A banda que fez rock deixar de ser "musiquinha bonitinha", segundo Ian Paice
Por Gustavo Maiato
Postado em 29 de setembro de 2025
Poucas formações podem reivindicar o título de pioneiras no desenvolvimento do rock pesado, mas, para Ian Paice, baterista do Deep Purple, uma banda britânica chegou lá antes de todo mundo: o The Who.
Em entrevista ao podcast Metal Sticks (via Ultimate Guitar), apresentado por Nicko McBrain (Iron Maiden), Paice destacou a importância do grupo liderado por Pete Townshend e Roger Daltrey para a transição do rock dos anos 1960: "Eles foram os primeiros com amplificadores grandes, os primeiros a empurrar o rock 'n' roll para além das musiquinhas pop bonitinhas. Vamos não esquecer a importância do The Who".


O músico ressaltou que a intensidade da banda era única, resultado de uma química improvável entre seus integrantes: "Townshend no palco, Daltrey cantando de forma agressiva, o controle de John Entwistle e a loucura do Keith Moon… aquilo nunca deveria ter dado certo. Mas mudou tudo para os jovens que queriam fazer algo mais violento".

Deep Puple e The Who
Apesar de o Deep Purple ser lembrado como um dos pilares do hard rock e do heavy metal, Paice faz questão de apontar que seu grupo apenas deu continuidade a uma revolução que já estava em andamento. "Nós ajudamos a criar o que eu chamo de 'a segunda vinda'. Mas quem fez primeiro foi o The Who. E depois, claro, teve o Hendrix, que levou o lado melódico para outro lugar".
Além do The Who e de Jimi Hendrix, outra influência marcante para os primeiros passos do Purple foi a banda americana Vanilla Fudge. "Quando começamos, ainda não escrevíamos nossas próprias músicas. Então olhávamos para o que o Vanilla Fudge fazia: pegar músicas de outros e transformá-las. Isso foi fundamental para nós nos primeiros 18 meses", recordou.

A virada definitiva veio com a entrada de Ian Gillan e Roger Glover, que substituíram Rod Evans e Nick Simper. A chegada da chamada formação Mk. II coincidiu com o surgimento de várias outras bandas pesadas na Grã-Bretanha, moldando um novo cenário. "Não era só a gente. Havia quatro ou cinco bandas realmente pesadas seguindo em outra direção. A música estava mudando e, em certo ponto, percebemos que não estávamos mais guiando aquilo - era o movimento que nos guiava. Foi um tempo caótico, mas eu agradeço por ter estado lá", concluiu.

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