O power trio que Eddie Van Halen achava chato e monótono de ouvir; "cansativo"
Por Bruce William
Postado em 04 de setembro de 2025
Eddie Van Halen revolucionou a guitarra ao fim dos anos 1970, quando a estreia do Van Halen apresentou ao mundo uma técnica agressiva, criativa e cheia de energia. Mas isso não significava que ele se impressionava com tudo o que ouvia na mesma época. Entre as bandas que dividiam espaço no rádio, havia uma em especial que Eddie respeitava, mas não conseguia escutar por muito tempo sem se entediar.
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Enquanto o Van Halen surgia com faixas como "Eruption" e "Ain't Talkin' 'Bout Love", outro trio chamava atenção com uma proposta completamente distinta: o The Police. Andy Summers usava e abusava de efeitos para criar texturas que, ao lado da bateria inventiva de Stewart Copeland e do baixo e vocais de Sting, criaram um som único no cenário do final dos anos 70. Para Eddie, no entanto, essa estética soava repetitiva em disco.
Ele chegou a elogiar a sonoridade de Summers, mas com reservas. "Andy Summers soa como se usasse apenas phaser e flanger o tempo todo quando toca acordes, o que é bacana. Mas, quando você ouve um álbum inteiro com esse mesmo som, fica cansativo. Mas, ao mesmo tempo, eu também acabo repetindo sons nos discos", disse o guitarrista em fala publicada na Far Out, onde ele revela certo incômodo com a falta de variedade, admitindo, por sua vez, que nem ele conseguia fugir facilmente disso.

É curioso notar como a crítica de Eddie não era apenas sobre técnica, mas sobre impacto auditivo. O The Police tinha um estilo sofisticado, capaz de criar atmosferas etéreas em faixas como "Wrapped Around Your Finger" e ao mesmo tempo entregar hits universais como "Every Breath You Take". Para milhões de ouvintes, essa combinação era irresistível. Já para Eddie, ouvir um álbum inteiro daquela forma equivalia a encarar um mural sonoro que não mudava de cor.
Mesmo assim, ele não negava a importância do trio. O próprio Eddie reconhecia que havia espaço para todas as linguagens dentro do rock. Afinal, enquanto Summers construía paisagens sonoras quase minimalistas, Eddie elevava o virtuosismo da guitarra a um novo patamar. As duas abordagens, ainda que opostas, ajudaram a definir a diversidade do rock no início dos anos 80.

A verdade é que Eddie respeitava o The Police e a sonoridade criada por Andy Summers, mas aquilo não o empolgava como ouvinte. Para alguém que reinventou a guitarra ao explorar técnicas inéditas e expandir seus limites, talvez fosse esperado considerar "monótono" um estilo tão calcado em efeitos e texturas repetidas.
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