
Como foi criada a bela capa de "Youthanasia", clássico do Megadeth
As três músicas do Pink Floyd que são cantadas por pessoas que não fazem parte da banda


