O músico de pagode que é o "Jimi Hendrix do baixo", segundo Torcuato Mariano
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de outubro de 2023
Prateado, renomado músico de pagode foi considerado como o "Jimi Hendrix do baixo" pelo influente produtor musical Torcuato Mariano, que também já tocou com Cazuza e Kid Abelha. Seu virtuosismo e singularidade no instrumento são destacados por Mariano, que o considera um dos maiores talentos que já conheceu. A fala de Mariano surgiu durante entrevista ao Corredor 5.
"Cheguei na gravadora EMI e a minha missão era garantir o sucesso dessas caras do pagode. Graças a Deus, consegui manter o sucesso deles, e alguns até venderam mais porque o mercado já era diferente.
O Prateado eu já conhecia do Grupo Sensação, falava com ele pelo telefone direto. Prateado é um gênio, para mim é um dos maiores músicos que eu conheço mesmo, é um cara que no instrumento dele, fora o produtor, o compositor, tudo, como instrumentista é bizarro, inventou aquilo.
Eu chamo ele de Jimmy Hendrix do baixo. Sempre que eu o vi tocando de perto, via a mão direita, bizarro, o cara é gênio. Provavelmente, se o levarem para Los Angeles, vão estudar ele, porque o que ele toca, ninguém toca, é muito único. E ele inventou aquele jeito de tocar, isso que é o mais importante, não tem ninguém igual a ele antes dele, não tem mesmo".
Pagode, rockstars e opiniões
Quem testemunhou a efervescência dos anos 1990 certamente recorda que um dos ritmos que imperavam nas ondas das rádios brasileiras era o pagode. No entanto, qual seria a perspectiva de Roberto Frejat, consagrado ícone do rock nacional, a respeito desse movimento?
Em uma entrevista concedida à TV Univercidade em 2002, o agora ex-integrante do Barão Vermelho compartilhou sua visão intrigante sobre o sucesso artístico. Frejat afirmou que, se determinados artistas alcançam o sucesso, há uma razão para tal conquista. Além disso, ele esclareceu que, em sua percepção, o rock nacional dos anos 1980 desempenhou um papel semelhante ao pagode na década seguinte, atuando como um agente que "imprensava" outros estilos musicais.
"Penso que esses ciclos de popularização de um tipo específico de música, de certa forma, restringem o espaço para outros estilos. Isso é algo natural. Da mesma maneira que, na década de 1980, quando o Barão Vermelho, Titãs e Paralamas do Sucesso surgiram, também acabamos 'imprensando' uma série de outros artistas. Tenho o hábito de dizer que não reclamo do sucesso de ninguém. Todos que alcançam o sucesso têm algum motivo para isso, por mais questionável que seja. Mesmo que seja pelo motivo menos nobre, se as pessoas gostam, é uma conquista artística", concluiu Frejat, expressando sua perspectiva única sobre o fenômeno do sucesso na música.
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