"Decomposição", do Manger Cadavre?, é um disco de mensagens duras, mas necessárias
Resenha - Decomposição - Manger Cadavre?
Por Mário Pescada
Postado em 19 de abril de 2022
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O ano de 2021 definitivamente foi um ano muito bom para o underground nacional, vide os lançamentos de DESALMADO, HELLWAY TRAIN, BONG BRIGADE, GARAGE FUZZ, IN NOMINE BELIALIS, CREATURES, etc. e entre esses, com destaque num páreo disputado, o MANGER CADAVRE?
Em "Decomposição" (2021), a banda mostrou que atingiu em um período curto, já que seu disco anterior, "AntiAutoAjuda", lançado apenas dois anos antes, uma evolução impressionante: letras mais impactantes e um som mais pesado e encorpado.
Rotular a banda hoje como hardcore/crust, como eles mesmos se definem, acho até que ficou defasado. Com a entrada de Paulo Alexandre, as palhetadas mais metal ganharam mais espaço, trazendo mais peso ainda ao som da banda de São José dos Campos/SP. A melhor definição para eles hoje, se é para rotular, seria chamá-los de metalpunk, na veia do que o TOXIC HOLOCAUST faz.
Ouvindo o disco e seguindo as letras do encarte (bandas, sempre publiquem as letras!), fico pensando no tanto que compor ele deve ter sido duro para Nata Nachthexen (apenas a última faixa não é de sua autoria). Suas letras giram em torno de temas espinhosos, mas presentes, como morte, desesperança, indiferença, dominação, exploração, conformismo...mas, também falam de resistência, luta, consciência e revolução, de mudanças individuais e depois, quem sabe, coletivas. Utopia? Talvez, mas simplesmente aceitar tudo isso que está aí e morrer de joelhos, é melhor?
"Decomposição" (2021) simbolizou, ao menos para mim, a mensagem de que as coisas morrem, perecem, mas podem renascer melhores do que foram. São 36 pesados minutos, de som e de mensagens.
Além do ótimo trabalho nas seis cordas de Paulo Alexandre, que fez sua estreia gravando com a banda (assim como o baixista Bruno Henrique), os vocais de Nata, se destacam: estão mais fortes e claros que antes, mantendo aquela pegada Barney Greenway (NAPALM DEATH). Méritos para Otavio Rosato, quem gravou, produziu e mixou a banda no Family Mob Studios, em São Paulo. A banda ainda contou com as participações especiais de Fernanda Lira (CRYPTA, ex-NERVOSA) e Caio Augusttus (DESALMADO) na faixa "Demônios Do Terceiro Mundo".
A arte do disco ficou com Wendell Araújo, enquanto Alcides Burns, que já prestou serviços para CLAUSTROFOBIA, ESKRÖTA, IMPURITY, NERVOCHAOS, NERVOSA, WHIPSTRIKER, ficou com o layout.
"Decomposição" (2021) é um lançamento em conjunto dos selos Xaninho Discos, Poeira Maldita Records, Helena Discos, Brado Distro, Two Beers or Not Two Beers Records e Tiranossaura Records e tem como distribuidor digital o selo estrangeiro Blood Blast, subsidiário da gravadora alemã Nuclear Blast. Um coletivo de selos que bancou um coletivo de pessoas que acreditaram e ajudaram no financiamento do disco, mostrando que os valores da banda estão bem alinhados ao de muitos.
O disco pode ser ouvido nas plataformas digitais, adquirido em lojas ou através dos e-mails [email protected] e [email protected]
Confira "Decomposição" (2022) na íntegra.
Faixas:
01 Epílogo
02 A Raiva Muda O Mundo
03 Em Memória
04 Vida, Tempo E Morte
05 Apatia
06 Miseráveis
07 Neocolonialismo
08 Tragédias Previstas
09 Profetas Da Submissão
10 Demônios Do Terceiro Mundo feat. Fernanda Lira (CRYPTA, ex-NERVOSA) e Caio Augusttus (DESALMADO)
11 Cemitério Do Mundo
Formação:
Nata Nachthexen: vocais
Marcelo Kruszynski: bateria
Paulo Alexandre: guitarra
Bruno Henrique: baixo
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O único "filme de rock realmente bom" da história, segundo Jack Black
Irmãos Cavalera não querem participar de último show do Sepultura, segundo Andreas Kisser
O guitarrista que Jimmy Page admitiu estar fora de seu alcance: "Não consigo tocar"
O melhor disco de Raul Seixas, apurado de acordo com votação popular
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Monsters of Rock confirma as 7 atrações da edição de 2026 do festival
Robert Plant acrescenta o Rio de Janeiro à turnê brasileira em 2026
Os cinco maiores bateristas de todos os tempos, segundo Dave Grohl
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
Obituary anuncia turnê sul-americana com 5 datas no Brasil em fevereiro de 2026
Andreas Kisser diz que não tem a "mínima vontade" de voltar a tocar com irmãos Cavalera
Geezer Butler e Tony Iommi homenageiam Ozzy Osbourne, que faria 77 anos nesta quarta-feira
O álbum do Almah que ambição era bater de frente com Angra, segundo produtor


"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
"Ascension" mantém Paradise Lost como a maior e mais relevante banda de gothic/doom metal
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal


