O respeitado bluesman que Chuck Berry apresentou como "o maior de todos os tempos"
Por Bruce William
Postado em 14 de junho de 2025
Para quem cresceu ouvindo solos elétricos e passos de duckwalk, Chuck Berry é sinônimo de rock and roll. Foi ele quem acelerou o blues, poliu a sujeira e embalou tudo numa energia que virou febre entre adolescentes e ameaça para pais conservadores. Mas, para Berry, o crédito maior sempre esteve nos ombros de quem veio antes.
Nos palcos e entrevistas, Berry gostava de lembrar que não era o melhor homem do blues, mas apenas o carteiro que entregava a mensagem dos verdadeiros gigantes. Quando a gente presta atenção em clássicos como "Roll Over Beethoven" ou "Johnny B. Goode", o que pulsa ali é a alegria da festa, mas a alma vem do lamento de raiz, herdado de mestres como Robert Johnson, Howlin' Wolf e, acima de todos, Muddy Waters.

Muddy não era apenas mais um nome na lista de referências de Berry. Para ele, Waters era a definição viva do que o blues podia ser: cru, malicioso e hipnótico. Não importava se fosse com uma guitarra de aço ou plugada num amplificador barulhento, quando Waters soltava a voz, era impossível ignorar.
Quando tinha a honra de apresentá-lo, Berry não economizava na reverência, pontua a Far Out: "O maior homem que eu vejo diante dos meus olhos. O maior bluesman que já caminhou na Terra. Isso é um bluesman. E quando digo blues, você precisa ter lábios grandes para dizer isso." A fala virou quase uma introdução oficial, um lembrete de quem mandava no pedaço quando o assunto era cantar tristezas com elegância.
A devoção de Berry não era isolada. Keith Richards, por exemplo, começou idolatrando Berry, mas logo cavou fundo até Howlin' Wolf e Waters, moldando os Stones como uma máquina de bar de esquina, impregnada de riffs Chicago blues. Billy Gibbons, do ZZ Top, sempre repetiu que Waters era sua ponte entre o pântano do Delta e as estradas texanas.
No fim das contas, Berry entendia que o blues não era sobre tocar mais rápido ou mais alto. Era sobre fazer a plateia acreditar em cada verso, mesmo quando a história fosse só um caso de amor perdido ou um feitiço mal quebrado. Por isso, mesmo sendo o professor de gerações inteiras de guitarristas, Berry sempre se dizia aluno quando Waters estava no palco. E esse aluno, convenhamos, aprendeu direitinho.
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