Matthew Heafy, do Trivium, lança álbum de estreia do projeto Ibaraki
Por Emanuel Seagal
Postado em 08 de maio de 2022
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O vocalista e guitarrista Matthew Kiichi Heafy lançou nesta sexta-feira, 6 de maio, o primeiro álbum de seu projeto solo Ibaraki, produzido em parceria com a lenda do black metal Ihsahn (Ihsahn, Emperor).
Um dos álbuns mais antecipados do ano conforme a revista Revolver finalmente vê a luz do dia, lançado pela Nuclear Blast Records. No Brasil o álbum será lançado pela parceira Nuclear Blast/Shinigami Records. Matthew Kiichi Heafy, conhecido por seu trabalho no Trivium, lança um álbum solo que ele mesmo considera um ponto de virada em sua carreira. "Rashomon" é um verdadeiro tributo ao estilo do qual é fã há muito tempo — o Black Metal.
Hoje o guitarrista/vocalista Matt Heafy lança o videoclipe do último single promocional do álbum "Rashomon", o petardo "Kagusushi", que pode ser visto no player abaixo.
"'Kagutsushi' é um ponto de virada na minha relação com o black metal", comentou Matt. "Antes de compor esta música, acreditei que eu precisava me manter em todas as tradições — não acreditava poder atrelar o meu nome e ainda manter algo legitimamente black metal."
O músico continua: "Fazer amizade com o Ihsahn e te-lo como mentor me mostrou que eu somente preciso me manter fiel á mim mesmo o que é muito mais importante que ser fiel á um gênero musical. Ihsahn libertou a minha mente e me encorajou em afiar as minhas ferramentas que precisava para iniciar Ibaraki apropriadamente".
Matt conclui: "As faixas de guitarras gravadas e finalizadas são, na verdade de 2010/2011. Este álbum é uma cápsula do tempo de minha jornada em criar Ibaraki. 'Kagutsuchi' foi a primeira música que compus após eu iniciar a minha jornada sob a tutela de Ihsahn".
"Kagutsuchi" possui uma participação especial no baixista Paolo Gregoletto, parceiro de banda do guitarrista/vocalista no Trivium.
Ouça o álbum "Rashomon" no player abaixo.
"Rashomon" tem as seguintes faixas:
1. "Hakanaki Hitsuzen"
2. "Kagutsuchi"
3. "Ibaraki-Dōji"
4. "Jigoku Dayū"
5. "Tamashii No Houkai"
6. "Akumu" (com Nergal)
7. "Komorebi"
8. "Rōnin" (com Gerard Way)
9. "Susanoo No Mikoto" (com Ihsahn)
10. "Kaizoku"
Sobre Ibaraki:
Ibaraki — o nome de um demônio da época do Japão feudal e também nome do novo projeto do Matthew Kiichi Heafy do Trivium é mais que um projeto solo. É um resultado de uma viagem de um artista encontrando sua voz. São inspirações que incluem tudo desde suas influências do black metal extremo até ao contar de histórias de Gerard Way e as aventuras exuberantes e até trágicas de Anthony Bourdain. É um reflexo das multifacetadas influências de Kiichi pela identidade nippo-americana e o que lhe deu conforto num dos momentos mais trágicos de sua família. Como o artista por trás do projeto, há muito o que contar como o Ibaraki começou com um email tímido para uma das figuras mais idolatradas e influentes do black metal.
Matthew é fã de black metal mesmo antes de começar o Trivium, e foi falar com representantes da gravadora de Ihsahn, do Emperor, e o artista respondeu pessoalmente. Ele recorda: "Foi muito legal receber aquele ok e isso me inspirou a começar a dar uma olhada no projeto solo dele. Ele acabara de lançar seu próprio álbum solo e eu nunca ouvi nada como aquilo — saxofones, vocais limpos, acordes de jazz. Foi incrível para mim. Ele é um inventor incansável. Então isto me influenciou a compor de outra forma."
Ser exposto ao trabalho solo de Ihsahn me inspirou para compor e gradativamente me tornar Ibaraki. Também foi o início de uma amizade e uma colaboração criativa que acabou levando o próprio Ihsahn para uma função de produtor do projeto. Enquanto muito material foi feito para o Ibaraki durante anos e meses — uma troca de ideias entre amigos fez com que o processo de composição tornasse proporções absurdas – onde o ápice do florescer de ideias foi no meio da pandemia de COVID-19.
"Foi super tranquilo", diz Ihsahn. "Tínhamos algumas demos por muito tempo, pois sempre somos muito ocupados, mas de repente tudo estava cancelado e tivemos tempo pela primeira vez para fazer isto. Nunca trabalhamos no mesmo ambiente; ele gravava as guitarras e mandava para mim e eu as passava no meu estúdio e mandava de volta. Foi uma nova forma de trabalho, mas eu estava lá do outro lado do vidro. Matt é um cara super positivo, enérgico e fã da música — temos atitudes parecidas na música e mente muito aberta para tudo. Foi algo que me ensinou muito."
As interações criativas entre os dois resultaram numa confiança absurda que nasceu neste projeto. "Nós dois começamos uma banda aos 13 anos" diz Ihsahn. Assinamos o primeiro contrato com uma gravadora aos 16 e achamos a nossa essência de vida, jovens demais. Falamos muito sobre isso e sobre as experiências que tivemos — é como não saber outra coisa."
Enquanto o material foi primariamente composto por Kiichi, Ihsahn fez a produção e engenharia contribuindo também com estruturas da música, mais o baterista do Trivium Alex Bent, o baixista Paolo Gregoletto e o guitarrista Corey Beaulieu contribuíram com várias faixas. A esposa de Ihsahn, Heidi inclusive trouxe alguns samplers de sons da floresta. Há também participação dos já mencionados Nergal, do Behemoth e Gerard Way.
Ihsahn também encorajou Kiichi a procurar novos caminhos para inspiração para as letras, principalmente da sua herança japonesa. Apesar de ter várias histórias contadas pelas tatuagens de seu corpo, histórias de Deuses específicos do Japão e monstros da religião xintoísta por indicação de sua mãe viraram temática para as letras do álbum.
Enquanto a mitologia rica e o folclore do Japão é o que dá a estética e influências para Ibaraki, também se transforma na canalização de sua própria identidade e considerando as recentes tragédias de seu estado mental também enalteceram a necessidade de uma melhor representatividade no universo do metal extremo.
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