Sepultura: Mais sólido do que nunca em Quadra
Resenha - Quadra - Sepultura
Por Marcio Machado
Postado em 08 de fevereiro de 2020
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Sepultura não é mais a banda dos Cavalera, ponto! Estamos falando de uma banda renovada, que evoluiu o seu som e consegue mostrar uma música muito bem amarrada, com traços de sua identidade aliados a novos elementos.
"Quadra", seu mais novo trabalho não foge a regra e segue os passos do ótimo "Machine Messiah" e vai além. Se você ainda sofre do mal da "viuvez" pelos Cavalera, essa é a sua chance de correr deste texto, pois aqui você encontrará elogios à atual fase da banda e do que se trata esta nova obra.
"Isolation" é quem abre os trabalhos. A faixa já conhecida do público tem o início em tom de uma grande obra, com uma introdução orquestrada que irá agradar em cheio os fãs de Dimmu Borgir e similares. Logo em seguida a quebradeira começa e o Sepultura mostra que ainda tem muita lenha para queimar com todos os seus integrantes mostrando um entrosamento gigante e destaque para Eloy Casagrande que apresenta uma forma estupenda de tocar bateria e se mostra um dos melhores bateristas da atualidade. Outro que ganha destaque merecido é o vocalista Derrick Green que dispara palavras com a fúria transbordando em cada nota. O contratempo na metade é ótimo e mostra que a banda não se acomodou.
"Means to An End" começa toda intrincada e recheada de groove. A guitarra de Andreas soa como um muro de concreto. Eloy da vários ares de requinte com pequenas notas que acrescenta no andamento. A parada climática no meio é carregada e cria uma atmosfera perfeita pro breakdown que vem em seguida com um ótimo solo muito bem executado.
O começo caótico de "Last Time" mostra um Sepultura muito mais maduro musicalmente e mostra como sabem criar música pesada aliada à uma experiência que se refere em suas composições. Faixa ensandecida e que cria melodias raivosas e muito bem encaixadas com ótimos toques da voz do monstro Derrick. O refrão é uma porrada de estourar os fones e a quebra na metade é certeira. Os toques orquestrados também caem como uma luva e a levada brasileira aparece no meio disso tudo. Das melhores.
A percussão surge no início de "Capital Enslavement" invocando o tradicional e logo a véia mais hardcore surge numa canção mais direta, mas ainda assim de quebradeira total e muito peso com passagens do porte de um bloco de concreto. O solo é uma insanidade, assim como o seguimento vocal e uma quebrada inesperada que parece uma outra música encaixada nessa.
"Ali" é cadenciada no começo, e mais uma vez há o destaque da linha de bateria que parece ir "contra" o andamento da guitarra. Quem dita o tom é o baixo de Paulo Jr. No andamento até o refrão furioso de uma guitarra explodindo notas e quando você pensa que a música não vai te surpreender, há uma parada que chama uma passagem fantástica, mesmo que curta e mostra a diferença. Uma das mais loucas do disco todo.
A insanidade continua com "Raging Void" que é outra cadenciada e com uma ótima presença de baixo que amarra tudo ali. Aqui o refrão é que surpreende sendo uma linha vocal mais melódica, que poderia figurar muito bem no disco anterior. Já na próxima, "Guardians of Earth" começa com um violão e aos poucos um arranjo de coro surge e dá a brecha para a banda chegar sem aviso e como uma avalanche por cima do ouvinte. O encontro entre o sinfônico e o Metal é muito bem empregado aqui e o orgulho vai lá em cima numa composição dessas ser aqui do Brasil. É simplesmente absurdo a experiência dessa audição e do que os caras alcançaram aqui.
"The Pentagram" é uma faixa instrumental de por respeito em banda de Prog (inclusive nessa que você pensou ao ler a denominação) e mostra que os caras são músicos de calibre alto. "Autem"é daquelas que invocam o Metal mais moderno com uma explosão de raiva e fúria no refrão que chega igual um tanque de guerra e as coisas só vão aumentando e parece ter influência dos conterrâneos do Eminence. A trinca encerra com a faixa título "Quadra" que é mais um instrumental, mais calmo dessa vez e bem rápido.
"Agony of Defeat" é mais harmônica, um vocal limpo muito bem empregado e um andamento instrumental hipnótico. Extremamente bem construída com partes mais uma vez orquestrada que criam um espetáculo à parte. É um quase final apoteótico, gigante mesmo, daqueles que arrepiam, mas não era o final. "Fear; Pain; Chaos; Suffering" é quem cumpre a tarefa de encerrar o disco, com a participação da vocalista do Far From Alaska, Emmily Barreto. A faixa é mais lenta e confesso que ficaria um final na faixa anterior, portanto irei considerar essa como um bônus aqui.
"Quadra" é definitivamente a prova de que se alguém tem dúvidas do Sepultura seguir a sua estrada é certo ou não e a resposta é um barulhento sim. Pode mandar mais que a gente agradece e os nossos ouvidos querem mais. Uma pedrada das boas e de alto nível, uma banda mais sólida do que nunca.
Outras resenhas de Quadra - Sepultura
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
As 50 melhores bandas de rock da história segundo a Billboard
A maneira curiosa como James Hetfield reagia aos fãs que o ofendiam por conta de "Until It Sleeps"
O melhor cantor de baladas de todos os tempos, segundo Bob Dylan
O riff do Guns N' Roses que Slash acha bem melhor do que o de "Sweet Child O' Mine"
Manowar anuncia turnê celebrando álbuns "Fighting the World" e "Kings of Metal"
A analogia com Iron Maiden explica decisão do Avantasia, segundo Tobias Sammet
Três Álbuns Seminais Lançados em 1975, nos EUA
As 3 melhores músicas do Aerosmith de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
Gary "Mani" Mounfield, baixista do Stone Roses e Primal Scream, morre aos 63 anos
Ozzy Osbourne não ouvia tanto rock pesado quanto as pessoas imaginam, revelam filhos
Plantão Médico Deep Purple: 6 membros atuais e antigos que convivem com problemas de saúde
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
O guitarrista a quem Elvis Presley pediu aula de guitarra: "Ele ficava vendo minhas mãos"
A canção que James Hetfield não gostava muito, a princípio, mas se tornou um hino do Metal
Dirk Verbeuren, baterista do Megadeth, fala sobre a saída de Kiko Loureiro
Carlos Santana diz que perdoou homem que abusou dele quando era criança
Sepultura: Novo álbum é mais um tapa nos fãs
Os 10 melhores álbuns do groove metal, segundo o RYM, incluindo um brasileiro
O curioso melhor show do Rock in Rio de 1985, segundo Andreas Kisser
Próximo EP do Sepultura tem balada escrita em parceria com dois músicos dos Titãs
Cavaleras no último show do Sepultura? Andreas diz que chance é "50% sim, 50% não"
Max Cavalera reflete sobre as dificuldades que bandas iniciantes enfrentam
O clássico do metal que é presença constante nos shows de três bandas diferentes
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
As 10 bandas favoritas do metal brasileiro no Metal Storm
A música do Trivium que mistura Sepultura, emo e melodic death metal



