Rush: Geddy Lee comenta a versão animada de "The Trees" (quase) feita em 1978
Por André Garcia
Postado em 21 de março de 2023
Uma das características do Rush era buscar oferecer a seus fãs algo mais do que apenas tocar músicas diante deles. A banda, que sempre buscava novas ideias para suas apresentações, em meados dos anos 80 chegou a usar um vídeo com tecnologia 3D na introdução de "The Weapon" — utilizando os óculos 3D muitos anos antes de James Cameron lançar Avatar.
Em 1978, durante a turnê do "Hemispheres", o trio teve a ideia de fazer uma animação inspirada na faixa "The Trees", para ser exibida no palco enquanto ela era tocada. Infelizmente, o projeto não chegou a ser concluído. À Rolling Stone, Geddy Lee deu uma extensa entrevista focada no álbum "Hemispheres"(1978) — que marcou sua despedida do rock progressivo. Entre outras coisas, ele comentou esse curioso episódio.
Rolling Stone: O [jornal] The Toronto Sun escreveu em 1978 que "com 'The Trees', a banda trabalhou em uma versão desenho animado da letra, em que um complacente carvalho gigante enfrenta bordos insolentes, algo que se revelou caro demais". Isso é verdade? Aquele material sobreviveu?
Geddy Lee: Caramba, isso me soa familiar, mas faz tanto tempo que eu não me lembro mais. Naqueles velhos dias, tínhamos muitas ideias para expandir nosso show ao vivo, usávamos projetores nos shows mais antigos que consigo lembrar. Sempre usávamos para alguma coisa, mesmo que fosse apenas aquela luz líquida sessentista psicodélica atrás de nós (qualquer coisa que pudéssemos pagar).
Conforme amadurecemos na banda, e conforme nossa música foi ficando mais aventureira, fomos ficando dolorosamente auto conscientes de quão paradões éramos no palco. Então sentimos que era muito importante manter o público entretido de alguma forma — se não pudesse ser nós botando pra quebrar com nossos instrumentos, poderia ser uma pequena animação acompanhando a música.
Agora que você mencionou, me trouxe algumas memórias, mas não me lembro o que de fato aconteceu. Alex deve lembrar melhor, mas era eu que estava mais envolvido com a animação e a produção de palco. Nossa, isso me soa tão familiar… Nunca chegamos a fazer alguma coisa assim, mas estou certo de que nós levamos a coisa para frente até que alguém dissesse "Isso vai custar tanto", aí nós ficamos, tipo, "Eita!"
"Hemispheres" foi o sexto álbum do Rush, e o quarto (e último) de sua fase progressiva. Apesar de ter sido produzido em meio à decadência do rock progressivo perante o surgimento do punk, é considerado um de seus trabalhos mais ambiciosos e complexos. Comercialmente, o álbum foi bem-sucedido, alcançando a posição #47 na Billboard 200 e recebendo disco de platina nos Estados Unidos e Canadá.
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