Thine Eyes Bleed: Banda de irmão de Tom Araya fala de debut e Slayer
Por Rafael Carnovale
Postado em 08 de outubro de 2006
É... não pudemos ver o show do Thine Eyes Bleed, abrindo para o Slayer em setembro... motivos de força maior (que a banda não explicou) fizeram os norte-americanos desistirem de participar. A primeira impressão é que estamos diante de um clone do Slayer, já que até o irmão de Tom Araya (Johnny Araya) toca na banda, e pilota o baixo! Mas uma audição mais apurada de seu primeiro CD, "In The Wake Of Separation" nos mostra uma banda que tem influências do Slayer, mas que ainda busca uma sonoridade mais ampla, com outras inspirações. O vocalista Justin Wolfe conversou com a Whiplash!, para conhecermos um pouco mais sobre esta banda.
Whiplash! - Fale-nos de como a banda foi formada e porque a escolha do nome Thine Eyes Bleed.
Justin Wolfe - Nos juntamos a 5 anos atrás. Jeff, John Darryl e eu nos encontramos em turnê com várias bandas que tínhamos na época e ficamos amigos. Sempre que tínhamos um tempo vago fazíamos algo, e falávamos sobre ter uma banda. Logo após Johnny se juntou a nós para ser o baixista e começamos, gravando, excursionando e mandando bala!
O nome da banda veio de uma piada que Jeff sempre fazia sobre uma banda que viria a formar no futuro, curiosamente alguns de seus fãs começaram a fazer camisetas com o nome, e Thine Eyes Bleed pegou!
Em algumas pesquisas que fiz em websites como a Amazon para obter informações sobre o CD, a maioria das notas que via sobre a banda dava destaque ao fato do "irmão de Tom Araya" tocar baixo com vocês. Thine Eyes Bleed é muito mais do que a banda de Johnny Araya, mas vocês ainda ouvem esse tipo de comentário?
(Risos)... Sim... isto acontece muito. Bem, a imprensa sempre busca algo que possa atrair as pessoas. Eles (Tom e Johnny) se parecem, e sempre procuramos tomar cuidado com isso desde que começamos a banda. O importante é virem nos ver ao vivo e tirarem aí suas conclusões. Não gostou? Fale a merda que quiser. Quem nos conhece sabe que como banda não nos importamos com isso.
"In The Wake Of Separation" é um bom misto de thrash e o chamado death metal melódico. Como ele foi concebido?
Levamos um bom tempo. Muitas músicas neste CD foram as primeiras que fizemos como banda, há 3 anos atrás. Acho um grande começo para nós, mas temos aprendido muito com os shows nestes últimos anos, e acho que os fãs irão adorar o que está por vir.
"Cold Victim" se destaca pelos vocais agressivos e pelos fortes riffs. Me lembrou muito o In Flames antigo. É um tipo de inspiração?
Começamos a banda sem planos reais de onde ir, só sabíamos que teria que ser rápido e brutal. Há forte influência do metal sueco em nosso som, e existem mesmo grandes bandas por lá. Queríamos que esse CD detonasse os fãs, e queremos sair por aí chutando alguns traseiros!
Ao mesmo tempo, sons como "Without Warning" e "Consequence Unknown" são mais chegadas para o thrash e trazem o toque do Slayer. Além deles que bandas você citaria?
Como eu disse acima não havia um plano inicial, apenas 5 pessoas na banda com várias influências e vários gêneros musicais distintos. Todos temos a certeza que é o metal que faz com que a coisa toda funcione.
Há um bom trabalho de guitarras no CD. Como são construídos os riffs e solos?
Damos o sangue para que isso aconteça, mas ao mesmo tempo sangramos para escrever boas passagens de bateria, baixo e vocais. Nosso som é a combinação de cinco membros que trazem suas idéias e a mescla de isso tudo nos dá algo único.
E o vocal é bem agressivo. Como você trabalha sua voz durante os shows, já que a banda lhe exige algo bem extremo?
Eu grito desde os 12 anos, quando formei minha primeira banda! Há alguns anos comecei a treinar técnicas vocais, e é isso que eu faço. Os vários shows podem sim detonar minha voz, mas é algo que eu procuro sempre tomar cuidado, e graças a Deus nunca tive nada grave.
Vocês estiveram em turnê num pacote que incluía o Children Of Bodom, Slayer, e Lamb Of God. Como foi a resposta do público?
A turnê foi a melhor coisa que aconteceu para a banda, encontramos várias pessoas sensacionais e foi uma experiência maravilhosa. Os fãs responderam muito bem, apesar de não sabermos o que aconteceria no começo. Não poderíamos querer uma turnê melhor.
Vocês estavam escalados para abrir os shows brasileiros do Slayer, mas tiveram que cancelar, por motivos de força maior. O que realmente aconteceu?
Sim... estávamos preparados para um giro sul-americano com o Slayer em setembro. O que aconteceu? Não sei se tenho a explicação. Tivemos que abandonar a turnê no último minuto por motivos inexplicáveis, negócios não resolvidos, que fugiram de nosso controle. Isso nos chateou e ainda nos incomoda muito. Nos foi tirada uma grande oportunidade e um grande momento, mas são coisas com as quais devemos lidar e seguir em frente. (Nota: Consta que houve problemas de ordem financeira, porém não explicados detalhadamente).
O CD foi lançado no Brasil? Já deu para sentir alguma resposta dos fãs?
Já temos sim! Começamos a receber emails assim que foi anunciado que tocaríamos aí, foi sensacional. O negócio é batalhar o máximo possível para podermos tocar aí em breve!
E os planos para shows em 2006?
Vamos fechar nossa turnê européia e terminar o novo álbum no fim do ano. Esperamos entrar em turnê com o mesmo o mais rápido possível.
Falando sobre o Slayer, vocês têm contato direto com a banda? O que acharam de seu novo CD, "Christ Illusion"?
Humm... o CD é fantástico. Os fãs não ficaram desapontados. Ainda não saiu do meu CD-Player.
E o que você pode nos adiantar sobre o próximo CD?
Um CD mais focado em nosso verdadeiro estilo, já que aprendemos muito como banda nos últimos anos. Será um show de brutalidade para ser mais direto.
Obrigado pela entrevista, o espaço é seu.
Muito obrigado! Foi legal falar com os fãs que acessam o Whiplash!. Ouçam "In The Wake Of Separation". Espero que gostem.
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