O riff que David Bowie ganhou de Jimmy Page e usou em duas músicas diferentes
Por Bruce William
Postado em 20 de janeiro de 2025
Em 1965, David Bowie, ainda usando seu nome de nascimento, David Jones, liderava o grupo The Manish Boys. A banda, inspirada pela cena Blues de Londres, buscava gravar seu nome na história e reservou um estúdio para registrar a faixa "I Pity the Fool". Para dar um toque especial à gravação, recrutaram o jovem guitarrista de 21 anos Jimmy Page, já conhecido como um requisitado músico de estúdio.
Page contribuiu não apenas com sua guitarra, mas também com um riff sombrio e poderoso, que ele gentilmente ofereceu a Bowie. Como o próprio cantor relembrou em uma entrevista: "Ele estava empolgado com [a fuzz box] e foi generoso naquele dia. Disse: 'Olha, eu tenho esse riff, mas não estou usando. Por que você não aprende e vê se consegue fazer algo com ele?'"
O riff se tornaria parte central de duas canções de Bowie, separadas por mais de 25 anos: "The Supermen", do álbum "The Man Who Sold The World" (1970), e "Dead Man Walking", do disco "Earthling" (1997). A primeira delas, "The Supermen" (Youtube), faixa que encerra o terceiro álbum de estúdio de Bowie, foi inspirada pelas ideias do filósofo Friedrich Nietzsche. Sobre a música, Bowie explicou: "Eu escrevi uma canção chamada 'The Supermen', que era sobre a raça Homo Superior, e através disso me interessei pelo nazismo. Estou impressionado com os métodos deles - diabólicos. Não há espaço na minha cabeça para entreter a teoria deles, os efeitos grotescos, o terrível desrespeito pela vida humana, especialmente contra raças e religiões específicas."
Décadas depois, Bowie reviveu o riff em "Dead Man Walking" (Youtube), terceiro single do álbum "Earthling". A faixa começou como uma homenagem à atriz Susan Sarandon, mas ganhou novas nuances após Bowie assistir a Neil Young e Crazy Horse no evento beneficente Bridge School. Como revelou o produtor Mark Plati: "David queria algo influenciado pelo techno, especialmente pelo som da banda Underworld. Criamos um ritmo básico, e imediatamente ele pegou a guitarra e trouxe os acordes de 'The Supermen', além de contar a história sobre Jimmy Page. Outro 'Bowie' estava surgindo, eu sabia disso."
O riff, oferecido de forma generosa por Page, encontrou em Bowie uma vida longa e criativa, aparecendo em músicas que capturaram diferentes eras e facetas de sua carreira. Bowie resumiu: "Eu usei [esse riff] desde então. Nunca me decepcionou."
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