A importância de Raul Seixas na carreira de Gustavo Kuerten, o Guga, campeão de tênis
Por Bruce William
Postado em 10 de fevereiro de 2025
O tênis brasileiro teve em Gustavo Kuerten seu maior expoente, mas sua identidade como atleta sempre foi marcada por mais do que os títulos conquistados. O catarinense não era apenas um grande esportista, ele era uma figura autêntica, com personalidade carismática e um jeito descontraído que encantava o público. Entre os elementos que fizeram parte da sua trajetória, a música teve um papel central, seja como trilha sonora de momentos decisivos ou até mesmo como inspiração em sua jornada no esporte.
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Desde jovem, Guga já demonstrava um gosto musical eclético. Em sua autobiografia "Guga, Um Brasileiro" (Amazon), ele relembra como os jornalistas estrangeiros tentavam entender quem era aquele atleta cabeludo e irreverente que, além de jogar tênis, surfava e tocava violão. "Música? Adorava Bob Marley em primeiro lugar e depois Guns N' Roses, mas também curtia samba, pagode e MPB. Tocava violão, aprendeu sozinho em revistas de cifras vendidas em banca de jornal", escreveu. A música era parte de sua rotina, e seu jeito despojado refletia isso dentro e fora das quadras.
Com o tempo, essa paixão pela música se tornou ainda mais evidente. Em 2010, já aposentado, Guga subiu ao palco ao lado de Roberto Frejat para cantar "Pro Dia Nascer Feliz" após vencer Andre Agassi em uma partida festiva no Maracanãzinho, conforme relatou o jornal A Gazeta do Povo. O momento foi emblemático: um campeão que sempre carregou consigo um espírito leve e espontâneo, celebrando da maneira que mais gostava, com música e diversão.
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A descontração também estava presente durante sua carreira profissional. Seu amigo e parceiro de duplas Fernando Meligeni relembra uma história curiosa que virou piada interna no circuito de tênis. Durante um torneio em Portugal, quando já estavam perdendo uma partida, Guga começou a brincar, dizendo que Meligeni parecia o Red Hot Chili Peppers e, em seguida, cantou "Under The Bridge", arrancando risadas. "A partir desse momento, a música virou piada interna entre nós. Se um errava um lance, o outro começava a cantar. Era a nossa forma de descontrair, de tirar a pressão" relembra Meligeni, em um divertido depoimento para o Globo Esporte que pode ser visto no vídeo a seguir.
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Apesar do espírito irreverente, Guga sempre teve uma base de valores sólidos e acreditava que estava no caminho certo, mesmo sem saber exatamente onde aquilo tudo iria levá-lo. Para ele, essa ideia era tão forte que chegou a se tornar um verdadeiro mantra, retirado de uma música de Raul Seixas: "Não sei onde eu tô indo, mas sei que eu tô no meu caminho."
A frase, que sintetiza a busca pela autenticidade e a confiança no próprio destino, está na música "No Fundo do Quintal da Escola", lançada por Raul Seixas em "O Dia em que a Terra Parou" (1977). A letra expressa a ideia de que não é necessário ter todas as respostas desde o início, pois o mais importante é seguir em frente, vivendo de acordo com suas convicções. "Diversas vezes não soubemos que trilha seguir, mas, em todas as situações, estávamos convictos de que, juntos, a gente chegaria longe", escreveu Guga, citando essa música como um hino que traduzia seu caminho com seu treinador, Larri Antônio dos Passos.
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Assim como Raul, Guga não se prendia a rótulos e seguia sua intuição. Seu sucesso foi construído com base no talento, no trabalho duro e em uma visão de mundo que transcendia a lógica convencional do esporte. "Quando pisei pela primeira vez em Roland Garros, com 15 anos, procurando um jogo legal para assistir, essa frase fazia total sentido. Eu não sabia onde ia chegar, mas sabia que aquele era o meu caminho", relembrou.
E foi assim que um dos maiores ídolos do esporte brasileiro encontrou na música uma extensão da sua identidade. De Guns a Frejat, de Red Hot Chili Peppers a Raul Seixas, Guga fez da trilha sonora da sua vida um reflexo de sua essência - leve, autêntica e inesquecível.
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