O motivo pelo qual Ringo era "ruim", segundo George Harrison, dos Beatles
Por André Garcia
Postado em 26 de novembro de 2022
Ninguém viveu mais um paradoxo com a beatlemania que George Harrison — o beatle calado e discreto que se viu no holofote de uma das maiores celebridades de seu tempo. Além de ter composto algumas das maiores canções do século XX, como "Something" e "While My Guitar Gently Weeps", o músico foi um dos grandes difusores do hinduísmo e a cultura indiana no ocidente.
Em vídeo disponível no YouTube, ele deu uma declaração inusitada sobre seu colega, o baterista Ringo Starr.
"[Passamos por] tantos anos amadurecendo juntos, e eu sei que Ringo é um grande baterista, mas ele é ruim [porque] ele não pratica. O que não parece importar, porque nas minhas músicas ele é muito bom: ouve a música uma vez e sabe exatamente o que tocar. É o tipo de baterista que jamais gostou dele solos, [mas que] intuitivamente sabe quando uma virada [é necessária]."
Conhecido por sua sinceridade, Harrison a seguir vestiu ele próprio a mesma carapuça.
"É a mesma coisa comigo, sabe? As pessoas me chamam de guitarrista, e em certo sentido eu realmente sou, mas eu nunca pratico. [Houve momentos em que] por anos e anos eu não botei a mão na guitarra, exceto para gravar um disco. Eu sei que eu posso ser muito bom, mas não pratico o bastante."
Beatles
Pioneiro, John Lennon formou o The Quarrymen em 1956 — ano do lançamento do álbum de estreia de Elvis Presley, considerado o marco zero do rock. Paul McCartney se juntou a ele em 58, George Harrison em 59. Depois de trocar de nome várias vezes, em 1960 a banda adotou o definitivo: The Beatles.
Em ascensão então sem precedentes, eles conquistaram Liverpool em 62, a Inglaterra em 63 e os Estados Unidos e o mundo em 64, o ano da beatlemania. Após serem apresentados à maconha por ninguém menos que Bob Dylan, em meados da década o quarteto deu uma guinada em sua carreira, se afastando das canções pop e buscando fazer algo mais maduro.
Ao abandonar os shows ao vivo em 1966 — que, cada vez mais caóticos, chegaram a colocar a vida de seus membros em risco —, os Beatles puderam se dedicar integralmente às gravações. Com álbuns como "Revolver" (1966) e "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967), eles atingiram seu auge criativo abusando de instrumentos exóticos, experimentações sonoras e inovadoras técnicas de gravação. Não é por acaso que o "Sgt. Pepper's…" está entre os álbuns mais vendidos de todos os tempos.
Com o "White Album" (1968), por outro lado, eles já davam sinais de crescerem em direções diferentes, perdendo a unidade e coesão. A partir dali, cada vez mais a banda ficou pequena para os quatro. Insatisfeitos, para poderem fazer o que realmente queriam, tiveram que seguir caminhos separados após a gravação de "Abbey Road" (1969). O "Let It Be" (1970) já foi lançado como um trabalho póstumo.
Apesar de ter encerrado sua trajetória há mais de meio século, os Beatles seguem conquistando a novas gerações, e até hoje permanecem entre os nomes mais populares da música.
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