O roqueiro brasileiro que foi de 2 grandes bandas e virou músico após quebrar um violão no pai
Por Bruce William
Postado em 23 de fevereiro de 2025
Um dos personagens mais controvertidos do rock nacional, João Luiz Woerdenbag Filho nasceu no Rio de Janeiro, filho de um mecânico e de uma professora de inglês. Desde cedo demonstrou interesse por música, ganhando sua primeira bateria aos seis anos e aprendendo a tocar violão na adolescência. Foi durante esse período que recebeu o apelido de "Lobão" no colégio, inspirado em seu jeito de se vestir.
Ele descreveu em sua autobiografia "50 Anos a Mil" (Amazon) que nasceu em uma família burguesa, com pais jovens e apaixonados, contando que na infância carregava o apelido "Xurupito" e teve sua primeira aparição pública chorando no Canal 100, enquanto sua mãe, piloto de kart, se preparava para uma corrida.
Mas foi com seu pai que ele teria vivido uma relação conturbada que culminou em um episódio que mudaria sua vida. Aos 19 anos, após uma discussão, recebeu um soco do pai e reagiu quebrando um violão em sua cabeça. "Peguei o violão pelo braço e o exibi ameaçadoramente: 'Escuta aqui: se você não sair AGORA, vou desmantelar esse violão na sua cabeça, ouviu bem?'. Ele cruzou os braços e deu um risinho maroto: 'Quero ver... você não é homem pra isso... nunca foi de nada!' E sem transição, uma violada à la Pepe Legal desaba em sua fachada! Cabum!!!! E cascabau!!! E cabong!!!!", descreveu.

Depois do conflito, ele deixou a casa da família, levando apenas sua mala e um violão. Antes de sair, virou-se para o pai e disse: "Você está vendo isso aqui? Tá vendo esse violão aqui? Esse eu não vou quebrar na sua cabeça, não!... Vou ganhar a vida tocando nele, você tá me ouvindo?!".
A partir dali, decidiu seguir carreira na música. Aos 17 anos, ingressou na banda Vímana, ao lado de Ritchie, Lulu Santos e outros músicos renomados. Com o fim do grupo, trabalhou com Luiz Melodia, Walter Franco e Marina Lima. Em seguida, fundou a Blitz, mas saiu antes do sucesso comercial por divergências artísticas. "A Blitz se tornou uma banda infanto-juvenil quando não era. Era pervertida. Foi higienizada quando assinaram contrato com a EMI", declarou.
A partir dos anos 1980, seguiu carreira solo e se consolidou como um dos nomes mais polêmicos e influentes do rock brasileiro. Sua trajetória foi marcada por sucessos, polêmicas e constantes desafios, e foi graças àquela decisão impulsiva de um jovem revoltado que seu destino acabou sendo definido.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
Brian May escolhe os 5 maiores bateristas e inclui um nome que poucos lembram
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
O guitarrista que Neil Young colocou no mesmo nível de Hendrix, e citou uma música como "prova"
A música "complicada" do Pink Floyd que Nick Mason acha que ninguém dá valor
Com shows marcados no Brasil em 2026, Nazareth anuncia novo vocalista
Show do Slipknot no Resurrection Fest 2025 é disponibilizado online
Disco do Pink Floyd atinge o topo das paradas do Reino Unido 50 anos após lançamento
O músico que atropelou o Aerosmith no palco; "Ele acabou com a gente"
O vocalista que o Black Sabbath deveria evitar, de acordo com Ozzy Osbourne
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Anthrax grava clipe do primeiro single do novo álbum: "Um grande dia para todos nós"
O último grito na Fundição Progresso: Planet Hemp e o barulho que vira eternidade

Regis Tadeu toma partido na briga entre Iron Maiden e Lobão: "Cafona para muitos"
Lobão comenta sobre o "abuso de poder" na MPB
A inacreditável forma que Lobão soube da morte do presidente Tancredo Neves
Lobão: pedindo humilde perdão de Gil, Caetano e Chico Buarque


