O obscuro álbum do Pink Floyd que Ozzy Osbourne mais gosta; "lembro de ouvi-lo chapado"
Por Bruce William
Postado em 08 de outubro de 2024
O Pink Floyd é uma das bandas mais influentes na história do Rock, conhecida por sua abordagem experimental e sonora que desafiou os limites tradicionais do gênero. Formado em Londres nos anos 1960, o grupo foi pioneiro no uso de efeitos de som, longas composições instrumentais e letras introspectivas. Misturando Rock com elementos de Psicodelia, Progressivo e Música Eletrônica, o Pink Floyd marcou profundamente a cultura musical e foi crucial para o desenvolvimento do Rock como forma de arte, criando álbuns conceituais que abordavam temas filosóficos, políticos e emocionais.
Entre suas obras mais notáveis, "The Dark Side of the Moon" (1973) se destaca por suas inovações técnicas e musicais. O álbum trouxe o uso de sintetizadores, gravações de vozes e sons ambientes, além de técnicas de gravação avançadas, como o uso de loops e a manipulação de fitas. A produção refinada, combinada com letras que exploram a condição humana, resultou em uma obra complexa e coesa, que transcende o Rock convencional. A sonoridade envolvente e os temas universais, como o tempo, a morte e a loucura, fizeram de "The Dark Side of the Moon" um marco que ampliou o conceito de álbum de Rock e abriu novas possibilidades para o gênero.
"Dark Side" sempre foi citado como um dos álbuns que as pessoas mais usavam para ouvir ao fazer uso de drogas, apesar de não ter sido a ideia original da banda, inclusive Roger Waters renegava profundamente esta finalidade. Mas até Ozzy Osbourne chegou a admitir que fazia uso do álbum para "viajar", relatando que "Money" era uma de suas músicas preferidas, e também contando uma daquelas histórias típicas de loucuras que ele vivenciou.
"Naquela época nos Estados Unidos, o pessoal se amarrava em batizar suas bebidas com ácido. Eu não me importava. Costumava engolir punhados de tabletes de uma vez só. O fim daquele veio quando voltamos para a Inglaterra: tomei dez tabletes de ácido e depois fui dar um passeio em um campo, e acabei ficando lá parado conversando com um cavalo por cerca de uma hora. No final das contas, o cavalo se virou e me mandou embora. Aquilo foi o suficiente para mim."
Mas o "Dark Side" não é o álbum do Pink Floyd favorito de Ozzy, conforme ele revelou para a Metal Hammer, ao escolher uma música marcante da banda: "Algumas bandas eram como hippies de fim de semana, mas o Pink Floyd eram os grandes e profissionais hippies. Não consigo pensar em uma música específica, mas eu realmente gosto do álbum 'Obscured By Clouds'. Era uma trilha sonora, não era? Lembro de ouvi-lo enquanto estava chapado. Tinha aquelas bolhas estranhas na capa. O Floyd fazia bons álbuns; não acho que eles tenham feito um álbum ruim. 'Dark Side Of The Moon' é o óbvio."
Conforme relatou Ricardo Oliveira Andrade na resenha do álbum, o "Obscured By Clouds", lançado pelo Pink Floyd em 1972, "Representa também o divisor de águas entre o passado talentoso e o futuro glorioso que os colocariam entre os deuses do rock, pois, mesmo em fase experimental, o caminho da banda estava bem estabilizado após largar as influências dos anos 60 na era do gênio incompreendido Syd Barrett (...) se trata de mais uma contribuição do Pink Floyd à Sétima Arte por ser trilha sonora do filme francês "La Vallée", do diretor Barbet Schroeder, lançado em 1972 também. A tribo que ouvimos na última faixa se envolve na história do longa. Por isso a relação. Outros exemplos de álbuns deles materializados em filme é o 'More' (1969) do mesmo diretor e o 'The Wall', dirigido por Alan Parker, que só foi lançado em 1982."
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