Metallica: 30 anos do "Black Album"
Resenha - Metallica - Metallica
Por Daniel de Paiva Cazzoli
Postado em 16 de junho de 2021
Em 1989, quando conheci o Metallica, a banda estava em turnê divulgando "...And Justice for All". Em outubro daquele ano, no Ginásio do Ibirapuera, o primeiro show em São Paulo. Coincidentemente, meu primeiro show de heavy metal. Inesquecível, mesmo que ainda estivesse descobrindo a banda.
Quando, em 1991, a banda anunciou o lançamento do "Black Album", a expectativa era enorme. No dia em que o LP chegou às lojas, saí mais cedo do trabalho e fui à Galeria do Rock para comprar o vinil duplo.
Na semana anterior já havia ouvido - e gravado em fita K7 - as músicas que o extinto Comando Metal, da 89 FM, exibira. Confesso que fiquei surpreso com o excesso de suavidade em faixas como "The Unforgiven" e "Nothing Else Matters". Só que aquele riff de "Enter Sandman" não me saía da cabeça. Todos os dias voltava a fita para escutar aquele início simples e espetacular. Minha fita já estava bem rodada, mas era possível perceber o som cristalino da produção de Bob Rock.
A banda estava diferente. Bem diferente. Contudo, majestosa. Com o álbum em mãos, pude conferir faixa a faixa e decorar as letras, riffs, melodias e as linhas de baixo agora evidentes (enfim, justiça a Jason Newsted), principalmente na sensacional "My Friend of Misery".
Tudo bem, não gostei de todas as músicas logo na primeira audição. "Of Wolf and Man" me soava estranha, com um refrão que em nada lembrava os quatro álbuns anteriores. Daquelas baladas açucaradas às quais me referi acima, "The Unforgiven" teve destaque pelo solo de Kirk Hammett, que até hoje causa arrepios de tão inspirado. As letras continuaram introspectivas e profundas, cortesia do sempre genial James Hetfield.
Sabia que a banda já estava grande, só não imaginava que ela ficaria gigante com a turnê deste álbum. O show em 1993, no Parque Antarctica, foi memorável, embora não tenha superado aquele de 4 anos atrás. Talvez pelo fato de que, quase sempre, apresentações em locais menores tendem a ser melhores do que em estádios. Só percebe isso quem aprecia heavy metal, impossível explicar.
Em 12 de agosto de 2021 "Black Album" completa 30 anos. Só não é o disco que mais ouvi porque "Master of Puppets" ocupa essa posição. A importância do álbum que leva o nome da banda até hoje é imensa, não apenas pela vendagem, mas por ter elevado o estilo a outros patamares de popularidade. Podem falar o que for: jamais uma banda carregará de forma tão marcante o nome "Metal" em seu nome. Graças ao quarteto da Bay Area, que já havia inaugurado o thrash metal, a música pesada atravessou fronteiras e se manteve forte fora dos Estados Unidos.
O que eles fizeram depois do "Black Album" rende polêmicas até hoje. Dispenso qualquer uma delas. Agora é o momento de celebrar as três décadas de uma obra-prima. Pena que tantos supostos fãs abandonaram a banda naquela época. "Sad but true"!
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