Nick Mason relembra o dia em que o Pink Floyd encontrou seus heróis: os Beatles
Por André Garcia
Postado em 08 de março de 2022
Cinco anos separaram o surgimento dos Beatles e do Pink Floyd, e na década de 60 aquilo era muito tempo.
Em 1967, os Beatles mergulharam de cabeça na onda experimental e vanguardista de "Rubber Soul" (1965) e "Revolver"(1966). Após abandonar as apresentações ao vivo, eles queriam ser a banda de estúdio definitiva da Inglaterra.
Em paralelo a isso, o Pink Floyd surgiu com uma moderna mistura de música, luz, artes plásticas, lisergia, teatro e moda. O resultado foi uma explosiva experiência psicodélica multissensorial que tomou a cena londrina, e de cara conquistou nomes como Pete Townshend e Eric Clapton.
Quando o Pink Floyd entrou em estúdio para gravar seu álbum de estreia, o "The Piper at the Gates of Dawn"(1967), lá encontrou os Beatles gravando o "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967), bem na sala ao lado.
O site faroutmagazine.co.uk publicou como foi para os calouros conhecerem seus heróis — e bem no momento em que eles faziam sua mágica! Tudo aconteceu em 21 de março, quando o Pink Floyd estava agendado de 14h30 às 17h30 no Estúdio 3, horário em que os Beatles estavam em gravação no Estúdio 2.
Norman Smith, que produzia o quarteto de Cambridge, dois anos antes era engenheiro de som do quarteto de Liverpool. Roger Waters e companhia, sabendo disso, praticamente imploraram para que ele pedisse ao produtor George Martin para assistirem à gravação.
O biógrafo Hunter Davies calhou de estar lá na hora em que "um cara de camisa roxa chamado Norman apareceu", como ele recordou. "Ele era um dos engenheiros de som do grupo, e agora ele estava produzindo um novo chamado Pink Floyd. Muito educadamente, ele perguntou se a banda poderia assistir aos Beatles trabalhando."
George Martin disse que "se vocês aparecerem por volta das 11 horas, eu vejo o que posso fazer". O sisudo e atencioso maestro não prometeu nada, mas na hora os permitiu na sala de controle.
"A gente adentrou o Estúdio 2 e lá estava o Fab Four", recordou o baterista Nick Mason. "Eles estavam gravando 'Lovely Rita'. A música soava maravilhosa, incrivelmente profissional. Nós sentamos, humildemente, no fundo da sala de controle enquanto eles trabalhavam, e depois de um certo tempo fomos colocados para fora.
Eles eram seres divinos para nós! Todos eles pareceram muito legais, mas estavam numa realidade tão além da nossa, que era como se jogassem em outra liga", concluiu Mason.
"Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" se tornou um dos álbuns mais vendidos e aclamados de todos os tempos, enquanto "The Piper at the Gates of Dawn" estabeleceu um alicerce para extensa e próspera carreira do Pink Floyd.
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