Lobão comenta sobre o "abuso de poder" na MPB
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de outubro de 2025
O cantor e compositor Lobão voltou a comentar sua relação com os nomes mais consagrados da MPB. Em entrevista ao Podcast 50 Mais, o músico falou sobre o que considera ser um "abuso de poder" por parte de Caetano Veloso e Gilberto Gil, a quem atribui o domínio de uma espécie de "coronelato cultural" instalado no país há décadas.
"Eu não falo mal de ninguém, posso diagnosticá-los, mas falar mal, não. Não tenho pendor pra maledicência", iniciou Lobão, ao ser questionado sobre sua postura crítica em relação a outros artistas. Segundo ele, suas observações são baseadas em fatos e não em ressentimentos pessoais. "Posso falar sobre coronelato, sobre abuso de poder - coisas que são fatos. E também considero que são artistas muito talentosos. O Gil e o Caetano não são exatamente o meu estilo, mas são evidentemente muito talentosos."


Ao explicar o que entende por "coronelato", Lobão descreveu um sistema de poder e influência que, segundo ele, ultrapassa o campo musical. "É uma fábrica de poder estabelecido. Tem uma hierarquia que se irradia por todo o campo - não só musical, mas nas universidades, nas editorias de jornais e revistas, nas televisões, nas novelas… Dez entre dez novelas têm eles lá de alguma forma", afirmou o artista.

Lobão, Caetano Veloso e Gilberto Gil
Lobão ainda destacou que o mecanismo seria "muito bem gerenciado". "Eles fazem isso muito bem, mas eu, por exemplo, não tenho pendor pra ficar anexado a isso, ser um apêndice. Fico fora, brinco, dou uma sacaneada, mas levo na esportiva", afirmou, em tom descontraído.
Mesmo com as críticas, o cantor fez questão de reconhecer o talento de ambos: "Gosto deles, acho que são pessoas bem interessantes, na medida do possível. Bons artistas também, na medida do possível. Mas não é exatamente a minha praia, da onde eu possa tirar algo das minhas influências."
Conhecido por sua postura independente e por não evitar temas espinhosos, Lobão encerrou dizendo que suas opiniões não têm relação com polêmica gratuita. "As pessoas ficam esperando isso de você - uma polêmica, uma posição política. Eu não tenho pendor pra polêmica. Sou uma pessoa clara, fui educado pra ser reto. Eu falo porque, teoricamente, não deveria ser ofensivo."

Confira a entrevista completa abaixo.

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