A lendária gravação em estúdio que o AC/DC jamais conseguiu replicar ao vivo
Por Bruce William
Postado em 29 de dezembro de 2024
"Hells Bells" é a faixa de abertura de "Back in Black", sétimo álbum de estúdio do AC/DC e o primeiro lançado após a morte do vocalista Bon Scott. Lançada como o segundo single do disco, a música também aparece no "Who Made Who", na trilha sonora do filme "Maximum Overdrive" de Stephen King e no "AC/DC Live" de 1992.
A faixa é marcada pelo som inicial de um sino de 900 quilos, fabricado pela John Taylor & Co Bellfounders e gravado por Tony Platt em um estúdio móvel dentro da fundição após as sessões do álbum nas Bahamas. "O sino veio, basicamente, do título da música 'Hells Bells'. Quando fomos gravar, eu falei que seria legal ter um som de sino real ali. Quando você cita uma ideia dessas, de início, as pessoas ficam olhando tipo: 'hã?'", disse Angus em uma entrevista ao podcast Talk Is Jericho.
A gravação do som do sino para "Hell's Bells" foi muito mais complicada do que era esperado, observou o canal "Professor do Rock", em transcrição feita pela Brave Words. Acontece que a banda decidiu que não usaria efeitos sonoros genéricos para homenagear Bon Scott, então optaram por um sino real, de grandes proporções.
Inicialmente, tentaram gravar o som em um sino de uma igreja na Inglaterra, mas segundo Tony isso não deu certo, pois havia pássaros vivendo no sino, e quando ele tocava, o som incluía o bater das asas (os pássaros voltavam para dentro do sino após o toque). Para solucionar o problema, a banda encomendou um sino de uma tonelada de bronze, cuja gravação ocorreu diretamente na fundição. O engenheiro Tony Platt utilizou 15 microfones posicionados estrategicamente ao redor da fundição para captar os ricos harmônicos do sino. A gravação foi levada ao Electric Lady Studios em Nova York, onde Platt e o produtor Mutt Lange ajustaram a mixagem. O som original foi desacelerado, criando uma sensação mais pesada e dramática, como se o sino tivesse duas toneladas, um efeito que impacta até hoje.
Embora o sino encomendado tenha sido incorporado às apresentações ao vivo da banda, a gravação original permaneceu insuperável. Fãs atentos perceberam que o sino ao vivo soa uma oitava mais alta do que na versão do estúdio. Isso ocorreu porque a complexidade dos harmônicos captados na gravação é impossível de se replicar exatamente no palco. Sem contar que a banda e sua equipe aprenderam aqui no Brasil uma gambiarra relacionada quando vieram ao país em 1985. Mas isso é uma longa história cheia de detalhes que você vai ter que ler a matéria completa para entender.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps