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Roger Waters revela como era ser famoso no Pink Floyd e ele sentir "vazio" com aquilo

Por André Garcia
Postado em 17 de julho de 2024

Em 1973 o lançamento de "The Dark Side of the Moon" levou o Pink Floyd de esquisitões do rock britânico a astros internacionais. Roger Waters, assim como seus colegas, gozaram o sentimento de realização de terem zerado a vida.

Só que a vida deles e a carreira do Pink Floyd não acabou após os créditos finais. A partir dali, eles se pegaram em um impasse: O que fazer após chegar no auge? Com o que sonhar e o que perseguir depois que você já chegou ao topo? Chegar ao topo de novo no ano seguinte? Para quê?

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Foto: Kate Izor - Sony Music
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Durante as turnês de "Wish You Were Here" (1975) e "Animals" (1977) o Pink Floyd passou a tocar em estádios. Consequentemente, cada vez mais eles sentiam que o público estava lá para beber, gritar e curtir todo aquele circo montado em torno da banda do que de fato em ouvir o que ela estava tocando. Cada vez mais eles sentiam que não eram ouvidos sobre o palco, que o que eles tocavam não fazia diferença.

Toda a banda se sentia frustrada, mas ninguém foi tão infeliz com tudo aquilo quanto Roger Waters. Em recente entrevista para a AXS TV, o baixista foi questionado sobre o assunto.

"Como era o sentimento que rolava entre você e o público pela sua perspectiva?", perguntou o entrevistador. "Porque olhando de fora o que a gente vê é tanta idolatria e aprovação que era para você ter sido o cara mais feliz do mundo — mas você estava obviamente infeliz."

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"Não, eu não estava [feliz]", concordou Waters. [...] Eu estava muito insatisfeito de tocar em estádios de futebol para pessoas não lá muito interessadas pelo que estávamos fazendo."

"Essa ideia [que de a fama traz felicidade] pode ser uma absoluta ilusão. Se você pegar toda a história do entretenimento popular, você vai encontrar enternainers que chegaram a morrer [sufocamos pela fama]. Talvez seja tão frequente quanto gente que fez sucesso na indústria do entretenimento e isso significou felicidade para elas em suas vidas pessoais."

"[O sucesso] é uma questão de quanta idolatria você recebe no palco, de quanto recebe sob os holofotes, de quanto sucesso você faz, de quanto sei lá o que mais. [Mas seu vazio interior nào é preenchido] até que você faça um trabalho importante, o que nada tem a ver com aquilo. Ou até que você experimente [...] a transcendental natureza do amor, se você tiver a sorte de entender como esse troço funciona — o que é muito mais difícil do que aprender a tocar banjo!"

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"[Portanto, mesmo se você ficar famoso] pode acabar continuando a se sentir vazio. Aí você vai continuar correndo atrás de... o que quer que você esteja buscando (que é quase certo que seja para substituir a falta de alguma outra coisa). Porque você pode curtir a música só de sentar sozinho no quintal e tocar violino, sem a necessidade de toda aquela... baboseira de estrelato", concluiu.

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Sobre André Garcia

Sou redator e tradutor freelancer e escritor, autor do livro de contos Liber IMP. Ouço rock desde pequeno, leio coisas sobre bandas desde sempre e escrevo sobre ela já tem anos. Cresci como fã de Iron Maiden e paladino do rock, mas já me tratei. Hoje sou fã de nomes como Beatles, David Bowie, The Cure, Kraftwerk e Velvet Underground, e de cenas como a Londres psicodélica, a Nova Iorque proto-punk e a Manchester pós-punk. Escrevo notas e notícias rápidas para o Whiplash.Net visando compartilhar conteúdo relevante sobre música e cultura pop.
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