Wings: O auge na velocidade do som
Resenha - Wings At The Speed Of Sound - Wings
Por André Luiz Paiz
Postado em 03 de janeiro de 2018
Nota: 7
Estamos no início de 1976. Durante uma pausa na turnê mundial do bem recebido "Venus And Mars", Paul levou seu grupo ao estúdio para aproveitar a chapa quente e finalizar mais material. Era o melhor momento da banda, em que Paul McCartney havia atingido o auge pela primeira vez na era pós-Beatles e levava milhares de pessoas novamente aos estádios ao redor do mundo.
Com tudo correndo bem, Paul aplicava uma certa democratização dentro do grupo, sendo que "Wings At The Speed Of Sound" possui participação efetiva de todos os músicos como cantores e compositores em algumas faixas. Além disso, era a primeira vez que Paul McCartney registrava um álbum em sua integridade em Londres, mais precisamente no Abbey Road Studios, depois de muito tempo.
Abrindo com um dos clássicos e uma das minhas faixas favoritas de Paul em todos os tempos, "Let ’Em In" é densa, criativa e fora do convencional. Curiosamente, é extremamente acessível. Belíssima faixa.
Denny Laine assume os vocais em "The Note You Never Wrote". Uma faixa interessante, mas que não se destaca das demais.
Paul eleva o nível mais uma vez com a engraçadinha "She's My Baby". É mais uma daquelas faixas estilo "Martha My Dear" e "You Gave Me The Answer", com levada nostálgica conduzida ao piano de McCartney.
"Wings At The Speed Of Sound" também é rock! Paul quebra tudo com a chocante "Beware My Love". Vocais rasgados bem no estilo das faixas rock do Wings.
"Wino Junko" é uma contribuição do guitarrista Jimmy McCulloch. Legal às vezes e outras não, é uma faixa que passa despercebida na maioria das vezes.
Respondendo aos críticos, "Silly Love Songs" traz Paul fazendo piada com os que questionam o fato de somente produzir canções "bobinhas de amor". O que há de errado? A faixa se tornou um hit e está também na lista das melhores da carreira de Paul.
"Cook of the House" entrou no álbum para dar espaço à Linda McCartney como vocalista. Sou fã de Linda, mas infelizmente a faixa é totalmente descartável.
Denny Laine contribui como compositor com a faixa "Time to Hide". É uma boa música, com requintes de "Electric Light Orchestra".
O elétrico baterista Joe English canta na faixa "Must Do Something About It". Curiosamente é uma faixa que deu certo. Também não é uma canção que se destaca em comparação com os hits, mas não decepciona. O mesmo acontece com "San Ferry Anne", cantada por Paul e que às vezes gosto e outras não.
Para encerrar, uma canção belíssima e que merecia mais atenção do que recebeu na época. "Warm and Beautiful" possui melodia encantadora e emocionante, além de uma letra que se traduz em uma belíssima declaração de amor de Paul. Desta sou fã.
O álbum foi relançado algumas vezes contendo faixas bônus como: "Walking in the Park with Eloise", "Bridge over the River Suite" e "Sally G". Dentre as três, gosto muito da última. "Sally G" é uma faixa country de extrema qualidade e belíssima melodia. Foi gravada em sessões anteriores, em Nashville.
Após o lançamento do álbum, o Wings seguiria no topo até enfrentar mais um período tumultuado, em que viria a ficar novamente com apenas três membros: Paul, Linda e Danny Laine, o fiel escudeiro. Seria o fim da banda? De jeito nenhum! "London Town" é um álbum fantástico e logo falaremos sobre ele.
Texto retirado da página 80 Minutos, um site para quem gosta de ler e fazer resenhas de álbuns.
Fonte:
https://80minutos.com.br/review.php?review=228
Tracklist:
Let 'Em In
The Note You Never Wrote
She's My Baby
Beware My Love
Wino Junko
Silly Love Songs
Cook Of The House
Time To Hide
Must Do Something About It
San Ferry Anne
Warm And Beautiful
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