RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

John Dolmayan, baterista do System Of A Down, quer ajudar fãs que não puderem ir aos shows

Dave Mustaine não tinha planos de se tornar vocalista do Megadeth

The Beatles, agora e então: Como assim ainda se fala de Beatles?

Produtor de longa data do Black Sabbath revela os segredos do timbre da guitarra de Tony Iommi

O canadense que matou uma família e culpou música de Ozzy

Baterista do Shadows Fall odiou Metallica e Slayer quando ouviu pela primeira vez

A reação de seu advogado após guitarrista recusar cargo de guitarrista de Ozzy Osbourne

Paul McCartney e o que "estragou" Elvis Presley que os Beatles evitaram; "teria acontecido"

Kurt Cobain comenta as músicas do Nirvana que compôs para combater o sexismo

O integrante do Led Zeppelin com quem Robert Plant sempre perdia a paciência

Um fator crucial que levou Mike Shinoda a reformar o Linkin Park; "Estava quase como acabado"

Primeira música escrita por Steve Harris tinha título "horrível" e virou faixa de "Killers"

O que Cazuza quis dizer com "A burguesia fede e quer ficar rica" no clássico "Burguesia"

A conturbada saída de Steve Souza do Testament, nas palavras de Eric Peterson

O dia que o Pearl Jam só não compôs uma música com Bob Dylan porque Eddie Vedder não quis


Stamp
Bangers Open Air

Ratos de Porão: Cheios de fúria e engajamento contra a necropolítica pandêmica

Resenha - Necropolítica - Ratos de Porão

Por Jonathan Silva
Postado em 14 de maio de 2022

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

O Ratos de Porão é, definitivamente, a banda com os álbuns mais conceituais do rock brasileiro quando se trata de política. Começou em 1984, com Crucificados pelo Sistema, um álbum que conservou tal como uma cápsula do tempo as angústias e raivas de uma geração furiosa que não via a hora de enterrar, numa cova bem funda, a repressão da ditadura militar. Aí, mais maduros e nem tão punks assim, gravaram Brasil (1989), um relato pessimista dos mais variados problemas que são o passado, o presente e o futuro do país. Século Sinistro (2014) surgiu um ano depois das Manifestações de Julho de 2013, quando o Brasil ainda respirava o gás lacrimogêneo das ruas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Portanto, a postura musical do RDP não deixaria passar em branco a fase de pandemia pelo novo coronavírus que o mundo (em especial, o Brasil) está vivendo. Necropolítica (2022), o novo álbum do quarteto, é do início ao fim uma coleção de petardos compostos para não deixar dúvidas sobre o posicionamento político e ético da banda. Sem citar nominalmente nenhum membro do atual governo, a banda recorre dos mais controversos acontecimentos políticos que tomaram conta do noticiário em 2020/2021 para compor as letras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Para não falar só de política, percebe-se nesse novo álbum do RDP influências muito mais metaleiras do que punk/hardcore, embora esses dois estilos ainda tenham seus momentos. O desempenho de Jão (guitarra) está mais próximo do puro thrash oitentista, como Slayer e Sodom, do que o crossover do D.R.I ou Cro-Mags. A cozinha entre Boka (bateria) e Juninho (baixo) ainda mantém um nível alto de entrosamento e também segue o rumo proposto por Jão - os três compuseram quase todo o disco. E João Gordo está com um vocal mais rude e cavernoso, combinando com suas letras afiadas.

A respiração ofegante e o som de respirador hospitalar em "Alerta Antifascista" dão a abertura soturna do álbum, que rapidamente explode em thrash metal. Em seguida, "Aglomeração", um dos singles do álbum, mantém a pegada com rapidez furiosa para criticar o fatalismo perante a mortalidade da COVID-19. A faixa título, "Necropolítica", traduz em hardcore o conceito filosófico do intelectual camaronês Achille Mbembe, que aborda o poder e controle político na vida e morte dos cidadãos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

"Guilhotinado em Cristo" e "Passa Pano Pra Elite" seguem no ritmo do crossover. "O Vira Lata" pega emprestado a sonoridade surf punk do East Bay Ray (aquele guitarrista do Dead Kennedys que gerou uma treta no Brasil por causa de um pôster) para zoar com a cara dos moralistas. Juninho tem em "G.D.O." um momento de destaque no baixo, onde a banda ataca os grupos organizados das fake news.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Pra desopilar, "Bostanágua" mostra que a banda ainda sabe fazer zoeira num crossover cuja letra e melodia é mais desencanada. Voltando à programação normal, "Entubado" traz um Jão inspirado que até simula um duelo de guitarras no seu solo; Já em "Neo Nazi Gratiluz", faixa de encerramento, não há muito de diferente do que foi visto nas faixas anteriores, podendo ter sido realocada em outra posição do álbum.

E o que dizer da capa do álbum? Mesmo inspirada em "Sabbath Bloody Sabbath" (1973), do Black Sabbath, a imaginação do artista Rafael Gabrio em compilar todo o teatro do absurdo visto nos jornais e hospitais fazem desta ilustração a melhor desde Brasil. Gostando ou não do R.D.P. e seu posicionamento antifascista, Necropolítica é a mostra de que não há acontecimento político irracional neste país, seja na direita ou esquerda, que o Ratos não possa transformar a denúncia em música.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Faixas:
Alerta Antifascista
Aglomeração
Passa Pano Pra Elite
Necropolítica
Guilhotinado em Cristo
O Vira Lata
G.D.O.
Bostanágua
Entubado
Neo Nazi Gratiluz

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

Outras resenhas de Necropolítica - Ratos de Porão

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Pierce The Veil
Comitiva


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luis Jose Geraldes | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Jonathan Silva

Jonathan Silva, freak de nascença, é um aspirante medíocre a jornalista e interessado em literatura marginal e vídeo games violentos. Começou a ouvir na infância bandas do mainstream do rock nacional até o momento em que descobriu o Iron Maiden. Daí, começou uma miscelânea de estilos, que vai desde o jazz erudito até o mais barulhento das bandas de grindcore, passando por várias esquisitices sonoras. EM pleno séc. XXI, ainda é um comprador de CDs e DVDs, só que gasta com isso um valor bem menor do que gostaria.
Mais matérias de Jonathan Silva.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS